"I used to hear a simple song That was until you came along Now in its place is something new I hear it when I look at you"
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── Keiji Akaashi, 10 anos
- Você é um imprestável, Keiji! Me arrependo amargamente de não ter te abortando enquanto podia. Você só me trás desgosto, seu merda!
Soluço enquanto lágrimas rolavam sobre o meu rosto, mais uma vez a minha mãe estava gritando comigo pelos motivos mais bestas do mundo, eu só queria ter um pouco de paz.
Desde pequeno, os meus pais e ninguém da minha familia se interessaram por mim, sempre se direcionaram a mim como "o erro"
Os meus pais sempre me agrediram, tenho ate hoje marcas em meu corpo, são raros os dias em que eu não tenho um hematoma.
Enquanto a minha mãe me xingava, tentava limpar os cacos de vidro do copo que eu tinha derrubado no chão, é difícil eu fazer isso enquanto ela joga coisas aleatórias em mim para me machucar.
- Keiji, limpe isso logo e suba para o seu quarto, não quero mais ter que olhar para essa sua cara hoje - Ela pega uma lata de cerveja e sai da cozinha direto para o seu quarto.
Quando termino, subo para o meu quarto e me olho no espelho, minha barriga estava roxa, já que a minha mãe me jogou de frente para a mesa de madeira quando ouviu o barulho do copo caindo no chão.
Ainda chorando, passei pomada no hematoma e me deitei para tentar aliviar pelo menos um pouco da dor.
𐙚⋆°.
- Que horas são? - me levanto da cama depois de ter adormecido sem querer, vi no relógio que marcava 16:18. Me levantei e me olhei no espelho, ainda estava roxo e doía, porém a pomada tinha feito um pouco de efeito.
Saí do meu quarto e percebi que os meus pais tinham saído, eles não iriam voltar tão cedo. Decidi saí para fora, precisava tomar um ar.
Fui andando até a praça próxima da minha casa, não demorava menos que 5 minutos para chegar lá.
A praça que normalmente estava vazia, hoje foi diferente, havia um menino um pouco mais alto que eu, ele tinha cabelos brancos com algumas mechas pretas, ele tinha íris douradas, era um dos olhos mais lindos e brilhantes que já tinha visto.
Me sentei no balanço e ele estava tentando jogar vôlei sozinho, queria me aproximar e tentar ajuda-lo, mas a minha timidez era grande demais para dar o primeiro passo.
Percebo que ele me olha várias vezes de canto de olho, estava me segurando para não falar com ele.
Ah, quem liga? So se vive uma vez, não é?
- Deseja alguma coisa? - perguntei
── Koutaro Bokuto, 10 anos
- Graças a Deus que você falou alguma coisa, não estava aguentando mais! - admiti -Você pode me ajudar com isso aqui?
Confesso que ele era um dos meninos mais lindos que já tinha visto, ele tinha uma cara de sem expressão, uns olhos que não sabia distinguir se eram azuis ou verdes, não vi o seu sorriso, mas tenho certeza que ele é um dos mais lindos, se não o mais lindo.
- Ah, claro! Do que você precisa? - ele disse, me tirando dos meus pensamentos.
- Só que você levante a bola.
- E qual é o seu nome?
- Koutaro Bokuto! