Julie
Estou super animada para a festa da Nicolle neste sábado! Nós sete - eu, a Emilly, a Naty, a Marie, a Angela, a Lívia e a própria Nicolle - vamos arrasar na coreografia que a Naty montou.
Entre todas, a Naty é a minha melhor amiga. Ela é talentosa, inteligente, engraçada, e tudo de bom - é por isso que somos tão próximas.
Na segunda-feira, um novo garoto chegou na escola. Ele é intercambista e, além de ser uma pessoa muito legal, é incrivelmente bonito.
Acho que já deu para perceber que gosto de estar perto dos populares, e até porque quero ser uma delas, logo me envolvi com esse garoto.
Ele é bonito, alto, tem olhos castanhos claros e uma pele bronzeada, o que mostra que ele não é daqui. Seu cabelo é ondulado e loiro escuro, e tudo nele chama a atenção.
O nome dele é Arthur Novaes, tem 16 anos e é mais velho que eu. Acho que ele gostou de mim, porque não parou de me olhar na hora do intervalo, enquanto eu conversava com a Nicolle e a Naty.
Hoje, na hora da saída, tem treino do time de basquete, e ele, coincidentemente, faz parte do time junto com meu irmão. Por isso, decidi ficar até mais tarde para assistir.
Estou ansiosa para vê-lo...
Eu estou no refeitório, o lugar está gelado já que ainda estamos no inverno, a maioria dos alunos ficam nas salas ou andando pela escola no intervalo por isso o refeitório fica vazio como agora, isso é bom para eu ter um momento só meus de pensar
- Julie! - A Naty me chama, interrompendo meus pensamentos. - Onde você estava com a cabeça? - Ela ri.
- Só estava pensando no que a Emilly disse mais cedo.
- Sobre ficar até mais tarde?
- Sim. Eu tenho que ficar de qualquer forma, hoje meu irmão tem treino com o time de basquete.
- Você nunca ficou esperando ele, mas tudo bem. Você vai assistir ao treino ou vai acompanhar a gente no ensaio do coral?
- A...ah, acho que vou com vocês... - Na verdade, vou tentar dar uma escapadinha, elas nem vão perceber.
- Bom, então bora para a aula de Geometria. - Ela faz uma cara de cansaço enquanto seguimos para a sala.
A Nicolle parece não gostar muito do Arthur, então não posso falar para as meninas sobre ele. Nós não costumamos guardar segredos umas das outras.
Talvez eu possa falar para a Duda. Apesar de ser um pouco mimada e meio valentona, ela é uma menina legal - pelo menos comigo.
Eu sento perto das meninas e da Duda, então peguei um pedaço de papel e escrevi:
"Você conversa com o Arthur? O garoto novo."
"Claro que conheço, por quê? Está interessada nele?"
"Ah, acho que sim, você sabe, ele é um gatinho."
"Hm, posso te apresentar a ele se quiser."
Não respondi mais nada, apenas acenei e voltei minha atenção para a aula.
Tenho certeza de que, com a ajuda dela, vou conseguir o contato do Arthur.
Ah, ele é tão lindo... seus olhos, sua pele, seu cabelo, aquele sorriso de lado... tudo nele me atrai de uma forma irresistível.
Quando chegou a hora da saída, o coral foi ensaiar no teatro da escola, onde tem o palco e as diversas cadeiras vermelhas para a plateia. O treino de basquete vai ser no andar de baixo, na quadra esportiva, onde tem a arquibancada para a plateia ver o jogo ou os treinos, além do vestiário para os jogadores
Eu tive que ficar um tempo numa das cadeiras vermelhas vendo o treino do coral, eu odeio cantar e odeio o estilo musical que elas estão cantando, mas eu disse que estaria aqui então fiquei.
O coral estava se preparando para a apresentação no show de talentos. Eu não faço ideia do que vou apresentar, agora só consigo pensar no que estou sentindo pelo Arthur. Será uma atração? Um sentimento especial? O que pode ser?
[...]
Já se passaram 30 minutos e agora eu acho que vou ver o treino de basquete.
Não é como se eu estivesse desesperada para falar com ele, eu só tenho uma curiosidade...
- Professora, posso ir ao banheiro? - Que se dane, vou sair daqui logo, odeio a música que estão cantando.
- Claro, aproveita e bebe água para ver se ajuda a melhorar a voz! - Isso claramente foi uma indireta sobre minha péssima voz.
Peguei minha mochila e saí do teatro, indo direto para a quadra.
- Finalmente você chegou, Julie! Pensei que não viria. - Duda disse se levantando da arquibancada - Estava achando que tinha desistido
- O ensaio do coral demorou muito, mas o treino já acabou?
- Sim, já acabou, já são quase duas horas da tarde. - Ela olha no seu relógio digital - Mas enfim, Julie Walter, esse é o Arthur, Arthur essa é a Julie.
- Muito prazer, Julie, sou Arthur. - Ele estendeu a mão para me cumprimentar.
- Muito prazer, Arthur - respondi, apertando sua mão entusiasmada. O primeiro toque é sempre o mais importante.
A mão dele é tão macia e firme, e ele está sorrindo para mim. Seu sorriso é tão bonito, tão atraente...
- O que você curte? - Ele perguntou, me tirando do encantamento do seu sorriso.
- Eu? Eu gosto de HQs, hip-hop e dança. - Não posso dizer de cara que sou uma garota viciada em fama e assuntos nerd.
Ele olhou para o lado e sussurrou algo no ouvido da Duda. Fiquei parada, esperando para saber o que ele poderia estar dizendo.
- Você topa sair comigo amanhã depois da aula? - Ele sorriu de canto.
- Cla...Sim, eu topo! - Julie Walter, não seja tão desesperada!
Ele e a Duda saíram, e eu sentei para esperar meu irmão sair do vestiário para irmos para casa.
- Julie! O que você está fazendo aí? - Vi a Naty correndo em minha direção. Ela é tão baixinha e fofinha...
- Estou esperando meu irmão, e você? Como foi o ensaio do coral?
- O ensaio foi a mesma coisa de sempre, aquela música horrível que só fica boa na voz da cantora original. - Ela joga a mochila do lado da minha e se senta do meu lado.
Se parar para perceber, ela é muito bonita, sua pele branca e seus cabelos pretos, seus olhos que são algo que dá um destaque em seu rosto.
- Tudo bem? Você está estranha. - Eu estava de novo perdida em pensamentos.
- Estou bem sim, estava apenas pensando em algumas coisas.
- Qualquer coisa é só me falar, afinal somos melhores amigas! - Ela pega minha mão e sorri, naty fica muito fofa quando sorri.
Nós conversamos e meu irmão saiu do vestiário me chamando para irmos embora, a naty acompanhou a gente até parte do caminho, nós moramos perto.
Agora eu vou sair com o Arthur e ficar mais popular, eu tenho que arrasar amanhã. Não quero que ele me acha uma esquisita.
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Crônicas de uma nerd
Teen Fiction[...] Não é fácil viver o ensino médio sendo a nerd estrangeira que tem uns problemas de personalidade e jeito de agir...