IV. Apresentação.

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ELLIE CARTER

Dentro daquela arena, com o ambiente pulsando de expectativa e energia, eu senti algo inesperado. Não era apenas a emoção de ver Lily tão feliz, mas uma conexão mais profunda que se formava em mim enquanto observava Rebeca Andrade. Sua força, sua graça, a precisão com que executava cada movimento... Era como se, de alguma forma, ela estivesse canalizando uma força que eu mesma precisava encontrar.

Sentada ao lado de Lily, com Celine tranquilamente adormecida no carrinho, eu me vi absorvendo cada detalhe da apresentação de Rebeca. Cada salto, cada giro, era como uma demonstração física de superação, de resiliência, algo que eu precisava lembrar a mim mesma. Eu já sabia que essas Olimpíadas seriam um desafio, mas assistir àquela apresentação fez algo dentro de mim se acender.

Era a mesma determinação que eu via em Lily, só que multiplicada, refinada ao longo dos anos.

E eu percebi que, embora estivesse aqui para competir e ganhar, estava também em uma jornada pessoal para redescobrir minha própria força. Estava tentando ser uma mãe forte para minhas filhas, mas talvez tivesse esquecido de ser forte para mim mesma.

Enquanto Rebeca finalizava sua apresentação com um movimento impressionante, eu quase podia sentir as lágrimas queimando nos meus olhos. Não eram lágrimas de tristeza, mas de algo mais complexo, algo que envolvia reconhecimento e aceitação. Reconhecer que eu também precisava de um ídolo, de alguém em quem me inspirar, e aceitar que, embora Chloe não estivesse mais aqui, havia outras formas de encontrar força e graça na vida.

A apresentação terminou, e os aplausos vibraram pela arena. Lily estava nas nuvens, e eu também, de uma maneira diferente. Eu olhei para minha filha e senti algo que há muito tempo não sentia: esperança. Talvez essa viagem não fosse apenas sobre manter uma promessa, mas sobre abrir novas portas para nós duas. E talvez, em vez de apenas tentar preencher o vazio que Chloe deixou, eu devesse começar a construir algo novo.

Com a mão de Lily segurando a minha com força, eu me levantei, respirando fundo, absorvendo aquela energia positiva que permeava o ar. Eu sabia que o caminho à frente ainda seria difícil, mas naquele momento, eu me senti mais preparada para enfrentá-lo. Rebeca Andrade tinha mostrado que era possível ser forte e graciosa, mesmo nos momentos mais desafiadores, e eu estava determinada a seguir esse exemplo.

𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐒, ᴿᵉᵇᵉᶜᵃ ᴬⁿᵈʳᵃᵈᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora