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- Azevedo 🚂

📍complexo da penha
Segunda-feira, 06:00 am...

Ajeito a bandoleira do fuzil e encaro os dois moleque ajoelhados no chão da salinha. Pego um baseado no bolso juntamente com o isqueiro e acendo, dando uma tragada em seguida.

Azevedo : Vai precisar de mais ou vocês vão falar aonde tá a porra do dinheiro? - eles permanecem calados e trago mais uma vez o cigarro de maconha entre meus dedos - No papo neguinho, vocês vão preferir morrer ao invés de falar a verdade? Pô, lealdade já vi que tem - nego e faço sinal para o gs que entendeu o recado.

O mesmo segurou o pedaço de madeira e desferiu nas costas de um deles, o mais novo caiu no chão berrando de dor e o Gs continuou a sequência alternando entre chutes e a madeira enquanto o outro apenas observa tudo no calado.

Azevedo : Tá vendo aí - ele me olhou - Se tu continuar de bico fechado, em breve é tua vez - ele abaixou a cabeça e fechou os olhos, sorri de lado negando e segurei o fuzil.

Faço sinal com a mão para o Kn se aproximar e o mesmo fez careta. Aponto para o moleque ajoelhado e falei para o mesmo pegar o saco plástico em cima do tambor e assim ele fez, pegou o saco e colocou na cabeça do indivíduo o sufocando. Sorri ao ver o garoto se debatendo tentando tirar o saco e falha miseravelmente.

Azevedo : Pode tirar - ele assentiu e retirou o saco plástico - Onde escondeu o dinheiro? - pergunto com calma e sem estresse e o moleque continou calado, nego com a cabeça e dou um trago no baseado soltando a fumaça - Tenho tempo de sobra pra poder ficar aqui com vocês até falar onde tá a porra do meu dinheiro.

Ódio já começa a se alastrar em meu corpo junto com a falta de paciência. Encaro novamente os dois moleques e com a atenção redobrada¹ percebo logo de primeira quem sabe e o que não sabe. Seguro o fuzil com uma mão só e disparo várias vezes contra o moleque caído no chão. O rosto do que está ajoelhado se contorce de raiva e tristeza, sorri de lado e aponto novamente o fuzil na sua coxa esquerda apertando o gatilho e em seguida escuto seu berro de dor.

Xxx : Não posso falar - grita - Eu não posso falar onde tá - coloca a mão na coxa e cai no chão enquanto chora por causa da dor.

Azevedo : Lógico que pode, tem boca pra isso - miro novamente e atiro na coxa direita e o mesmo solta apenas um grunhido de dor - Ou você fala por bem, ou você fala por mal - agacho próximo ao corpo - Você que escolhe - tiro a pistola da cintura e apontado para ele pela terceira vez.

Xxx : Na terceira casa do beco 07, enterrado no quintal da casa - grita - No canto esquerdo, onde tem um pouco de cimento recém passado - assinto recolhendo as informações.

Azevedo : Muito bem, vai ganhar até um pirulito - sorri e levantei - Levem pro alto do morro e coloquem no micro-ondas, se livrem desse aqui - Me refiro ao corpo sem vida estirado no chão - E avisa que já tá resolvido o k.o do roubo - Gs assentiu - Bora - chamo o Kn que apenas concorda com a cabeça e me segue para fora da salinha.

Kn : Tem certeza que o dinheiro tá lá mermo? - pergunta desconfiado e dou de ombros - K.o, se o moleque tiver mentindo e o dinheiro não tiver la? Vamo fazer o que?

Azevedo : Ele viu o irmão morrendo, levou dois tiros e tá sendo torturado desde ontem e sabe o que acontece se mentir - dei de ombros - Bora da uma olhada lá na casa e ver se tá lá mesmo, só acredito 100% quando eu ver esse dinheiro em minhas mãos.

Enquanto caminhávamos até as motos, fomos surpreendidos pela Marília. A mesma está nervosa e com os olhos embargados de lágrimas, nego com a cabeça e a encaro esperando ela dizer algo.

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