I.

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Caramba, estou de volta! Essa é a primeira amostra do que vem por aí
Essa fanfic vai demorar mais para atualizar porque estou terminando a oneshot da Miranda e também trabalhando no meu livro original.
Mesmo assim, espero que gostem desse capítulo e se animem pelo que vem. Essa é uma introdução a Ava, nossa personagem principal, com uma vida bem pesada. Essa fanfic no geral vai ser mais dolorida, mas confiem em mim!

Gatilhos para quem não aguentar: Morte, menção de tortura, menção a tentativa de suicídio, alcoolismo e problema com drogas.

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"Sutura por sutura, eu me rasgo
Se estar quebrado é uma forma de arte
Eu devo ser uma criança prodígio
Fio por fio, eu me desfaço
Se estar arrasado é um trabalho artístico
Com certeza essa é minha obra prima."
- Sleeping at Last, Neptune

O sentimento de luto pairava mais uma vez sobre o vilarejo. Senhora Garcia não aguentou a dor da falta de notícia da filha mais nova, Sarah, que havia sido convocada para o castelo dois meses atrás. Assim como muitas outras, as cartas de resposta dela deixaram de chegar, as únicas informações que a mãe conseguia vinha de palavras confusas de Duque depois de muita lei lavando as mãos dele. Não tem alma frágil que resistiria a isso. Depois de um velório improvisado e rápido porque a noite estava começando a chegar aos poucos, cada um se dispersou e fez o caminho até suas casas.

Ava olhou para o túmulo da senhora Garcia mais uma vez antes de virar as costas, colocar o capuz preto sobre a cabeça e andar pelas ruas do vilarejo até chegar no limite que separava o vilarejo e a passagem para cada lugar nobre, onde os senhores repousavam. Lá estava Duque com sua carruagem, acenando alegremente para um homem que se afastava com um jornal escondido nas roupas.

— Senhorita, Liomett como posso ajudá-la nesse fim de tarde adorável? — Ele perguntou com um sorriso, enquanto se inclina para olhá-la melhor. — Ainda tão pálida e fraca, as dores não passaram?

— Os remédios já não fazem efeito, Duque.  — Ava respondeu, olhando para a carruagem com produtos expostos, torcendo para ter algum alimento que caiba em seu bolso, pela pouca quantidade de lei que ela poderia dar em troca. — Sobrou alguma comida por 5 leis?

— Um saco de pães e dois ovos são tudo que sobrou dentro dessa quantidade. — Duque respondeu, olhando dentro da carruagem e pegando tudo o que havia dito, como também, uma única caixa de leite e um pedaço de carne seca. — A caixa de leite e carne são meu agradecimento por aquela amostra de tecido velho, me foi muito útil. Eu te entregaria alguns comprimidos, mas a informação sobre a falta de efeito me chateou.

— É mais que o suficiente, Duque. Obrigada. — Ela agradeceu e pegou o saco de papel que ele colocou os itens, colocando as cinco leis na mão dele. 

— Sabe, mesmo com tanto choro e lamento, é de ficar com o coração calmo pela certeza de um reencontro. Tempos difíceis estamos passando, talvez a passagem seja a solução mais simples para alguns de nós. Talvez lá encontramos a resposta e o amor que buscavamos aqui, as respostas para perguntas nunca respondidas. — Duque disse misteriosamente, mas Ava entendeu tudo. Ele lhe deu a certeza que Sarah estava morta e reencontrou a mãe em uma outra vida. Não ficou surpresa, no entanto. 

— A morte infelizmente não é uma solução para todos nós.

— Você saberia disso com certeza, não é?

Ava não respondeu. Ela agradeceu o homem mais uma vez com um aceno de cabeça e se afastou da carruagem, a noite começando a cair pelo vilarejo e escurecendo a rua aos poucos. Apertou os passou e caminhou pela casa de madeira escondida entre as árvores, quase no limite que separava o vilarejo do terreno de Lorde Heisenberg. Conseguia ouvir de longe os sons dos animais e também pelas aberrações que se escondem na escuridão. Felizmente chegou a tempo em casa. Ligou a fogueira do lado de fora e algumas tochas que ficavam penduradas do lado de fora para afastar os bichos e entrou, reconhecendo Elena e um cheiro delicioso de sopa.

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