Um ano e onze meses antes
Dália
Depois de longos dias em casa, sem ir para o colégio por vergonha, tive que encarar a realidade e parar de fugir, se não minha mãe iria desconfiar que eu não estava doente, mesmo eu achando que ela já saiba que eu esteja fingindo, as mães sempre sabem dessas coisas, mas ela sabe que tem um motivo, então ela não me pressiona para contar.
Quase desisti dessa ideia quando entrei naquele lugar, todos estavam rindo de mim, fizeram até "meme" comigo, agora meu novo apelido era "a rejeitada", mas sei que isso vai me fazer mais forte. Quem nunca foi rejeitado? É algo que acontece.
É mais difícil do que pensava ter que encarar Blake todos os dias e lembrar o quanto fui estúpida em acreditar que eu ficaria com ele, um babaca, arrogante e playboy mimado. Espero que depois de um tempo as pessoas esqueceram o que aconteceu, mas eu lembrarei disso para sempre.
As meninas sempre ficam do meu lado, tentando me animar. Alguns dias depois do acontecimento, elas prepararam uma festa do pijama das amigas:
- Hoje é nosso dia, meninas! - Disse Caroline, enquanto trazia pipoca para comermos assistindo "As Patricinhas de Bervely Hills". É nosso filme favorito, já maratonamos milhares de vezes.
Caroline se senta ao nosso lado no sofá e liga o filme.
- É impressionante como você parece a Cher, Carol. - Observo Carol, que tem o jeito da protagonista Cher, uma patricinha que é estilosa e simpática. E até mesmo na aparência elas são parecidas. - E como você parece a Dionne, Alya. - Olho para Alya, que se parece bastante com Dionne, amiga de Cher, apenas na aparência. As duas são negras e usam tranças, mas a personalidade delas é bem diferente.
- Eu não pareço com ela. - Alya me olha, franzindo o nariz e Carol semicerra os olhos, olhando para Alya. - Tá bom, talvez eu pareça um pouco na aparência, mas na personalidade não, nem na escolha amorosa. - Ela come a pipoca e presta atenção no filme. - Eu não namoraria alguém como o namorado da Dionne, namoraria alguém mais parecido com...
- O Noah. - Interrompo ela, lembrando de como ela sempre nervosa perto dele, o que mostra que ela gosta dele e sou acertada com uma almofada na cara.
- Ai! - Rio e jogo a almofada de volta nela.
- Eu não gosto dele! - Ela grita e fica com as bochechas vermelhas, não identifico se é por raiva ou vergonha, mas é uma situação engraçada. Então, eu e Carol rimos da reação dela. -Não sei. - Alya olha fixamente para a pipoca no pote. - Talvez eu goste dele, mas ele vive andando com a Kate. - Ela revira os olhos ao falar da irmã da Carol. - E ela o afasta da gente, porque ela gosta dele e sente ciúmes, mas eles nem namoram. - Ela olha para Carol. - Desculpa, Carol. Eu sei que ela é sua irmã, mas ela é uma egoísta mimada, que é extremamente arrogante. - Alya fica com os punhos cerrados. -Eu odeio aquela menina, não só por causa do Noah, mas também pelo jeito ridículo que ela age.
- Minha irmã não é uma pessoa fácil de lidar. - Caroline suspira com uma expressão um pouco triste. - Nem eu consigo conviver com ela.
Mas logo ela muda de humor, o que não é tão estranho, ela nunca fica muito tempo triste.
- Mas mudando de assunto. O que vocês acham de ir à minha casa final de semana? - Caroline fica com um sorriso largo e eu me preparo para recusar, mas ela continua. - Ele não vai estar lá, está viajando com nossos pais. A única que você vai ter que suportar vai ser Kate.
Kate é insuportável, assim como seu irmão gêmeo, Blake. Eles são dois anos mais velhos que eu e Caroline, por isso não temos aulas com eles, então não os vejo com frequência no colégio, apenas quando vou na casa da Caroline.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um dia primavera
RomanceDália é rejeitada por Blake, mas como a vida é feita de mudanças, mudanças acontecem na vida de todos os personagens, o que faz essa história ser surpreendente.