Destinados ao Amor

Capítulo 6

Ivy Scarlett Cerrachio

Acordei bem cedo e estava super animada, ontem foi um pouquinho difícil com meu pai, mesmo que minha mãe já tivesse falado com ele, mas deixou numa boa depois, a única coisa que não gostou muito foi o fato de não termos ido com seguranças.

Arrumei roupas mais despojadas e muito biquínis, ando muito pálida, e como o clima está particularmente agradável aqui na Itália será muito bom.

Quando estou descendo as escadas ouço já a voz de meu pai conversando com alguém, mas ao chegar no meio do lance de degraus percebi que era com o Matteo que já estava.

-Tio eu vou cuidar da Ivy como a minha própria vida. Não há necessidade seguranças dessa vez, a Ivy é treinada e eu também, sabemos nos defender. -argumentava com meu pai e pelo visto nenhum dos dois me viam descer as escadas.

-Confio em você e aliás não entendi bem o motivo da viagem. -meu pai falou e sério mesmo que precisa desse interrogatório.

-Nos afastamos muito e queremos reconectar nossa amizade ou ver realmente no que irá dar. -Matteo começa a explicar e então arranho com a garganta chamando atenção dos dois que me olharam.

-Estou pronta. -digo descendo a mala e o olhar de Matteo sobre mim é a única coisa que consigo me concentrar.

-Espero que façam uma boa viagem. -meu pai diz. -Agora preciso ir, tenho uma reunião com o Andrew. -ele diz e vem até mim e me cumprimenta com um beijo na cabeça. -Se cuide filha. -fala e em seguida vai em direção a cozinha, provavelmente minha mãe deve estar lá.

-Oi. -digo indo em direção a Matteo que também caminha até mim.

Ele está usando uma camisa bege com alguns botões abertos e uma bermuda acinzentada, óculos pendurado na camisa e sinceramente o que mais o deixa atraente é seus lindos olhos esverdeados.

-Tia Vic disse que iria na cozinha fazer alguma coisa, pois parece que seus irmãos resolveram ajudar lá e está sendo uma bagunça. -diz parecendo meio sem jeito ou desconfortável.

-Já estão de saída?! -minha mãe aparece vindo da direção da cozinha e pelo visto vai pro hospital, já está pronta. -Cuidado os dois e por favor avisem quando chegar. -diz em súplica e vem até mim me abraçando.

Nos despedimos e depois disso saímos, Matteo pegou minha mala para levar até o carro enquanto eu caminhava atrás dele.

•••

No caminho fomos tão quietos que acabei cochilando, só acordei porque Matteo propositalmente, tenho certeza que ligou alto o som.

-Eii. -resmunguei em tom de advertência.

-Vai ficar realmente dormindo na viagem toda? -diz com um sorriso de canto.

-Você estava tão calado, eu acabei dormindo. -respondi a ele que me olhou de cima a baixo. -Nunca viu? -o provoco observando.

-Não, não só.. -parou de falar balançando a cabeça.

-O que? -desafio para que continue.

-Não importa. Estamos chegando. -muda de assunto sem dizer nada.

Quero realmente saber como se dará o final desses dois dias com Matteo, se realmente iremos nos separar de uma vez ou se nossa amizade se manterá assim tão estranha.

-E então como está a faculdade, é legal? -pergunto puxando assunto e retiro o cinto que me incomodava e me viro numa posição mais confortável de frente a ele.

-Vai bem, nada mal para um primeiro período. Mas e você em algumas semanas se forma no ensino médio, finalmente decidiu o que quer fazer? -indaga me olhando.

-Na verdade não, conversei sobre um ano sabático com minha mãe, ela não gostou muito da ideia e imagino que meu pai gostará ainda menos. -falo rindo, mas na verdade me sinto perdida.

Eu sinceramente não estou indecisa do que fazer, eu só realmente não sei o que quero fazer, não faço ideia em que me encaixo e nem algo que eu goste e faça sentido. Na verdade parece tudo bem, mas essa falta de um norte acaba comigo.

-Seja lá o que fazer, sei que vai se sair bem o ambiente da faculdade é muito melhor que o escolar. -comenta e aquilo não lá me ajudaria muito.

-Espero que tenham homens mais bonitos que na escola. -solto rindo, pois na minha cabeça soou engraçado, mas pelo visto para Matteo nem um pouco.

Repentinamente ele parou o carro e antes que eu virasse para indagar o que aconteceu Matteo avançou em cima de mim e achei que faria algo, mas ao invés disso pegou somente o cinto e passou em volta de meu corpo outra vez. O olhei desacreditada, é sério que precisava disso.

-Você é muito inconsequente em falas e atitudes, Scarlett -argumenta e aquilo não foi exatamente por causa do cinto.

-Não me chame assim, não gosto. -digo virando a cara para ele e ignorando todo o resto.

Depois de um longo tempo de viagem chegamos a casa da praia e o cheiro de mar já entrava em minhas narinas me deixando totalmente feliz, amo esse clima.

Quando cheguei subi em direção ao meu quarto e Matteo com atitudes de um velho foi falar com um dos empregados e saber como andam as coisas. Liguei pra mamãe avisando que cheguei e pedi que avisasse a meu pai e tia Alê, sei que o Matteo não é lá muito atencioso nisso, não que eu seja.

Chegamos cedo, o clima está maravilhoso então decidi que iria logo para o mar, o cheiro do mar me traz calma. Retirei o cropped e o short que vestia e optei pelo primeiro biquíni que veio em minha frente, que por sinal não é lá meu preferido me deixa apagada pois é branco.

Vesti ele e achei que ficou bom, prendi meu cabelo num coque alto e estava pronta, não ia por nada por cima, pois estou em casa e a praia é tipo pouquíssimos metros daqui.

Desci a escada me encontrando com uma das empregadas que trabalham aqui e pedi que levassem algo para as cadeiras de sol e que me chamasse somente na hora do almoço.

Caminhei em direção a saída e realmente antes que alcançasse as portas de vidro que dão de frente para o mar vejo Matteo vir em minha direção.

-Para onde vai assim?! -verbera e apenas lhe olho por cima do ombro e viro totalmente a ele em seguida.

Mas quem ele acha que é.

-Pro mar, não é óbvio ou vai querer me proibir. -desafio indo para perto.

Gostei de ver seus olhos verdes observando cada parte de meu corpo, cada detalhe desde meus seios até minhas pernas e melhor ainda era a sua reação, parecia conter algo dentro de si e engolia a seco.

-Não sou ninguém para lhe proibir, mas também não acho que acordo está passeando quase nua pela casa. -o argumento mais infundado do mundo, sempre fiz isso.

Temos empregados discretos que nunca falariam nada de nossa vida, a praia é um acesso basicamente restrito a todos numa extensão bem vasta e não tenho porque andar coberta na praia.

-Ótimo estou tomando um sol caso queira falar comigo. -pontuo por fim e saio de sua frente sentindo que mesmo ainda me olhava.

Não faço ideia do que me deu, mas quanto mais me observa, mais quero manter seu olhar em mim, somente em mim.

Quando sinto aquele sol maravilhoso em minha pele é como se todo o mundo desse um tempo ao meu redor e nada mais importasse, me sinto um outra pessoa.

××××
Final de semana produtivo, que será que vai rolar.