⛧Capítulo 04༒Lua de Sangue⛧

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𓋏Hindley𓋏:

Dês de o momento em que desmaiei, não senti mais nada. Meu corpo travou em êxtase, tudo estava absolutamente escuro. Sentia um enorme vazio no lugar onde estava. Não conseguia explicar o que aquilo seria...

Seria um abismo? Eu morri?

Porém, como se eu estivesse procurando respostas, senti como se uma nuvem totalmente branca possasse sobre mim. O que me fez olhar para cima.

A luz da mesma, veio em direção à mim, me invadindo por completo. De repente, senti como se um choque tomasse conta de mim.
Coisas absurdas aconteceram comigo, tão de repente. Minhas pernas fraquejaram e comecei a cair no abismo totalmente negro, algo que não sei explicar, começou a tomar conta de mim...

ꪶRavenna Kay Partashꫂ:

04 de abril
1608

†Amarrouta†
(Em algum lugar de Sallen.)

"Você acredita em justiça?"

Pois bem, eu não acreditava!
Bom... Ninguém nunca me deu motivos para acreditar na tal... No lugar onde vivo, pessoas são estilhaçadas, queimadas e assassinadas...

Acusadas de bruxaria por motivos precóceis!

Saberem ler;

Curar;

Fazerem ervas (chás);

Terem uma beleza extraordinária;

Serem ruivas ou terem sardas;

Ou até mesmo, por serem cegas, ou terem algum "defeito" físico ou mental.

E minha mãe foi uma dessas mulheres...

Acusada de bruxaria, apenas por não seguir o "padrão" que a sociedade inclui.
Sarah Good foi violentada e espancada até a morte na forca.
Fui obrigada à assistir sua morte, junto de meus dois irmãos gêmeos Brahms e Kaspar.

Minha mãe foi executada em uma sexta-feira 13-pelos meus cálculos-, na frente da praça central de vossa cidade Amarrouta. Ficou lá por uma semana, junto de outras seis pessoas, que também foram executadas.

Enquanto o vilarejo gritava e aplaudia, eu e meus irmãos chorávamos, implorando para que soltassem-a.

Mas, como isso não aconteceu, cá estamos. Minha mãe morreu na frente de todos nós.

E não pudemos fazer nada!...

Bom, não me recordo muito dela, já que eu tinha apenas 5 anos.
Mas me lembro que ela era ruiva, tinha sardas e sabia curar. Tratava todos com igualdade e era muito gentil...

Meu pai, lorde Partash, naquela noite, abraçou seu corpo já pálido, dizia que sentia muito por não poder fazer nada e chorava, chorava alto e gritava muito...

A próxima seria eu, já que sou diferente de todos aqui.

Ouso dizer diferente, pois tenho cabelos e cílios brancos, sardas e a coloração da pele totalmente pálida.

Porém, graças ao meu pai, estou viva até hoje.

Vivo com ele e meus irmãos em uma casa-Que chamamos de castelo-, por ser consideravelmente grande. De três andares, longe de tudo e todos.
Também, com minha madrasta e os criados, que se tornaram meus melhores amigos.

Minha madrasta, Sophie, é uma mulher muito cobiçada, sofisticada e bondosa. Cujo tem olhos azuis, uma bela moça de cabelos louros.

Que no meio de todo esse caos, se tornou minha melhor amiga.

Passamos todo o tempo juntas, já que estou presa neste castelo até me casar.
O que para mim é impossível, já que não tenho mínimo interesse em me casar e ter uma família, e também, por ser considerada a "bruxa de Sallen", ou por ser a "filha da maior bruxa de Sallen".
Papai todavia, gosta de arranjar lordes para mim, já que atingi a maioridade há algum tempo, agora com 21 anos.

Momentos como estes, gosto de fugir do castelo e ir há uma cachoeira que fica aqui perto, pelas minhas anotações, fica à uns 30 minutos daqui.

A cachoeira é composta por água-obviamente-, pedras que ficam ao seu redor, revelando um espaço para se deitar/sentar e observar as estrelas, que ficam escondidas por algumas árvores.
O lugar também tem entre duas árvores, uma rede, onde gosto de me deitar e relaxar um pouco.

As árvores, além de serem de cor alaranjada, tem um destaque especial para mim.

Na primeira árvore, há uma assinatura minha, e de minha mãe. Quando eu tinha 4 anos, minha mãe começou a me trazer junto para a cachoeira, dês de então, venho aqui todo dia, em memória dela.

E a segunda, tem alguns pertences da mesma, enterrados no "pé" da árvore alaranjada...

Pelos meus cálculos, enquanto anoto os horários em meu diário, agora são 16:00 horas da tarde em Amarrouta.

Estou deitada entre as pedras da cachoeira, prestes a tirar um cochilo, quando vejo um homem nadando para perto de onde estou...

Espera?... Um homem?...

Sim, um homem. Um homem de pele clara, com cabelos extremamente vermelhos. Cujo vão até suas costas.
Ele usa somente uma calça justa. Reparo nisso quando o mesmo sai d'água, e está vindo em minha direção...

Meu Deus... Um homem quase completamente nu vindo em minha direção e eu o olhando!

Eu sou uma pervertida mesmo!

Como ele veio parar aqui?!

Estou desesperada, um turbilhão de perguntas passam por minha mente, mas não tenho tempo para responder todas.

No momento de pânico, apenas fecho os olhos e finjo que estou dormindo.

Eu me pergunto se deveria gritar ou sair correndo...

"Se viu algo, finjo desmaio. Se me mexi, está alucinando. Se ouviu alguma coisa, está sonhando!" Penso.

Enquanto estou perdida em meus devaneios, ouço o garoto pegar suas roupas e começar a vestir as mesmas.

Por instinto, abro um pouco dos meus olhos e escondo meu rosto com o diário.

Ele está um pouco afastado e de costas para mim.

Percebo que seu corpo é super musculoso, e também, percebo que ele é bem alto, mesmo de longe, sua altura parece apontar para os 1,90.

Quando me dou conta, meus olhos já se encontravam com os seus. Tento fechar os mesmos rapidamente, mas é em vão. O garoto já está na minha frente...

Sinto minhas bochechas arderem, mesmo com os olhos fechados, sinto seu olhar penetrante sobre mim.

E logo após, sinto a melodia mais linda do universo!

-Pode abrir os olhos senhorita, já sei que está acordada.

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