Entre Destinos e Amores

Capitulo 28

Junghoon estava voltando para casa, cansado de um longo dia de trabalho. Ele apertou o botão do elevador e esperou pacientemente, massageando a nuca. Quando as portas se abriram, ele entrou, pronto para subir até seu apartamento. Assim que as portas começaram a se fechar, uma voz feminina surgiu atrás dele.

"Espera! Segura o elevador, por favor!"

Ele, por reflexo, apertou o botão para esperar. Mas assim que virou o rosto e viu quem era, o sangue gelou: Isabella. Sério? Pensou, e de repente seu dedo foi direto para o botão de fechar as portas.

Isabella, com seu senso rápido, conseguiu entrar, mesmo quando as portas começaram a fechar mais rápido do que o esperado.

"Ei!" Ela exclamou, encarando-o com uma expressão incrédula. "Você tentou fechar o elevador NA MINHA CARA?"

Junghoon fingiu não saber de nada, olhando para a frente como se estivesse muito interessado nos andares piscando no painel. "Eu? Não. Deve ter sido defeito no botão."

Ela bufou, cruzando os braços. "Claro, defeito. Tá bom."

Um silêncio tenso se instalou por um segundo, até Isabella decidir quebrá-lo. "Você sabe que evitar os problemas só piora as coisas, né?"

"Ah, é mesmo? Como quando você quase entrou no elevador que claramente estava com um defeito?" Ele retrucou, tentando aliviar a tensão, mas também se divertindo um pouco com a situação.

Isabella deu uma risada sarcástica. "Sim, exatamente. Que ironia, né? O que mais você faz? Foge dos problemas e aperta o botão de fechar portas?"

"Eu sou muito eficiente em evitar problemas. Você devia experimentar." Ele olhou de canto, notando que ela o encarava, impaciente.

"O que eu devia experimentar," ela continuou, "é você se mudando desse prédio. Não sei quem teve a brilhante ideia de te alugar um apartamento no mesmo andar que o meu."

Junghoon levantou as sobrancelhas, se virando ligeiramente para ela. "Ah, agora a culpa é minha de ter me mudado pra cá? Você quer que eu me mude de novo?"

"Seria ótimo!" Isabella disse, quase séria, mas com aquele tom sarcástico que ele conhecia muito bem. "Sabe, tem outros prédios... bem longe desse aqui, caso você não tenha notado."

"Ah, sim," Junghoon fez um gesto com a mão, "porque eu com certeza vou me mudar só porque você me pediu com tanto... charme."

Ela revirou os olhos. "Olha, o que custa evitar o confronto? A gente mora no mesmo andar, Junghoon! Não precisa ser tão... você."

"Eu? E quem está me pedindo para me mudar de prédio como se isso fosse a solução mágica?" Ele deu uma risadinha. "Você que parece estar com o problema de convivência, não eu."

Isabella bufou, e o elevador finalmente chegou ao andar deles. As portas se abriram, e ela saiu primeiro, olhando para trás rapidamente. "Acredite, se eu pudesse, já teria me mudado!"

Junghoon deu uma última olhada nela antes de sair do elevador e suspirou.

"Quem sabe eu arranjo um prédio sem vizinhos inconvenientes."

"Sonha alto."

Isabella balançou a cabeça enquanto caminhavam pelo corredor, ambos indo na mesma direção. Quando chegaram às portas de seus respectivos apartamentos, que, por azar ou destino, ficavam bem em frente uma da outra, Isabella se virou, cruzando os braços e encarando-o.

"Isso é sério. Troca de prédio."

Junghoon abriu a porta, mas antes de entrar, deu uma última olhada nela com um sorriso de canto. "Você vai ter que aguentar um pouquinho mais. Quem sabe até a próxima reunião de condomínio."

E com isso, ele entrou no apartamento, deixando Isabella bufando de irritação, mas também rindo da situação. Claro, o destino sempre tinha que ser irônico.

(...)

Yeongna chegou mais cedo à academia de Taekwondo, pronta para treinar um pouco sozinha antes das aulas começarem. Era sua rotina para aliviar o estresse, especialmente após uma semana agitada. Ela estava aquecendo, concentrada nos próprios pensamentos, quando algo chamou sua atenção pela janela.

Do lado de fora, um cara estava sendo cercado por dois homens, claramente em uma situação tensa. Ele parecia perdido, sem saber o que fazer, enquanto os outros o empurravam contra a parede, rindo.

"Ah, que merda..." Yeongna resmungou. Seu instinto não a deixava ignorar esse tipo de coisa.

Sem pensar duas vezes, ela saiu pela porta da academia e caminhou direto em direção aos homens. "Ei! Que porra vocês estão fazendo?" sua voz soou alta, firme.

Os dois homens se viraram para ela, com sorrisos debochados. Um deles, o maior, riu. "Sai fora, garota, isso aqui não é problema seu."

"Problema meu agora," ela respondeu com um olhar afiado, dando mais alguns passos em direção ao trio. "Ou vocês saem daqui, ou vou ter que tirar vocês."

O cara mais magro deu um passo à frente, tentando intimidá-la. "Ah, é? E o que uma garotinha como você vai fazer?"

Yeongna não perdeu tempo. Em um movimento rápido, ela o acertou com um chute lateral no estômago, fazendo-o sentir de dor. Antes que pudesse reagir, ela girou e atingiu um chute no rosto dele, derrubando-o no chão.

"Merda!" o homem que ainda estava de pé gritou, indo para cima dela. Ele tentou socá-la, mas Yeongna desviou facilmente, pegando o braço dele e o jogando no chão com um golpe preciso. Sem fôlego, ele tentou se levantar, mas ela pisou em seu peito, mantendo-o no chão.

"Eu disse pra sair daqui," ela falou com firmeza, pressionando o pé. O cara no chão gemeu, enquanto o outro se arrastava para longe, ainda tentando se recuperar dos golpes.

Os dois levantaram, completamente desorientados, e fugiram sem dizer mais nada.

Yeongna os observou até que estivessem longe, e então se virou para o homem que ela havia acabado de ajudar. Ele ainda estava encostado na parede, claramente impressionado com o que acabara de acontecer.

"Você tá bem?" ela perguntou, dando um passo em sua direção.

Ele piscou, meio atordoado. "Eu... eu tô... sim, acho que tô."

"Tá, né?" Yeongna deu uma risada curta, limpando as mãos na calça. "Da próxima vez, tenta não se meter em encrenca."

"Eu nem fiz nada," o homem respondeu, parecendo meio perdido. "Eles só apareceram do nada."

"Bem, agora você sabe como lidar com isso," ela disse com um tom de brincadeira, começando a voltar para a academia. "Se precisar de mais dicas de autodefesa, você sabe onde me encontrar."

"Espera!" ele chamou, indo atrás dela. "Eu... obrigado. Sério. Eu nem sei como te agradecer."

"Não precisa, foi só um aquecimento," ela respondeu, abrindo a porta. "Qual é o seu nome?"

"Yohan," ele disse, ainda meio sem jeito. "E o seu?"

"Yeongna," ela respondeu, dando um sorriso de canto. "Agora, vai pra casa e fica longe de encrenca, Yohan."

Yohan sorriu de volta, um pouco mais relaxado. "Valeu, Yeongna. Vou lembrar disso."