II.

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Oi, pessoal. Como vcs estão?
Tive uma semana meio m3rd4 e me atrasou em tudo, juntamente com esse capítulo e o terceiro que ainda está pela metade. Ficar doente é horrível, se cuidem.
Capítulo mais curto, mas ele é um pontapé GIGANTE para todo o desenvolvimento.
E sim, a fanfic tem uma pegada mais pesada e triste, também mais lenta no desenrolar, vão ter que ter paciência e um coração forte para aguentar a angústia (é o meu forte na escrita, vão se acostumando)
Beijinhos e até mais!

Para quem não conhece o jogo, Elena faz parte do universo canon, mesmo que essa fanfic fuja em algumas partes dele. E ela vai ser bem importante aqui.

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"Você viu minha dor, lavada na chuva
Vidros quebrados, viu o sangue correr das minhas veias
Mas você não viu falha, nenhuma rachadura em meu coração
E você se ajoelhou ao lado da minha esperança dilacerada
Mas os fantasmas que conhecíamos vão sumir de vista
E nós viveremos uma vida longa"

— Ghosts that we knew, Mumford &
Sons

— Duque está certo, você deveria aceitar o serviço. 

— Elena, isso não vai acontecer. — Ava rebateu e suspirou exausta, cansada de repetir a mesma coisa para Duque e agora para a mulher na frente dela. — Eu prefiro morrer de fome, mesmo que demore muito tempo para isso, que ser empregada de qualquer um deles. Nós sabemos como acaba, eu sou– eu não posso fazer isso.

— Ava, as coisas estão piorando! As pessoas estão morrendo de fome e quase implorando aos domingos na igreja. Eu entendo sua raiva, dor e mágoa, mas você precisa aproveitar essa oportunidade. — Elena quase suplica para Ava enquanto parava na frente dela e segurava as mãos dela com força. — Eu sei que você aguenta as dores e os problemas mais que qualquer um, mas não posso correr o risco de perder você também. Papai está piorando, não o reconheço na maior parte dos dias. Não consigo enxergar outro lugar para chamar de casa se não for aqui, com você.

— Isso não é justo, Elena. Eu faria qualquer coisa por você, mas isso é… El, isso é demais. Eu fico doente só de pensar.

— Eu sei que é muito difícil, mas você não precisa fazer sempre, podem existir outras maneiras de realizar esse plano. Pelo menos até conseguir um pouco de dinheiro para que você se mantenha com o mínimo. Sua mãe iria gostar disso.

Elena se arrepende no mesmo instante que a frase saiu da boca dela e Ava a olhou machucada, mas não disse nada em resposta. Ela sabe que Elena está certa, a mãe dela iria gostar de qualquer coisa que garantisse que ela ficasse bem, mas o que ela estava perdendo ao não aceitar? Tudo bem, as coisas iriam melhorar muito, teria uma vida decente e não apenas uma sobrevivência na miséria. Ajudaria a tirar o pai de Elena do vício e talvez dar a vida que a melhor amiga merecia. Mas, não podia se tornar dependente dos Lordes. O pensamento a enjoava. Sabia mais que qualquer um sobre os resultados onde a devoção e a prestação de trabalho encaminha cada pessoa do vilarejo. Os pais dela eram a prova, assim como ela mesma. Não, isso era além. Serví-los depois de tudo o que aconteceu, era fracassar com a família e si mesma. Nunca se perdoaria por ajudar quem arruinou sua vida. Mas, mesmo conhecendo toda a história ou boa parte dela, Elena não entenderia inteiramente. Sarah talvez sim. Elena não acordou no chão frio e Elena não enfrentou os males do castelo Dimitrescu como Sarah fez até a morte. Elena não conhecia todo o processo, ela teve um pouco de sorte no meio de tudo. Os pais dela nunca tinham sido tão devotos aos senhores, prometendo apenas o básico para Mãe Miranda para poder sobreviver. Não enviaram a filha para suprir necessidades pessoais e também nunca precisou participar de uma reunião que se mostrou uma grande emboscada disfarçada de falsa esperança.

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