0.4 - Ultraviolence

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Mais uma vez, tudo se repete... Por que isso novamente? Mais uma vez Rosamaria te espancou, tudo isso porque você estava próxima demais dos irmãos Bergmann, hoje você teve de esconder os hematomas no corpo.

— [Nome]! — Gattaz chamou sua atenção.

— Huh? — Você perguntou confusa.

— Tudo bem? Você parece... Diferente... Aliás... Está muito calor, tira essa blusa. — A mais velha diz com um olhar preocupada.

— Ah... Só algumas coisas... Nada demais, sabe? — Não, definitivamente não era o que você queria falar, queria dizer que estava sendo diariamente espancada pela sua namorada e que a Rosamaria que eles conhecem é uma farsa, porém... Você não podia, ninguém acreditaria em suas palavras, absolutamente ninguém!

— Que tipo de coisas? Você não está se cortando de novo, não é? Sabe você... — Antes que a loira terminasse a frase Rosamaria surgiu na sala.

— Oi gattaz, oi bebê...— Ela se aproximou de você com aquele sorriso lindo no rosto, mas mesmo assim você ainda lembrava dos socos, chutes e xingamentos que ela lhe dizia no dia anterior.

— Oi amor... — Você disse com um sorriso no rosto, você amava Rosamaria com todas as forças... Mas será que ela te amava assim também? Essa dúvida ficava na sua cabeça depois daquilo.

— Tudo bem? — Rosamaria te perguntou com falsidade, aquela falsidade que apenas você poderia ver.

— Sim, só com saudades da minha família, eu te falei ontem, amor. — Você sorriu largamente para ela.

— Ah, verdade, bebê...— Rosa sorriu. — Bem, tchau gattaz... Já estamos de saída.

— Sei bem o porquê... — Bem, ela achava que sabia... Mas na verdade não... Você queria que fosse pelo motivo que gattaz havia dito, porém não era bem assim... Você já sabia o que estava por vir.

Rosamaria agarrava seu pulso de maneira forte, chegando no carro ela abriu a porta e te empurrou para dentro de maneira áspera.

— Você tem merda na cabeça?! — Ela gritou após entrar no carro. — Eu escutei a porra da conversa, eu vi tudo! Você quase se atirou pra cima daquela velha maldita!

— Amor, eu juro que eu não fiz nada! — As lágrimas já molhavam suas bochechas, aquelas que um dia Rosamaria disse que eram lindas.

— Você é uma vadia! Sua puta! — Ela apertou seu pescoço, a falta de ar se fez presente, você ofegava dizendo para parar, mas ela não se importava, seus pedidos de desculpa e socorro caindo por ouvidos surdos.

— Eu ouvi! Você iria falar, não é? Sua vagabunda desgraçada! Se você não fosse uma puta boa de cama eu já teria te largado! — Ela cuspiu aquelas palavras ásperas, logo largando seu pescoço, o ar se fez presente novamente, porém... Aquelas palavras eram como tapas e chutes... Doía... Doía muito.

— Eu não quis... Desculpa! — Você balbuciava desculpas mesmo sem ter feito nada, você chorava como uma criança, se relembrava dos dias em que era espancada pelo próprio pai... Isso fazia doer ainda mais.

— Cala boca, vadia! — Rosamaria gritou, logo acelerando o carro, o caminho para a casa foi silencioso, sem nenhuma palavra sua, muito menos dela, ao chegar em casa tudo era um silêncio profundo, coisa que você odiava, Rosa foi direto ao banho, e você ficou encolhida na cama, abraçando bichos de pelúcia da sua infância, em alguns minutos Rosamaria terminou o banho, ela te olhava com desprezo, com isso você se sentia suja, imunda, podre, errada, nojenta, maldita, sentia como se fosse a pior pessoa do mundo.

— Você é uma puta mesmo...— Rosamaria disse antes de se deitar na cama compartilhada, aos poucos você se afastou dela, se encolhendo e abraçando um urso de pelúcia que ela havia lhe dado no começo do relacionamento... Aos poucos as lágrimas surgiram novamente, e o choro se tornou um soluço quase que infinito...

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Meu crime é gostar da Vargas e dela vey

Rosamaria Montibeller - One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora