Capítulo 5

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Um ano e seis meses antes

Dália

Bufo olhando fixamente para os papéis na minha escrivaninha, as atividades que a senhora Scarlett passa que me deixam de cabelo em pé. Eu nem deveria estar fazendo atividades hoje, já que é meu aniversário, mas tenho que entregar elas amanhã, então sou praticamente obrigada a fazer hoje. Tenho que me esforçar para ter notas melhores, pois tenho uma bolsa de estudos de cinquenta porcento no colégio e para manter ela, tenho que estudar muito. Sou uma boa aluna, tiro notas muitos boas, sei me expressar bem e falar em público, mas matemática não é meu forte, por isso agradeço por ter uma amiga gênia da matemática e computação. 

-Bom dia, Docinho. - Digo para Alya pelo telefone.

-O que você quer? - Alya responde meio sonolenta. 

Ainda são seis horas da manhã e Alya odeia acordar cedo, sei que ela está nesse momento querendo me matar, então adianto o que quero dizer.

-Então, eu não estou conseguindo fazer os exercícios da senhora. Na verdade, só o último exercício que envolve bhaskara. - Giro na minha cadeira giratória enquanto falo. - E você provavelmente já fez.

-Hum... - Ela resmunga desinteressada.

-Então pode me ajudar? - Pergunto com uma voz doce.

-Sim, daqui a pouco te mando foto das respostas. - Ouço ela bocejar. - Mais tarde eu vou na sua casa te ajudar com a caça aos presentes e te desejar feliz aniversário. Tchau, florzinha.

-Tchau. - Ela desliga o celular rapidamente e me manda as fotos das atividades.

Apesar de Alya ser um pouco grossa às vezes e se irritar muito fácil, principalmente quando é acordada, sem que seja da sua vontade. 

Depois de uma hora, termino as atividades com grande ansiedade para comer o delicioso bolo de morango com chocolate que minha faz todos os anos no meu aniversário e a caça aos presentes que meu pai faz. Ele faz isso desde que eu tenho cinco anos, ele compra presentes de acordo com a minha idade, agora que vou fazer dezesseis anos ele irá me dar dezesseis presentes. Eu posso escolher duas pessoas para me ajudar a procurar os presentes, então até meus dez anos o Noah me ajudava, mas eu conheci as meninas e agora são elas que me ajudam.

Ouço batidas na porta e minha mãe a abre e entra com um pequeno pedaço da minha torta preferida e um suco.

-Bom dia, querida! - Ela sorri, com uma felicidade que contagia qualquer um e que me faz sorrir de volta. -Pensei que você ainda estava dormindo, mas ouvi você no telefone quando sai do meu quarto.

Ela se aproxima, coloca a comida na minha cama, já que minha escrivaninha está cheia de papéis e me abraça forte.

-Feliz aniversário, meu amor. - Ela pega meu rosto com as duas mãos e me dá um beijo na testa. - Te amo. - Ela se afasta e me olha. - Seu pai já escondeu seus presentes, ele disse que irá vim te chamar na hora da caça e depois de tarde a família vai vim aqui para cantarmos parabéns e comermos o grande bolo de morango com chocolate que você tanto ama.

Ela se afasta e vai até a porta se despedindo e a fecha. Pego a torta e o suco e saboreio, fecho meus olhos aproveitando cada pedaço dessa torta que só minha mãe sabe fazer. Arregalo meus olhos me lembrando da caixa que recebo todos os anos no meu aniversário, corro em direção a porta de entrada e lá está ela, a caixa do admirador secreto. Recebo essa caixa desde o meu aniversário de onze anos, ela é rosa e sempre tem as mesmas coisas dentro, uma flor Dália e uma carta do “admirador secreto”. Subo correndo as escadas com a caixa na mão e me tranco em meu quarto, então deixo a caixa em cima da cama e fico olhando para ela.

Um dia primavera Onde histórias criam vida. Descubra agora