femdom x reader⁰²

Rafayel

Em que uma convocação improvisada de seu amado companheiro toma um rumo :
Rafayel segura uma adaga em suas costas enquanto você o abraça sem se importar com o mundo. Por quanto tempo ele conseguiria manter essa fachada de amar você, ou melhor, quando ele finalmente conseguiria amar você sem pretensões? Ele não deveria se sentir culpado quando você acaricia sua cabeça e sussurra palavras doces em seu ouvido. Ele não deveria sentir a necessidade de arrancar seu coração do seu peito quando você coloca a mão dele sobre ele.

“Você ouviu? Pertence a você,” você murmura, segurando-o mais perto. Quando você move seu corpo, Rafayel discretamente move sua adaga para longe de você. Você desenha padrões no couro de suas roupas com seu dedo. “Eu não quero ficar aqui. Leve-me embora.”

“É esse o desejo de Vossa Alteza?” Ele responde, sua voz abafada através de sua máscara. Você cantarola em contemplação. Como um gênio em uma garrafa, você não sabe como ele interpretaria seu desejo.

“Acho que vou recusar. Você poderia realizar meu desejo da forma que você quiser.” Você assume que o silêncio dele significa sua confusão. “Por exemplo,” você arrasta um dedo pelas costas dele e então estica sua mão em um ponto, “você poderia me tirar deste mundo.” Você move seu rosto para mais perto do ouvido dele. “Você poderia me matar.”

Ele enrijece e você ri. "Estou brincando."

“Que engraçado,” ele diz, seu tom caindo no vazio. “Sua vida não é motivo de riso, Vossa Alteza. Muitas pessoas precisam que você continue viva.”

“E daí?” As palavras saem amargas. “Posso pensar em alguns que merecem morrer.”

“Tal comportamento é impróprio de uma princesa.”

“Eu nunca fui uma em primeiro lugar.” Você sempre se ressentiu do papel. Um dia, você acordou sem memórias e de repente foi aclamada como uma deusa. Você era a preciosa princesa deles, presa para sempre em sua torre.

Você olha para o seu quarto com tédio. Joias coloridas brilham ao sol, mas parecem opacas para você. Talvez você peça para Natasha buscar novas no mercado. Os lençóis finos abaixo de você e Rafayel parecem estopa, ásperos e irritantes. Hora de trocá-los por novos. "Eu gostaria de sentir a morte um dia", você reflete. "Talvez esse seja o meu desejo."

Rafayel engasga e quase solta a adaga. Seu comportamento hoje foi diferente, mais estranho do que o normal. "O que há com você hoje?" Ele se afasta de você e, de alguma forma, a coloca de volta no coldre quando sua atenção está em outro lugar. Você o pegou em flagrante? Isso deve ter sido um blefe. As palmas das mãos dele estão suadas.

(Mesmo que você notasse a lâmina afiada em sua espinha, você não teria demonstrado sua reação.)

“Estou me sentindo estranho esses dias, Rafayel.” Você começa, seus joelhos agora pressionados contra seu peito enquanto olha pela janela e para o horizonte. “Eu gostaria de ir para o mar.” Você vira sua cabeça e olha para ele, encontrando seu olhar quase intenso demais em você. Você o segura. “Seria estranho da minha parte dizer que eu estava sonhando com isso?”

Ele não responde. Não há calor em seus olhos. “Eu só conheço este lugar. Não sei o que há além destes muros da cidade. Conte-me uma história, Rafayel.”

Mais uma vez, ele pergunta. “É esse o desejo de Vossa Alteza?” Você acena com a mão desdenhosa para ele. Você não consegue ver o sorriso sob sua máscara. “Muito bem. Mas peço que preste a máxima atenção.”

“Quando o mundo era um oceano, vivia um reino abaixo da maré. Era governado por um deus benevolente, mas travesso. Ao seu lado estava seu cavaleiro. Ela estava ligada a ele por um juramento de proteger seu soberano, não importando o custo.” O tom em sua voz sugere algo sinistro.