Matteo Cavallieri
Ontem a noite com a Ivy foi tudo tão diferente, me senti errado pelo que acho ter sentido naquele momento, mas ao mesmo tempo nem tanto.
Estamos nos vendo pouco e talvez isso seja só pela saudade da companhia um do outro, nós sempre confidenciamos coisas, como com quem ficávamos, ou até mesmo quando bati o carro de meu pai e ela me apoiou para eu contar. Só que às vezes meu corpo parece dizer que não é só isso, eu bem sei quando ontem fiquei de pau duro com ela em cima de meu corpo.
Estou agora na sala, o motorista ia esperar para levar ela e os irmãos, mas disse que a levaria e como meus tios deixaram e já foram, estou só esperando ela.
-Ainda aqui? -pergunta incrédula e posso estar errado, mas parecia diferente, tenho quase certeza que veio irritada no carro.
-Vou te levar, disse aos seus pais que levava você, é caminho e o motorista já levou seus irmãos. -digo me levantando e ela apenas deu de ombro passando.
Não posso evitar olhar ao perceber que a saia que usava era menor que a outra.
-Deixou o resto da saia lá em cima?! -digo brincando e ela para me fuzilando com o olhar.
-Não achei a reserva e essa eu não uso há um tempo. -responde. -Mas não é da sua conta o tamanho da saia que uso. -diz e saí em minha frente.
Bem atrevida, na verdade muito.
Entramos no carro e sigo dirigindo para sair da propriedade.
-Matteo. -Ivy me chama e lhe olho. -Nossa amizade está diferente, parece desgastada, corrompida. -falava e na verdade em partes concordo com ela. -Falei a minha mãe sobre isso e ela sugeriu que viajássemos pra casa da praia, para conversar e ver se nos reconectamos ou se realmente isso pode ser o fim de um ciclo. -diz com a voz baixa e sei que não quer isso, nem eu.
-Podemos fazer isso, passo na casa de meus pais e digo que não poderei passar esse fim de semana lá, ou minha mãe me mata, já basta os passados. -proclamo e ela me olha sem entender.
-Estava transando com a loira siliconada e não foi ver sua mãe.. -diz com desdém e também sinto certa irá em sua fala.
-Não estava transando com ela, ao menos não com ela. -ao falar aquilo Ivy me olha e depois vira a cara.
Seguimos então a viagem sem dizer mais uma palavra, só ouvindo as músicas que tocavam baixo no carro.
Quando chegamos à escola de Ivy, ela saiu do carro sem dizer nada, tão rápido que esqueceu a mochila que estava no banco de trás, saio rápido e pego para lhe entregar.
-Ivy. -lhe chamo e ela olha pra trás, ergo a mochila e ela volta para pegar.
Nesse instante um grupo de garotos iam entrando e as amigas de Ivy de ontem também, mas eles estavam olhando pra ela como se fosse uma presa.
Quando estira a mão para pegar a mochila, lhe puxo e viro colando suas costas no carro. A prendo pondo a mão do outro lado e ela me olha sem entender nada, mas eu quero só que saibam que não devem mexer com Ivy.
Me aproximo o suficiente de seu rosto, quase chegando tão perto que nossas bocas poderiam se colar. Sinto o cheiro doce de seu perfume e também percebo seu peito subir rápido pela respiração descompassada enquanto seus lábios estavam entreabertos.
-Te pego amanhã cedo, esteja pronta. -falo próximo mais do canto de sua boca que de seu ouvido. -Toma. -lhe entrego a mochila. -Tchau baixinha. -digo e sei que odeia que lhe chame assim mas não diz nada e só acena com a cabeça.
Sai indo em direção ao portão e eu volto para dentro do carro, vou acabar chegando alguns minutos atrasado na aula, mas está tudo bem a disciplina é tranquila.
•••
A aula acabou mais cedo e como eu sei que tenho que enviar a atividade até hoje e também preciso ver minha mãe, decidi ir para lá ela deve vir pro almoço e meu pai também, não abrem mão disso. Como meus irmãos não estão em casa, posso me concentrar e fazer essa atividade de uma vez.
