Capítulo 4

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Buck o segue para casa depois do turno deles e é incrível o quão familiar e estranho isso parece enquanto eles entram, tiram os casacos e vão até a cozinha para que Eddie possa pegar um copo de água para cada um. Por um longo tempo, Buck pareceu apenas mais uma parte da casa dos Diaz. E ele ainda parece, só que menos como uma parede de tijolos e mais como um pedaço de vidro que Eddie tem medo de quebrar.

Eles ficam em lados opostos do balcão da cozinha e deixam o silêncio reinar ao redor deles por alguns minutos antes de Eddie limpar a garganta.

“Então, eu te devo uma explicação.”

Buck esfrega o dedo na condensação em seu copo. “Você não me deve nada, Eddie. Se não quiser me contar, não conte.” Ele olha para cima e fixa Eddie com um olhar penetrante. “Mas se quiser, eu quero ouvir, e quero ajudar você, se me contar o que você realmente quer fazer.”

“Eu quero te contar” diz Eddie. “Eu queria fazer isso há um tempo, só que ficou tudo tão bagunçado e então eu senti que não conseguia, como se tivesse ido longe demais.”

"O que aconteceu?"

Eddie engole em seco. “Eu estava tão bravo, Buck. De tudo.” Sua voz é baixa, quase um sussurro e ele vê Buck se inclinar para frente para ouvi-lo melhor.

“Parecia que tudo estava dando errado de uma vez. Você estava ferido, Shannon tinha ido embora, então o maldito tsunami. Eu quase perdi você e Christopher” sua voz falha e ele limpa a garganta novamente, se forçando a continuar. “Chris, ele continuou tendo esses pesadelos. Ele perguntava por você e eu não podia fazer nada por causa do processo. Eu senti como se tivesse perdido você mesmo que o tsunami não tivesse te levado embora. Eu me senti inútil. Eu não podia ajudar meu filho. Eu não podia te ajudar. Eu não podia fazer nada para proteger minha família.”

Buck respira fundo e Eddie desvia o olhar, não suportando olhá-lo nos olhos enquanto ele admite a verdade.

“Eu me senti fora de controle. Eu bati em um cara que me incomodou em um estacionamento e Lena teve que vir me resgatar da cadeia. Eu contei a ela o que estava acontecendo e ela disse que tinha uma ideia que poderia ajudar.” Ele enrola as mãos na borda do balcão. “Ela me mostrou um ringue de luta de rua. E no começo era só para assistir, mas... eu não sei. Parecia que eu finalmente tinha uma maneira de estar no controle novamente, de vencer. Eu poderia extravasar toda a minha raiva e não levá-la para casa comigo. Mas eu extravasei, Buck. Eu nunca deixei essa raiva ir embora, não realmente. E eu não acho que sei como.”

Ele ouve Buck se aproximar um passo e então uma mão se fecha sobre a sua, gentilmente abrindo o local onde ele ainda segura o balcão com tanta força que os nós dos seus dedos estão brancos.

“Não vou te dizer o quão estúpido foi sair para lutar, porque acho que você sabe” diz Buck. “Mas vou te dizer que estou bravo. Estou bravo porque era assim que você estava tentando resolver seus problemas e estou bravo porque você me chamou de egoísta por seguir com o processo quando estava fazendo algo assim.”

As palavras doem, mas Eddie sabe que ele está certo. O polegar de Buck se enfia por baixo da palma de Eddie; seus dedos se enrolam gentilmente em volta dos seus.

“Mas também vou te dizer que senti sua falta e que sinto muito que você tenha passado por tudo isso sozinho. E estou feliz que você me contou, porque agora eu posso ajudar” ele aperta a mão de Eddie. “Eu sempre te protejo, cara, não importa o que aconteça.”

Fazendo a coisa certa - Buddie.Onde histórias criam vida. Descubra agora