My Girl - Hailee Steinfeld e S/n (G!p)

09

Pov Scarlett

Sentada no sofá, eu encarava a tela desligada da TV, mas minha mente estava longe dali. As imagens das últimas cenas de crime, as vítimas encontradas, todas com aqueles malditos ferimentos no pescoço... Não conseguia afastar esses pensamentos. A perícia continuava a insistir na teoria de que as marcas eram resultado de ataques de animais ou melhor morcegos, mas eu sabia que havia algo mais. Algo que não se encaixava.

No fundo, eu sempre fui uma pessoa prática. Acreditava na lógica, nas evidências, no que podia ser provado. Mas esses casos estavam me desafiando de uma maneira que eu nunca tinha enfrentado antes. As mortes eram cada vez mais frequentes, e as pistas... Bem, eram mínimas, para dizer o mínimo.

O que me deixava ainda mais inquieta era o dia em que Hailee apresentou S/n. Quando recebi a mensagem sobre a nova vítima, S/n acertou imediatamente sobre o caso. Isso me deixou com uma sensação desconfortável. Será que ela tinha uma intuição excepcional ou havia algo mais?

Nada parecia ser coincidência, e eu não podia ignorar a estranha precisão de S/n. Uma parte de mim queria acreditar que era apenas um palpite de sorte, mas outra parte, a parte mais racional, sabia que não era tão simples assim.

A porta da entrada se abriu suavemente, interrompendo meus pensamentos. Olhei para cima e vi Elizabeth entrando. Ela fechou a porta atrás de si, um leve sorriso em seus lábios, mas sua expressão mudou assim que ela me viu.

"Amor, o que houve?" Ela colocou a bolsa sobre a cadeira ao lado da porta e caminhou até mim. Sentou-se ao meu lado, o olhar preocupado enquanto me estudava.

Suspirei, passando uma mão pelo rosto. "Esses casos... Estão me deixando louca."

Ela segurou minha mão, apertando levemente. "Quer me contar?"

"É o padrão, ou a falta de um, que está me incomodando," comecei, olhando para nossas mãos entrelaçadas. "As marcas nos pescoços, o sangue drenado... A perícia está focada na teoria dos morcegos, mas eu não consigo... Eu simplesmente não consigo acreditar nisso."

Elizabeth inclinou a cabeça, seus olhos fixos nos meus, sempre tão compreensivos. "E o que você acha que é?"

Soltei uma risada amarga. "Não sei, e esse é o problema. Mas S/n... A forma como ela sabia sobre o caso antes mesmo de eu mencionar qualquer coisa. Ou ela tem uma intuição incrivelmente aguçada, ou..."

"Ou o quê?" Elizabeth perguntou, me encorajando a continuar.

"Ou ela sabe mais do que está deixando transparecer." As palavras saíram mais duras do que eu pretendia, e senti uma pontada de culpa. Eu não tinha provas, e acusar alguém com base em um pressentimento ia contra tudo em que eu acreditava.

Assenti, sabendo que ela estava certa. "Eu só... Estou cansada, Lizzie. Cansada de ver essas pessoas mortas, de não conseguir juntar as peças. E agora estou começando a duvidar até mesmo do que eu sei."

Ela acariciou minha mão com o polegar, oferecendo-me o conforto que eu precisava. "Você é a melhor detetive que conheço. E se há algo errado, você vai descobrir. Mas talvez você precise olhar para esse caso de um ângulo diferente."

"Como assim?" perguntei, um pouco confusa.

"Talvez o que você está procurando não seja algo que possa ser explicado pelos métodos convencionais. Talvez haja algo mais... incomum."

Eu sabia o que ela estava insinuando, mas não queria considerar essa possibilidade. "Você acha que estou lidando com algo... sobrenatural?"

Elizabeth não respondeu imediatamente, mas seu olhar sério me disse o que eu precisava saber. "Não estou dizendo que seja isso, mas... e se for? Você está disposta a considerar essa possibilidade, mesmo que apenas para eliminar?"