Pego o telefone e ligo para ela somente para garantir no caminho para lá.
Ligação on
-Mãe? -digo quando atende o celular.
-Olha lembrou que tem mãe. -ironiza, é a Alessandra Berruti a mulher com quem não se discute.
-Desculpa. -nem ouso dizer nada antes de pedir desculpas a ela. -Estou indo pra casa, você vem almoçar hoje e meu pai? -pergunto em seguida.
-Não verdade não ia Andrew não vai almoçar comigo hoje, tem uma reunião de negócios no almoço. -responde. -Mas agora que você vai faço questão de estar aí, afinal ele te ver todos os dias no quartel eu só vejo quando decidi aparecer. -minha mãe dando uma de dramática, daria para fazer novela.
-Está bem. Saí mais cedo da faculdade, vou estar lá já, nos vemos. -digo e ela concorda em seguida finalizando a chamada.
Ligação off
Assim que cheguei na casa de minha mãe cumprimentei Mada que estava no jardim olhando as flores, dei um abraço nela e conversei um pouco em seguida fui para o escritório de meu pai, supondo que lá me concentraria mais e de fato foi verdade, pois uma hora depois já estou encaminhando a atividade.
Saio do escritório e quando ia em direção a cozinha ficar com Mada enquanto minha mãe não chega a porta é aberta pela mesma. É incrível como os anos parecem não passar pra ela.
Ela larga a bolsa sobre o sofá e vem em minha direção me abraçando forte, retribuo o ato sentindo o carinho maravilhoso que somente ela sempre teve.
-Estava morrendo de saudades, me arrependo de ter te dado tanta liberdade. Mal vejo meu próprio filho. -diz abraçada a mim enquanto vamos nos dirigindo ao sofá.
-Desculpa mãe, são as demandas da faculdade. -digo e ela me olha com ironia, tudo bem que não é só isso.
-Como você está? -pergunta passando a mão suavemente em meu rosto.
-Estou bem, agradecendo por faltar só algumas semanas pro fim do semestre. -digo e ela sorri.
-Mas você aqui hoje?! Sinto que mais um fim de semana estarei sem meu filho. -na verdade sua suposição parecia mais só uma confirmação, como se soubesse.
-Sim, vou mais Ivy para a casa de veraneio esse fim de semana. -respondo e ela apenas encosta no sofá mexendo numa mecha dos lindos cabelos cacheados. -E a tia Vic já tinha te dito.. -agora sou eu que faço uma suposição mais que certa.
-Por aí. -diz vaga.
-A Ivy está me cobrando igual a você pela minha ausência. -completo. -Vamos sair como antes e nos distrair. -afirmo por fim.
-E aí você tem um fim de semana pra Ivy e pra sua mãe não?! -a dona Alessandra está bem irredutível hoje, mas compreendo a minha saída de casa foi algo que apoiou, mas deve ser difícil pra uma mãe se afastar do filho assim.
-Não diga isso, prometo vir aqui e passar alguns dias. -digo e ela me olha de canto sem acreditar.
-Estou brincando querido, mas só tome cuidado e cuide dela. Faça coisas de adolescentes eu fazia muito com a Vic, o Nick e o Simon. -fala rindo.
-Alessandra querida, não vi quando chegou. Vim avisar ao Matteo que o almoço está servido. -Mada que chegou na sala disse, ela é sempre tão doce e gentil e esta conosco a anos.
-Estamos indo Mada. -minha mãe diz e nos levantamos indo em direção a sala de jantar.
Estou morrendo de saudades da comida de casa, é perfeita. Minha mãe nunca soube cozinhar e eu puxei a ela na verdade nunca liguei, meu pai que vez ou outra fazia algo.
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Destinados ao Amor
RomanceCapa feita por: @falaserionati Até onde um amor de adolescentes pode chegar? Filhos de mafiosos e criados juntos Ivy Scarlett Cerrachio e Matteo Cavallieri descobriram o amor ao qual já eram destinados mesmo sem perceber.