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"Era a hora da tão esperada dança com máscaras. Cada convidado recebeu uma máscara especial, exceto eu, a debutante. Todos encontraram um par para a dança, sem saber a identidade de quem estava ao lado. Eu também encontrei o meu, e embora não fizesse ideia de quem ele fosse, sentia algo especial, uma atração inexplicável. Logo, todos dançavam uma valsa belíssima com seus pares desconhecidos. "Agora está na hora de tirar as máscaras," anunciou o DJ. Não pude acreditar no que via. Eu estava dançando com o Arthur? Como ele entrou sem ser convidado? E ainda estava sorrindo de um jeito... Que raiva!"

— Nicolle

Foi com isso que sonhei esta noite, e agora me pergunto por que diabos sonhei com o idiota do Arthur Novaes.

Hoje é o dia em que minha irmã chega aqui no Canadá, então nada pode dar errado, nem hoje, nem amanhã.

Meus pais e eu estamos a caminho do aeroporto, no centro de Ottawa, capital do Canadá.

Estou ansiosa para ver minha irmã. O avião dela chega em dez minutos.

Estou vestindo um cropped de mangas longas e uma calça cargo. Troquei meu All-Star hoje por um tênis branco da Nike. Meu cabelo está solto, já que estava com preguiça de arrumá-lo hoje.

Amanhã é a festa, e estou muito, muito ansiosa. Está tudo planejado, cheio de apresentações e detalhes especiais.

Quando os convidados chegarem, receberão uma máscara para o baile antes da apresentação especial das meninas. Depois, virá a nossa, e assim por diante.

— NICOLLE! — Vejo uma garota de cabelos longos e lisos, com uma saia bonita e uma blusa curta, correndo em minha direção. Uma menina que conheço bem.

— ISABEL! — Corro em sua direção também. — Senti tanta a sua falta, minha irmã!

Ela está com uma roupa bonita, embora não faça meu estilo. Está usando uma meia-calça preta, uma saia, e um cropped preto de manga longa. Eu até usaria esse look, por mais que não seja o meu tipo, repito.

— Eu também senti sua falta, sua nerd maluca! — Ela sempre me chamou assim. Já até me acostumei.

— Culpa sua, blogueira flopada! — Rio.

Por um momento, esquecemos que estávamos no aeroporto e que ela precisava pegar suas malas e ajudar minhas tias.

Olhei ao redor e vi várias pessoas se reencontrando com seus familiares. É tão gratificante estar aqui e poder esquecer de vez o inferno que chamo de passado.

— Nicolle! — Vejo Luísa vindo em nossa direção com Lorena no colo. — Olha só quem veio parar em Ottawa também!

— Luísa, que saudades! — Abraço-a. Luísa é minha prima, quase uma irmã. Ela tem uma vibe bem patricinha, mas é cada coisa que sai da boca dela... — Lolo, que saudades que a prima estava de você! — Pego a pequena celebridade que é minha prima Lorena.

Lorena tem apenas 3 aninhos, mas seu nome já é conhecido por todo o Brasil e parte da Europa. Ela é muito fofa e tem uma beleza admirável. Seus olhos azuis claros são o que mais chamam a atenção, sua pele branquinha como leite, seu cabelo ondulado e meio ruivo, e seu estilo impecável. Mesmo com tudo isso, ela não deixa de ser uma criança adorável.

Luísa não fica para trás. Que genética boa a da família dela! Ela é a mais velha de suas irmãs, tem cabelos loiros e lisos enormes, olhos verdes, pele branca, mas bronzeada, e usa roupas de marca.

Acho que sou a única que não me encaixo muito bem na minha família. Eles têm grandes visões de um futuro que só beneficia o próprio nome. Minhas tias não são assim, mas minha mãe... Acho que, em um momento de fraqueza, a única coisa que lhe veio à mente foi ser assim.

Acabo sendo mais reservada e diferente porque acredito que tenho que fazer todos felizes o tempo todo. Vivo minha vida pelas outras pessoas, sorrio para as outras pessoas. Talvez seja por isso que não quero seguir a carreira de Direito e tenha uma mente totalmente diferente da deles...

Nesse momento, minhas primas e minhas tias vieram ao nosso encontro, e fomos direto para minha casa, onde minha mãe preparou uma pequena festa de boas-vindas.

Levei Isabel para o meu quarto, já que, nesses primeiros meses, nós duas iremos dividir esse "pequeno" espaço.

— Pode ficar com essa parte do closet e usar a TV durante o dia, já que costumo estudar nesse período. Pode fazer o que quiser, só não quebre minhas coisas! — Digo, mostrando para ela o meu humilde quarto, com decoração básica em branco, roxo e preto, cheio de pôsteres dos cantores que gosto e colecionáveis de animes e HQs.

— Esse quarto é a sua cara... — Ela ri enquanto olha ao redor. Concordo plenamente com o que ela disse.

— Ah, e não mexa nos meus livros! — Meus livros preciosos têm histórias demais para a mente pequena da minha irmã.

— Pode deixar! — Ela continua rindo. — É melhor descermos para a mamãe não surtar.

Descemos e curtimos ao máximo a festa que minha mãe organizou. Sinto pena dos vizinhos, que tiveram que escutar o pagodinho das minhas tias e da minha mãe até às 22h30...

Amanhã é o grande dia...

Continua.

Crônicas de uma nerdOnde histórias criam vida. Descubra agora