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Dias Atuais

Pov S/n

Acordei ao som suave de pássaros cantando lá fora, o sol começando a penetrar através das cortinas pesadas do meu quarto. A sensação de sonolência ainda pairava sobre mim, um efeito colateral agradável da minha imortalidade. Rolei na cama, tentando espreguiçar e espantar o cansaço, mas a verdade é que eu estava apenas empurrando os limites da manhã.

Levantei-me lentamente, dando um rápido olhar no espelho, onde o meu reflexo, sempre o mesmo, parecia um pouco mais sonolento do que eu gostaria. Com um bocejo, segui em direção ao banheiro. O banho gelado era um ritual matinal que, apesar do choque, sempre ajudava a clarear a mente e me deixava mais alerta. A água fria era revigorante, sua frieza me fazendo despertar completamente enquanto eu me lavava. Terminei o banho, envolvi-me em uma toalha e, sentindo-me finalmente mais desperta, desci para a cozinha.

A casa estava tranquila, exceto pelo som da água e pela leve fumaça do café que eu não me importava em beber, mas que sempre preenchia o ar com um aroma agradável. Quando cheguei à cozinha, vi minha mãe sentada à mesa, saboreando uma taça de sangue com a mesma graça e elegância que ela sempre exibia. 

"Bom dia, mamãe." falei, me aproximando e dando um beijo carinhoso na cabeça dela.

"Bom dia, meu amor." respondeu ela, seus olhos brilhando com um caloroso afeto enquanto me observava.

Sentei na cadeira e peguei uma jarra de sangue que estava no meio da mesa. Enchi minha taça com o líquido vermelho, sentindo o prazer inconfundível da bebida enquanto ela passava pelos meus lábios. Foi um momento de pura satisfação, uma rotina que nunca perdia sua importância para mim.

Mas, de repente, um barulho vindo da entrada da mansão interrompeu o momento. O som de passos rápidos e uma voz conhecida e furiosa ecoou pelo corredor: "SSSS/NNNNN!"

Minha mãe e eu trocamos um olhar, tentando conter a risada que ameaçava escapar. Era claro que papai estava no meio de uma de suas famosas explosões de raiva. Mamãe respirou fundo, tentando manter a compostura, enquanto eu escondia um sorriso atrás da minha taça.

A porta da cozinha se abriu com um estrondo e meu pai entrou, sua expressão carregada de frustração. Sem mais delongas, ele pegou seu tablet e o lançou na minha direção. O dispositivo deslizou pela mesa e parou em frente a mim. Fiquei curiosa, olhei para a tela e vi a manchete de uma notícia alarmante: Dois jovens encontrados sem vida e com todo sangue drenado.

Um riso leve saiu dos meus lábios, e meu pai me lançou um olhar severo. "Está achando graça, S/n?" ele perguntou, sua voz fria e intensa.

Inclinei a cabeça, tentando manter o tom sério. "Bem, parece que não fui a única a ter um momento de diversão."

Meu pai, ainda bravo, se aproximou. "S/n, temos estoques de sangue suficientes para matar nossa sede. Não precisamos matar inocentes."

Olhei para ele com uma expressão desafiadora. "Porque acha que fui eu? Porque não coloca a culpa nos meus primos? Eles também têm sede."

"Porque eu te conheço!" respondeu meu pai, seu tom de voz carregado de confiança e, talvez, de alguma exasperação.

Senti um pequeno prazer em saber que ele tinha razão. Sim, fui eu. Mas não era algo que eu estava disposta a admitir sem um pouco de provocação. Levantei-me, indo em direção à geladeira com um sorriso de sarcasmo. "Desculpa se minha sede não é saciada com bolsas de sangue."

A provocação estava clara em meu tom, e o olhar de meu pai não mudou, mas havia uma centelha de compreensão em seus olhos. Mamãe, que estava tentando não rir, finalmente cedeu ao impulso e sorriu.

My Girl - Hailee Steinfeld e S/n (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora