Capítulo 1

64 12 124
                                    



PARTE 1





Dois anos antes


Blake

Olho para ela com uma expressão fria, sem mostrar uma emoção. Sinto algo por Dália que nunca senti por ninguém, não posso apagar esse sentimento, mas nós não daríamos certo. Não sou uma pessoa boa de se ter por perto, além disso, tem os deveres que tenho que cumprir para o bem da empresa do meu pai.

Meu coração se quebra quando vejo Dália com olhos marejados depois de ser rejeitada por mim, mas apenas tento ignorar, eu me odeio agora, por estar a fazendo sofrer, mas não vou ceder.

- O que foi que eu te fiz? - Ela diz quase aos prantos.

Fico imóvel contendo a vontade de a abraçar, ela não merece sofrer, é uma pessoa tão doce, amável, delicada e linda como uma lisianthus, me dói fazê-la chorar, mas se aproximar de mim a fará sofrer bem mais do que ser rejeitada.

Quando ela entra no banheiro, pego o buquê e a carta dela do chão e vou para casa, tentando tirar os acontecimentos de hoje da mente.

Chegando em casa coloco as rosas do buquê no meu jardim de flores. Sou apaixonado por flores, minha vó as amava, dizia que flores trazem vida ao ambiente, por isso cuidar do jardim dela, me faz ter um pouco de paz em meio a todo esse caos que minha vida se encontra. Coloco a carta dela em uma pequena caixa branca cheia de rosas que era da minha vó e a deixo em meu guarda-roupa.

Ouço batidas na porta e vou até ela, quando a abro vejo Caroline, minha irmã mais nova parada na porta com os braços cruzados.

- Hoje você realmente me decepcionou. - Ela diz entrando em meu quarto e se sentando na cama com uma cara de decepção, ela deve querer falar sobre sua melhor amiga. - Como conseguiu ser tão frio, Blake?

- Você sabe que eu e ela não daríamos certo. - Dou de ombros.

Não conto em tudo que estou metido, graças a papai que é o verdadeiro motivo de a ter rejeitado. Não quero colocar minhas irmãs nessas confusões da minha vida.

- Só por isso você a rejeitou? Isso não é um bom motivo. - Ela me olha triste e tenta me analisar. - Ela está sofrendo.

- É, eu sei... - Imagino o quanto minha linda florzinha deve estar sofrendo. - Mas não quero mais falar sobre isso. Então, se me dá licença. - Abro a porta e deixo um espaço para que ela passe e saia do quarto. Ela entende o meu pedido e sai em silêncio.

Fecho a porta e me jogo na cama, decepcionado comigo mesmo, pelas minhas escolhas e com raiva de meu pai, por tudo que está me fazendo passar, pelo menos consegui proteger minhas irmãs e minha mãe disso, é isso que importa.

Me levanto e vou tomar um banho, infelizmente não tenho tempo para ficar deprimido. Na verdade, eu nem quero, quero só esquecer todas essas coisas que estão acontecendo.

Tenho que me preparar para ir ao treino de rugby, a temporada de jogos começará em breve. Estou tentando aproveitar meu último ano nesse colégio, pois ano que vem já estarei em Stanford, cursando direito, porque segundo meu pai tenho que ter uma boa formação para saber gerir bem a empresa. Isso não é algo que me incomoda tanto, mas às vezes cansa ter tanta pressão em cima de mim, tanta expectativa.

Um dia primavera Onde histórias criam vida. Descubra agora