Minha vida híbrida

Capítulo 11

Pov Elijah
Quero poder conhecer você melhor, me divertir rindo das suas histórias de quando era criança.

Eu era um gatinho híbrido e introvertido que adorava ficar sozinho e me aventurar por aí quando algo chamava minha atenção.

Adorava caçar alguns lagartinhos quando apareciam em nosso espaço de campo, onde passava horas brincando de ir atrás deles e, além disso, escalando tudo o que conseguia.

Um dia, enquanto explorava os limites do nosso espaço de campo, algo diferente chamou minha atenção. Uma luz brilhante entre as folhas de uma árvore antiga. Curioso, decidi investigar. Com um salto ágil, escalei o tronco robusto para ver de onde vinha esse brilho um pouco prateado.

Ao chegar mais perto, percebi que a luz vinha de um pequeno objeto prateado, meio enterrado entre as raízes da árvore. Era um medalhão reluzente, com um desenho de uma pata de gato gravado em sua superfície.

Com minhas mãozinhas, tentei cavar a terra, buscando ver se conseguia tirar o medalhão entre as raízes da árvore. Levei bastante tempo para conseguir realizar isso.

Finalmente, segurei o medalhão com minhas mãos, admirando como ele era muito bonito enquanto minha cauda se mexia de um lado para o outro lentamente.

Decidi levar esse medalhão para a mamãe ver, pensando se ela saberia sobre o que eu acabara de encontrar entre as raízes daquela árvore antiga, já que havia uma patinha de gato desenhada no medalhão.

Corri pelo enorme gramado verde em direção à nossa casa, passando rapidamente por todos até encontrar a mamãe.

Com meu olfato apurado consegui encontrar minha mamãe em dos quartos dos meus irmãozinhos organizando algumas coisas bagunçadas.

Aproximando-me dela lentamente, toquei sua perna com minha cauda para que ela percebesse minha presença.

Sua atenção logo se voltou para mim, e um sorriso largo iluminou seu rosto ao me ver.

— Oi, meu amor... Que bom ver você! — Sua voz era suave e carinhosa ao falar comigo.

— Mamãe... Eu encontrei uma coisa! — exclamei empolgado.

Ela se abaixou, ajoelhando-se para ficar mais perto do meu pequeno tamanho e conversar comigo.

- O que você encontrou, meu gatinho aventureiro? - havia curiosidade e alegria em sua voz.

Dei uma pequena limpadinha no medalhão e mostrei para ela o que tinha encontrado.

Ela pegou com cuidado o medalhão para observar melhor, segurando o paninho úmido que estava usando para limpar aquele pequeno objeto de metal.

- Querido, onde você encontrou isso? - Sua voz tentava soar normal, mas falhava, já demonstrando que queria chorar.

- Eu encontrei isso, mamãe, no meio de algumas raízes daquela árvore antiga, perto da cerca - falei inocentemente.

Ela apenas me puxou para perto e me abraçou bem apertado. Senti algumas lágrimas caindo sobre mim.

- Mamãe... por que você está chorando? - agora estava preocupado com ela.

- Sabia, meu amor... que isso aqui era o medalhão que a vovó usava? - ela tentava segurar o choro.

Fiquei surpreso ao ouvir isso; nunca pensei que isso fosse da vovó.

- Mas... por que estava lá escondido? - não entendia por que isso estaria jogado no mato.

- Senta aqui, meu gatinho, vou contar essa história para você. - Sua voz era serena agora.

Eu me aninho em seu colo, tentando encontrar uma posição confortável, e logo fico apenas a olhando com carinho e certa preocupação por tê-la feito chorar.

- Este medalhão querido era da vovó Ameyal, que era a minha mamãe. Ela ganhou este presente de uma amiga muito especial e quis trazer algo significativo depois que minha mãe perdeu um lindo gatinho em um acidente. Ela encomendou este medalhão em forma de pata de gatinho, simbolizando que o gatinho trazia independência, mistério e elegância, características que associamos aos gatos no México. - Seu olhar estava perdido lembrando de algumas memórias.

- E como a vovó perdeu isso mamãe? - estava com total atenção na história e curioso para saber mais.

- Na última visita dá vovó antes não poder mais vir aqui meu gatinho,ela tinha me dado isto aqui de presente. - deu uma respirada profunda antes de continuar - E sem querer tinha perdido enquanto cuidava das coisas aqui, tendo que organizar muitas coisas para termos um lugar confortável para vivermos. Nunca tinha conseguido encontrar este medalhão e sempre me culpei por isso. Obrigado meu gatinho por ter encontrado para mim.

Ela me deu um forte abraço gostoso que retribui da mesma maneira, ficando feliz por ter encontrado algo especial para ela.

- Mamá... cómo eras cuando eras niña? - Adorava conversar com a mamãe em nossa língua materna, que era o espanhol.

- Era una niña inteligente, a la que le gustaba jugar con sus amigos en la calle y ayudar a la gente siempre que podía. - Um lindo sorriso surgiu em seu rosto.

Ela se esticou um pouco para pegar alguma coisa e colocar no medalhão,logo se virando para me olhar novamente.

- Esto es para ti, mi pequeño gatito. - Com cuidado ela colocou a correntinha com o medalhão de pingente em volta do meu pescoço.

- mamá... gracias... Me encantó este regalo tuyo y se lo doy a la abuela... nunca me lo quitaré, siempre lo tendré conmigo.- Realmente era um presente lindo que tinha gostado.

A abracei forte agradecendo por isso antes de voltar a deitar em seu colo para ouvir mais histórias dela sobre sua infância.