Capítulo 2

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Pov Melinda

Eu posso até, e provavelmente vou, olhar para trás. Mas vou continuar seguindo em frente com um sorriso levado no rosto e pura determinação no olhar. Sem medo de trilhar novos caminhos. Sem medo de mudar tudo de vez em quando.

Quando a gente é criança,sempre sonhamos em sermos muitas coisas quando crescermos, nossa imaginação sempre está correndo livre para sermos o que quisermos.

Sou filha única de pais amorosos e humildes que sempre me incentivaram a sonhar grande e nunca deixar ninguém diminuir tudo que eu sou, que só devo ouvir aqueles que me ajudam e apoiam meus sonhos,que desejam crescer comigo durante a jornada que meu coração deseja trilhar.

Meus pais eram imigrantes mexicanos que com muito esforço conseguiram entrar nos Estados Unidos para terem um futuro melhor e me trazer muitas oportunidades que não teria no México, mesmo que tivesse nascido em território americano eu nunca deixei um dia sequer de ter contato com minha cultura mexicana marcada em meu coração. Eu era apaixonado pela terra natal dos meus pais que sempre que podíamos passávamos as férias em casa dos meus tios e avós para aproveitar aquele rico ambiente.

Eu sempre tinha desde pequena um sonho que nada me fazia mudar de ideia sobre um dia poder me tornar uma médica neurologista que pudesse realizar ações voluntárias em lugares precários e necessitados,eu desejava ardentemente cuidar e ajudar pessoas que não tinham condições para sequer comprar um medicamento necessário para lhes ajudar em suas saúdes prejudicadas.

Adorava ler livros relacionados a medicina que muitas vezes meus pais brincavam que eu tinha nascido dentro de uma biblioteca de tantas horas lendo livros que nem via a hora passando.

Vivia em um bairro tranquilo onde todos se conheciam e deixavam as crianças brincando horas nas ruas sem problemas nenhum, começava cedo as brincadeiras com meus amiguinhos do bairro até tarde da noite que não viamos as horas passarem, que só nos dávamos conta de quanto tempo passou quando nossos pais nos chamavam para jantar, tomar banho e dormir.

Sempre fui uma garota muito extrovertida que fazia amizade com todo mundo,era uma boa filha que sempre se esforçava no que desejava realizar.

Por volta dos meus 17 anos começou uma série de greves e manifestações contra uma empresa de laboratórios que estava realizando alguns experimentos estranhos e que muitas vezes usavam pessoas como cobaias nesses experimentos, muitas delas faleceram durante o processo,as que até chegaram a sobreviver de alguma maneira começaram a ter várias reações dos experimentos,logo surgindo uma pandemia que começou a afetar não apenas uma cidade, um estado ou país mas globalmente.

Pelas notícias que corriam por todos os meios de comunicação,essa doença começava com uma tremedeira no mindinho da mão direita por algumas horas até começar a evoluir para a falha dos órgãos internos lentamente e aparecendo varias manchas azuladas claras como se fosse veias pequenas pelo corpo todo. A pessoa que tinha essa doença agonizava de dor pelo que estava acontecendo dentro de si,os órgão apodreciam em uma velocidade impressionante até comece a pressionar os pulmões como se fossem esmagados por várias toneladas e o coração não suportava tanta pressão que muitas vezes estourava.

Aconteceu várias medidas de segurança para que as pessoas saudáveis não fossem contaminadas pelos doentes, então foi criado um lugar de contenção para eles e ninguém estava autorizado para entrar ou sair daquele lugar, era apenas para os doentes.

Era uma sexta feira de tardezinha quando tinha resolvido andar um pouco pelo meu bairro esfriar um pouco a cabeça e ver o lugar que tinha crescido minha vida toda quando escutei um barulho,era um chorinho baixo mas desesperado então segui o som da onde vinha.

Vi que esse choro vinha de uma pequena caixa de papelão em um beco sujo a alguns metros da minha casa entre dois apartamentos pequenos.

Com cuidado fui me aproximando da caixa para ver o que era até ver algo tão precioso e pequena que chorava aos plenos pulmões.

Era um pequeno bebê enrolado em uma manta quentinha com um bilhete preso que dizia que ele era uma aberração e que a família não ficaria com ele, então simples o deixaram assim sozinho nesse lugar sujo.

Peguei ele com cuidado e comecei a acalma-lô para que não chorasse mais e que agora estava seguro e protegido.

Quando o ajeitei melhor em meu colo,a pequena mantinha deslizou um pouco para mostrar sua cabecinha ruiva,mas o que mais me surpreendeu era que ele tinha orelhinhas de raposa e alguns suaves traços desse animal ruivo.

Melinda: você é um híbrido... metade humano...metade raposa... você é tão lindo....eu vou cuidar de você pequeno!

O enrolei melhor na manta quentinha e corri para casa o carregando em meus braços.

Quando eu comecei a contar o que tinha acontecido e como o encontrei,meus pais ficaram pasmos e chocados com tudo que ouviram e estavam vendo diante deles naquele momento.

Não foi muito difícil para convencer meus pais a ficarmos com ele para cuidar e o proteger.

Mãe: qual nome você dará para ele minha pequena florzinha?

Pai: escolha um nome para ele querida...

Melinda: vamos ver...um nome que combine com você... Eu vou te chamar de soren minha pequena raposinha...

Pai: otima escolha querida...

Mãe: combina com ele...vai ser um serzinho tão precioso...

Com o passar das semanas conosco, já tinhamos nos apegado bastante a nossa pequena raposinha então o mimamos bastante.

Me aterrorizava ver nos noticiários que muitas pessoas gananciosas encontravam híbridos para realizar vários experimentos em busca de encontrar uma cura para a doença que estava desenfreada.

Usavam células troncos retirados da coluna dos híbridos para ver o que poderia ser utilizado e aproveitado, muitos não sobreviviam a esses experimentos cruéis,muitos eram bebês recém nascidos, partindo meu coração com essas crueldades.

Os militares começaram a vasculhar casa por casa em busca dos híbridos,e quando eram encontrados nas casas, são levados para os laboratórios realizarem os experimentos.

Com isso em risco meus pais decidiram que seria melhor eu ficar em um lugar em que ninguém sequer conhecesse para me proteger e proteger minha pequena raposa, então eu concordando com isso plenamente junto que seria necessário para ir morar em um novo lugar.

Foram horas e horas planejando tudo isso pois um detalhe importante era que meus pais não poderiam simplesmente desaparecer do mapa sem nenhuma explicação, pois seria suspeito imigrantes sumir como bem entendesse.

Encontramos uma casa no campo bem afastado e escondido de tudo, até da civilização onde seria minha nova casa com meu bebê.

Tínhamos combinado que eles viriam me ver todo mês para trazer suprimentos e ver como estávamos para sermos protegidos.

Não foi difícil me adaptar naquele lugar lindo e calmo, e agora todo mês meus pais vinham trazendo um novo bebê híbrido para salvar das garras do mal.

Eu tinha mudado totalmente meus planos pois agora eu protegeria com minha vida aqueles híbridos indefesos e inocentes.

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