Capítulo 3

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Um ano e dez meses antes


Dália

Chuva bate em minha janela e os pingos se espalham no silêncio da noite. Me levanto e vejo as ondas do mar no fundo da janela. O quarto estava uma bagunça, cada um dos meus passos fazia com que a luz forte que se aplicava na minha janela, tudo parou quando algo me chamou a praia, uma voz no fundo do horizonte chamando a mim, me fez seguir a frente.

A tempestade só estava aumentando, o mar estava agitado, mas ao mesmo tempo vazio e silencioso. Chegando na beira do mar avistei um tipo de garrafa, como daqueles filmes de piratas, um papel velho se encontrava dentro dele, meu corpo ficou imóvel e tenso, retirei sua tampa e puxei o papel que estava enrolado. Abri com cuidado e o papel tinha letras que eu não compreendia, sujas e manchadas.

Acordei com o despertador tocando e meu corpo todo dolorido, a luz do sol estava tão forte que chegava na minha cama. Me levantei e fui ao banheiro para lavar o rosto e tomar um banho.

Hoje tenho que ir à casa das meninas para a noite das meninas que acontece uma vez no mês. A Carol diz que temos que estar sempre juntas e que é importante termos esse tempo juntas. Apesar de não gostar de dormir fora, eu amo esse momento que tenho com elas, é muito divertido.

Como um bolo de laranja e um suco no café da manhã, junto com minha mãe.

- Esse bolo está uma delícia, mãe! - Fecho meus olhos apreciando a doçura do bolo. - Você é demais!

- Obrigada, querida! - Ela sorri, enquanto experimenta o bolo. - É uma nova receita para a confeitaria, fico feliz que tenha gostado!

- Vai fazer muito sucesso, ele é muito saboroso. - Ouço a buzina do carro de Carol, então levanto rapidamente. - Tchau, mãe.

- Tchau, filha. Boa aula! - Ela se despede.

Fecho a porta da entrada e vejo uma Ferrari 458, parada em frente à minha casa, então franzo o cenho. Esse não é o carro de Carol, ela tem um mini cooper que ganhou de seu pai no recente aniversário de dezesseis anos.

Vejo ela no banco do motorista com Alya ao seu lado e fico um pouco confusa com essa mudança de carro repentina.

- Cadê seu carro, Carol? - Olho as duas pela janela do carro.

- Digamos que ele quebrou, depois que eu o bati em um poste, enquanto dirigia bêbada. - Ela me oferece um sorriso sem graça e percebo que ela está com óculos escuros, um pequeno corte na bochecha que presumo que tenha sido feito pela batida carro e está claramente de ressaca.

- Você é completamente louca, Caroline! - Abro a porta, me sento no banco do passageiro ao lado de Alya. O banco é só para uma pessoa, então fico quase encima dela e Carol liga o carro - Você se machucou muito?

- Não, eu estou bem. - Ela sorri. - Não sei o que passou pela minha cabeça em ter a ideia de dirigir naquele estado. Eu não penso muito quando estou bêbada.

- Nem quando está sóbria. - Alya começa a rir e leva um tapa no braço de Carol, que logo fica com uma cara feia, o que me faz rir junto com Alya.

- Ainda bem que não vou a festas junto com vocês. - Olho para Alya e percebo que ela também está com óculos escuros e um pequeno hematoma na testa que mostra que ela estava junto com Carol quando ela bateu o carro. - Mas acho que talvez eu deveria, para cuidar de vocês duas.

- Eu não acharia ruim você sair com a gente, faria bem para você. - Carol me olha com as sobrancelhas arqueadas.

- Também acho, Dália. - Alya concorda.

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