Encontros no Crepúsculo

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O crepúsculo caía sobre Nova York, tingindo os prédios com tons de laranja e púrpura. A cidade, sempre viva, parecia segurar o fôlego por um instante, como se pressentisse que algo importante estava prestes a acontecer. No alto de um dos arranha-céus, Natasha Romanoff, a Viúva Negra, observava a cidade, seus olhos afiados captando cada movimento abaixo. Para os outros, era apenas mais uma noite. Para ela, era uma noite diferente.
Desde os eventos de Sokovia e a dissolução temporária dos Vingadores, Natasha havia se isolado. As sombras sempre foram seu refúgio, mas, naquela noite, havia algo no ar. Talvez fosse a carta que recebera, escrita em uma caligrafia familiar, ou o fato de que sabia que, em breve, ele estaria ali.

Steve Rogers, o Capitão América, era um homem de princípios, mas o que muitos não sabiam era que ele também era um homem de sentimentos profundos. Seus olhos claros, sempre tão cheios de convicção, também escondiam uma vulnerabilidade que poucos tinham a chance de ver. Natasha era uma dessas poucas pessoas.

Ele apareceu silenciosamente ao seu lado, como uma sombra que se funde com outra. Não havia necessidade de palavras. Por um momento, ambos apenas observaram o horizonte, o silêncio entre eles carregado de coisas não ditas.
"Você me chamou, Nat," Steve finalmente quebrou o silêncio, sua voz baixa e firme.

Ela desviou o olhar para ele, notando como os últimos raios de sol faziam seus cabelos loiros brilharem. "Precisamos conversar, Steve. Sobre o que vem a seguir... Sobre nós."

Steve não era um homem de fugir de conversas difíceis, mas o peso daquelas palavras fez seu coração acelerar. Ele sempre soube que havia algo entre eles, algo que ia além da amizade e do respeito mútuo. Mas a guerra, as missões e o destino do mundo sempre pareciam mais importantes.
"Eu sei," ele respondeu, sentindo a verdade em cada sílaba. "Mas o que vamos fazer sobre isso?"

Natasha respirou fundo, os olhos fixos nos dele. "Precisamos parar de fingir que isso não importa. Que o que sentimos não é real."

Steve sorriu levemente, aquele sorriso que era uma mistura de esperança e tristeza. "Então, o que sugere?"
"Que comecemos por aqui, agora," ela disse, sua mão deslizando suavemente para encontrar a dele. "Sem mais mentiras, sem mais desculpas. Apenas nós dois, enfrentando o que quer que venha pela frente."

O toque da mão dela na dele foi um choque, um lembrete de que, mesmo nos piores momentos, ainda havia espaço para amor e conexão. Steve apertou suavemente a mão de Natasha, como se selasse um acordo silencioso.

"Então, vamos fazer isso," ele sussurrou, seus olhos nunca deixando os dela. "Juntos."
O som de helicópteros à distância interrompeu o momento, um lembrete gritante de que eles ainda tinham um mundo a salvar. Mas algo havia mudado naquela noite. Algo que, independentemente do que viesse a seguir, eles nunca poderiam ignorar novamente.

O legado de dois heróis Onde histórias criam vida. Descubra agora