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Pov S/n

Hailee acordou.

O âmbar dos seus olhos estava diferente agora. Havia um brilho profundo, uma intensidade incontrolável. E então, a expressão em seu rosto mudou — a confusão rapidamente deu lugar ao medo, ao desespero. Ela abriu a boca, como se quisesse falar, mas o som que saiu foi um grunhido baixo e rouco. O fogo que queimava em sua garganta agora era insuportável. Eu conhecia bem essa dor.

"Está tudo bem, meu amor" sussurrei, colocando a mão suavemente em seu ombro. "Estou aqui."

Seus olhos encontraram os meus, cheios de perguntas não ditas, e eu me abaixei até ela, falando com toda a calma que consegui reunir. "Você está passando pela transição, pode ser confuso e assustador... mas você está segura."

Ela segurou minha mão com força, seus dedos frios apertando os meus como se fosse sua única âncora à realidade. Pude ver o terror em seu olhar, as lágrimas acumulando-se em seus olhos. Mas, mais do que isso, pude sentir sua fome — a sede de sangue, queimando dentro dela como um incêndio incontrolável.

"Eu... o que... está acontecendo?" A voz dela estava rouca, falha, e ela tossiu, segurando a garganta como se tentasse aliviar a dor.

"Você precisa de sangue." eu disse, sem rodeios. Não havia sentido em adoçar a verdade. "Essa dor, essa sensação que você tem na garganta, é a sede. A fome. Mas vai passar."

Os olhos de Hailee se arregalaram, e por um momento, ela recuou, como se estivesse tentando processar tudo. "Sangue... Eu... Não posso..." Sua voz falhou novamente, e mais lágrimas começaram a cair.

Abracei-a, sentindo seu corpo tremer contra o meu. "Eu sei que parece impossível agora, mas você vai conseguir. Vai aprender a controlar isso, e eu estarei aqui para ajudar você em cada passo do caminho."

Ela enterrou o rosto em meu ombro, sua respiração irregular enquanto lutava para conter a dor e o medo. Fiquei ali com ela, sem dizer mais nada, apenas a segurando, permitindo que ela se ajustasse à nova realidade. O tempo parecia não ter significado enquanto estávamos assim, conectadas pelo que parecia ser um oceano de emoções intensas.

Eu continuei segurando Hailee, sentindo cada tremor que sacudia seu corpo. O medo dela era palpável, misturado com a sede insuportável que só estava aumentando. 

"Fica aqui, querida." sussurrei, segurando seu rosto com as duas mãos e olhando diretamente em seus olhos, que estavam úmidos. "Eu vou trazer o que você precisa."

Ela assentiu lentamente, um misto de confiança e confusão brilhando em seu olhar. Eu sabia que, em breve, aquela incerteza daria lugar a algo muito mais primitivo.

Com minha super velocidade, saí do quarto e desci as escadas, passando por Hope, que estava levando um prisoneiro para um dos quartos. Ela me olhou com expectativa, e sem dizer uma palavra, me aproximei de um prisioneiro que ela havia hipnotizado. Ele estava sentado, inerte, perdido em uma transe profunda, sem ter a menor ideia do que o aguardava.

Eu o ergui com facilidade e o levei até o quarto, parando diante de Hailee, coloquei o homem em pé, na frente dela, e a atmosfera do quarto ficou pesada de tensão.

"Quem é ele?" Hailee perguntou com a voz hesitante e rouca. Seus olhos passaram do prisioneiro para mim, procurando respostas que ela ainda não conseguia entender.

"Ele é um lixo para a humanidade." respondi, sem rodeios. "Está hipnotizado, não vai sentir nada. Ele será sua fonte de alimento."

Hailee olhou para o homem, o conflito estampado em seu rosto. Mesmo com a dor em seus olhos, ela balançou a cabeça devagar. "Eu... eu não consigo. Não posso fazer isso, não posso matar alguém"

My Girl - Hailee Steinfeld e S/n (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora