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Quando a van estacionou, Lorrane foi a primeira a sair, nem esperou as outras meninas, indo rapidamente em direção à vila olímpica. Enquanto isso, Rebeca, Jade, Flávia e Julia saíram com mais calma. Rebeca, apesar do medo que sentia ao estar com Lorrane, sabia que precisava resolver as coisas. Ao ouvir Jade, Flávia e Julia mencionarem que iriam ao refeitório, Rebeca interpretou como uma desculpa para ficar sozinha com Lorrane, afinal, elas haviam acabado de chegar de uma padaria. Ela caminhou devagar até o elevador, apertando o botão do andar do seu quarto com Lorrane, desejando que o tempo passasse mais lentamente, mas infelizmente, ele voou mais rápido do que nunca.

Quando Rebeca abriu a porta do seu quarto com Lorrane, seus olhos procuraram imediatamente por Lorrane. Ela notou que a porta do banheiro estava fechada, o que indicava que Lorrane provavelmente estava lá dentro. Rebeca hesitou por um momento, tentando acalmar seus pensamentos.

Rebeca esperou por um bom tempo, ouvindo o som constante do chuveiro vindo do banheiro. Os minutos passaram lentamente, e ela começou a se sentir cada vez mais ansiosa. Após cerca de quinze minutos, o som do chuveiro finalmente cessou. Rebeca respirou fundo, esperando que Lorrane saísse logo para que pudesse entender o que estava acontecendo.

Lorrane saiu do banheiro, enxugando os pés no tapete com movimentos rápidos e irritados. Sua expressão estava claramente diferente, com uma mistura de frustração e impaciência. Ao ver Rebeca esperando do lado de fora, ela não conseguiu esconder sua irritação.

Rebeca observou enquanto Lorrane passava rapidamente por ela, sem sequer lançar um olhar em sua direção. Lorrane foi direto até sua mochila, remexendo em busca de roupas com movimentos rápidos e decididos. A tensão no ar era palpável, e Rebeca sentiu um nó se formar em seu estômago. Ela sabia que algo estava errado, e podia imaginar o que era, mas não queria piorar a situação. Então, permaneceu em silêncio, observando Lorrane se vestir sem trocar uma única palavra com ela.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntou Rebeca, finalmente. Recebendo um silêncio em troca. — O que foi, Lorrane? Por que está agindo assim?

Mas, Lorrane não a respondia, concentrada na sua mochila.

Rebeca, sentindo a necessidade de esclarecer a situação, deu alguns passos hesitantes até Lorrane. Com cuidado, ela estendeu a mão e segurou o ombro de Lorrane, tentando transmitir calma e compreensão.

— Lorrane, por favor, me diga o que está acontecendo — disse Rebeca, com a voz suave, mas firme.

Lorrane parou de remexer na mochila e finalmente olhou para Rebeca. Seus olhos mostravam uma mistura de emoções, mas principalmente irritação e cansaço.

— Me responde, que porra de acordo é esse com a Simone, Rebeca? Por que não me contou? Você não confia em mim?!

Rebeca ficou surpresa com a intensidade da pergunta. Ela deu um passo para trás, sentindo-se um pouco magoada, mas tentou manter a calma.

— Do que você... eu... -—Rebeca não sabia como começar.

Lorrane suspirou profundamente, tentando controlar sua frustração. Ela olhou para Rebeca por um momento, com um misto de tristeza.

— O que você fez, Rebeca?

— Eu não te contei porque conheço você! Você faria uma tempestade em copo d’água, Lorrane! — Rebeca respondeu, também exaltada.

— Por quê? Eu nem sei o que está acontecendo, a menos que você tivesse me explicado antes, né?

Lorrane se sentou na cama.

Rebeca suspirou, procurando as palavras certas para começar.

— Ok… Eu vou te contar.

— Eu não quero saber ago... — Lorrane começou a dizer e se levantou da cama, mas foi interrompida por Rebeca, que afirmou com determinação:

Reflexos | Simone & RebecaOnde histórias criam vida. Descubra agora