Demorei um pouquinho, mas voltei. Obrigada por todos comentários e favoritos <3 sei que é uma fanfic nova e mais triste, mas estou feliz que estejam gostando! Não esperava tanto suporte neste começo rs
Até mais e se cuidem xoxo__________________________
“Qual é aquela canção que você canta para os mortos?
Eu vejo o sinal do holofote
Me atinge na janela do meu quarto
Bem, eu não tenho nada para provar”
– Death with Dignity, Sufjan Stevens
— Está tudo bem, Ravena.
Era a terceira vez que Ava dizia aquilo para o corvo, enquanto ele sobrevoava em volta dela em visível preocupação. No entanto, não era tão fácil apontar tal coisa para a ave depois de passar três dias seguidos chorando de tantas dores. Elena ajudou como conseguia, mas nada fazia efeito. E, para melhorar, ela prometeu um serviço ao Duque, então não teve tempo para descansar, trabalhando dia após dias com o máximo esforço no vestido para Lady Dimitrescu. O tamanho não foi uma surpresa, levando em consideração a primeira vez que viu a mulher, mas, agora ela conseguia entender a dificuldade da senhora em encontrar um bom costureiro disposto a fazer isso.
— Você deveria ir atrás de Elena. — Ava disse, parando um pouco para olhar para a ave que decidiu pousar na mesa de trabalho dela para olhá-la com mais certeza. — Não confio quando ela participa dos cultos na igreja e eu não posso participar, gostaria de alguém por perto para ter certeza que ela ficará bem.
O corvo virou a cabeça curioso e depois bicou levemente a mão dela. Ava sorriu e passou a mão na ave, o que a fez fechar os olhos e bater as asas novamente. Ela saiu pela janela com um grunhido alto, como se estivesse avisando para Ava que logo voltaria.
Ava olhou para o vestido quase completo, apenas precisava terminar os detalhes em prata na parte superior e lateral, assim como o bordado das flores em cima do peito, que estava especificado no pedido. Foi um trabalho bem feito, apesar de tudo. Um vestido branco bonito e bem costurado que qualquer um ficaria feliz em usar. Ava passou a mão no vestido e estremeceu quando sentiu o choque de dor pelo corpo, respirou fundo, balançou a cabeça como se negasse a sentir algo a mais e voltou a costurar até ouvir batidas na porta.
Ela ignorou por pensar que eram as crianças que insistiam em perturbá-la pelo menos uma vez na semana. Aparentemente, era divertido assustar as crianças mais novas e desafiar cada uma delas a bater na porta da bruxa do vilarejo. Então, Ava ficou muito boa em ignorar quando tinha certeza que não era Elena.
Até que alguém bateu novamente, o que geralmente não acontecia. Ava levantou calmamente e abriu a porta, sendo jogada para trás enquanto Elena a segurava com firmeza e do mesmo jeito, tampou a boca dela com uma mão. Ao perceber que Ava não caiu, Elena tirou a mão da cintura dela e fechou a porta rapidamente, colocando o pedaço de ferro que elas deixavam pendurado por precaução na fechadura.
— Elena…
— Estão atacando o vilarejo. — Elena sussurrou desesperada, os olhos arregalados deixando claro um pouco do terror que ela enfrentou até chegar em casa.
Ava conseguiu escutar os cliques por perto, o som dos licanos cercando a casa procurando qualquer sinal de gente ali. Ela puxou Elena com cuidado e se afastou até que as duas encostassem na parede onde estava o armário, para que eles não conseguissem enxergá-las pelas frestas na madeira. Mesmo que eles não as vissem, Ava conseguia ter a visão perfeita de um licano babando do lado de fora, os cliques soando cada vez mais alto enquanto eles corriam em volta da casa. Felizmente, nada foi quebrado durante isso.

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Crowsong
RomansaAo acordar em um chão gélido no meio da floresta, tudo o que sobra para Ava é se reerguer e pensar em que fazer para reconhecer o presente e também a si mesma. Perdendo tudo o que conhecia e amava, tudo o que lhe resta é a amizade e companheirismo d...