Sobre semear e colher, talvez seria a maior ilusão ou superficialidade que nos contaram, ou nos ensinaram, pois é só isso que importa, mas deveria ser, como as raízes de nossas almas, elas estão incrustadas em um terreno infértil, e exigimos sempre o melhor dos frutos, deveria estar relacionada a diligência e discernimento de onde se enraizar. Como descobrir se o caráter é a sombra da personalidade? Onde a personalidade molda o caráter, ou o caráter molda a personalidade, o equilíbrio está ai, seria como se a luz gerasse a sombra, ou a sombra sempre esteve ali, ela só ilumina o que está escondido nas sombras, esse equilíbrio gera o pôr do sol e o amanhecer, eles sempre estiveram ali, mas o espectador não faz a diferença se não souber observar!
Talvez se vivermos como selvagens, pois o que não torna ele civilizado é o condicionamento que a "sociedade" exerce sobre o indivíduo, mas não digo o índio, seria mais próximo do neandertal, um nômade errante, que olha para o céu e admira as estrelas e não uma ideia de que ali existe um paraíso, pois um autômato, ops, um indivíduo inserido na sociedade, não é de livre intelecto, ele depende de um credo para seguir a vida, a felicidade deve suprir a necessidade da falta de autoconsciência, que aquele sorriso no rosto deve produzir o hormônio da alegria, essas seriam as folhas de um indivíduo, pois a cada estação elas mudam, a cada estado de espírito elas viram cinzas e se juntam ao vento e vão-se embora para longe...
Os galhos estão ali, incrustados em nossas vontades e desejos, e quando não realizamos nenhum destes, eles secam e deixam de produzir, nenhum pássaro faria seu ninho ali, nenhuma abelha construiria sua colmeia ali, é um vazio que só seria preenchido novamente se permitíssemos que se quebre, será preenchido com novas folhas de outros desejos, este não perderia suas folhas no escaldante verão e no seco vento do norte, ou posto a prova no fogo, retorcido e de aspecto sofrido, mas este tempo, esta seca solidão, não mudara a forma do fruto, é apenas uma arvore seca, num mar de poeira, fuligem e luz, em um cerrado seco e avermelhado, a luz cria o fogo, e este que outrora nutriu toda uma humanidade dando sabor a caça, tira um pouco da vida, sufocando aquela bela arvore, forçado toda a sua força para a escuridão de suas raízes, e suas sementes só germinaram se superarem toda essa provação do fogo do desejo...
As raízes, não importam onde elas esteja fincadas, sempre estarão na escuridão, assim como nossos pensamentos, metas, e mesmo uma figueira não sobreviveria na solidão, se esta sobrevivesse ao desmatamento de toda uma floresta, ela dependeu de um processo de nutrição e de um sistema social, assim como nós, quando nos deparamos com a solidão, entramos em desespero, pois sempre semeamos para os outros, nutrimos as raízes dos outros, e o tempo, a escuridão nos assusta, corremos desesperados atrás de um apelo social, um afago na alma, senão ficaríamos loucos, e nossas raízes são tão profundas nesse solo, que ao tentarmos mover-se não conseguimos, pois temos que nos nutrir de nossas fracas ideias e um solo frio é infértil, talvez se aprendermos a semear nossas almas, para nossas raízes, e não pensar na fotossíntese da luz exterior, seriamos realmente o cosmo que nascemos para ser!
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Frenologia.
RandomPara saber o que estava vazio e não tinha sentido o acelerar do coração... O pequeno homem inventou o amor, algo para preencher o vazio... Dai a solidão passou a ter mais sentido na vida do ser... O amor tornou sinônimo de recompensa, de ter algo qu...