Entre Destinos e Amores

Capitulo 6

Hunter acordou com o coração acelerado, as imagens do sonho ainda estavam recentes. O campo de flores, as palavras de Marta, e o sentimento de paz que o envolvia pareciam tão reais que ele mal podia acreditar que tudo não passava de uma ilusão. Mas a sensação de confusão persistia, o empurrando a buscar respostas.

Determinado, Hunter deixou seu quarto, suas asas se abrindo suavemente enquanto ele se movia pelo corredor, até chegar ao local onde sabia que Marta costumava aparecer. O lugar era silencioso, envolto em uma penumbra que parecia se intensificar conforme ele se aproximava. Ele sabia que não seria fácil confrontá-la, mas não podia mais ignorar o que sentia.

Quando Marta finalmente surgiu, ela estava no meio do salão, com a escuridão ao redor. Ela o observou com seus olhos calmos, já que ela sabia motivo de sua visita.

"Você.." Hunter começou, sua voz carregada de frustração, "por que apareceu no meu sonho? O que foi aquilo? Você estava tentando me manipular?"

Marta ergueu uma sobrancelha, um leve sorriso brincando em seus lábios. "Sonho? Hunter, do que estais falando?"

Hunter estreitou os olhos, cruzando os braços enquanto a encarava. "Marta, eu sei que foi você. O campo de flores, as suas palavras... aquilo era você tentando me convencer a seguir um caminho que eu ainda não estou pronto para seguir."

"Talvez tenha sido apenas um sonho, Hunter. A mente pode criar cenários para processar o que está escondido no coração. Eu não posso controlar o que você sonha, posso?" Ela perguntou, com sua voz soando aparentemente inocente.

Hunter apertou os punhos, mas não se deixou intimidar. "Não brinque comigo, Marta. Você sabe muito bem que não foi apenas um sonho. Você queria que eu acreditasse que a tal nova realidade era a melhor opção. Mas por quê? Por que isso é tão importante para você?"

Ela o observou por um momento, seu olhar penetrante, mas ainda assim, não cedeu. "A realidade ordenada é uma escolha, Hunter. Não uma imposição. Eu não faço nada além de oferecer vislumbres do que pode ser. O que você decide fazer com isso é problema seu."

Hunter sentiu a raiva e frustração dentro dele, ele apenas não conseguia digerir todas aquelas coisas ao mesmo tempo. "E o que acontece se eu não seguir o que você quer? Se eu apenas não quiser mais tentar? Você vai tentar me convencer novamente?"

Marta suspirou, aproximando-se dele com passos lentos e graciosos. "Eu não preciso convencer ninguém. No final, Hunter, todos escolhem o caminho que é destinado para eles. O campo de flores? Foi um reflexo do que você deseja, mas teme. Eu apenas mostrei o que já estava dentro de você."

Hunter ficou em silêncio, suas emoções refletidas em seus olhos. "E se eu disser que não quero mais seguir por esse caminho? Que eu não quero mais ouvir o que você tem a dizer?"

Marta sorriu de maneira enigmática. "Então, você encontrará outro caminho, Hunter. E eu estarei lá, não para te guiar, mas para observar. No fim, o destino é inevitável. Mas a forma como você o encara é uma escolha
sua."

Hunter respirou fundo, refletindo sobre as palavras de Marta. O sonho com o campo de flores e as palavras dela haviam revelado uma verdade que ele não podia ignorar. Ele percebeu que, apesar das dúvidas e medos, a escolha de seguir adiante era apenas dele, e talvez esse fosse o primeiro passo para encontrar a paz que ele buscava.

"Talvez você esteja certa," Hunter disse, sua voz mais calma. "Eu entendo agora. Não posso fugir do que sinto e do que desejo. Se está nova realidade é uma chance para algo novo, então talvez eu deva dar uma chance a isso, assim como os outros."

Marta acenou com a cabeça, um sorriso satisfeito em seus lábios. "Às vezes, a verdadeira coragem está em enfrentar o desconhecido e dar o primeiro passo. O que você faz com essa chance é uma escolha sua, mas agora você tem a clareza para tomar essa decisão."

Hunter estava sentindo um novo senso de determinação. Com um último olhar para Marta, ele se virou e saiu do salão, suas asas se abrindo suavemente enquanto ele caminhava de volta ao seu caminho. Sabia que havia muito a enfrentar, mas agora estava pronto para abraçar o futuro, sabendo que, independentemente das dificuldades, tinha o poder de escolher seu próprio destino.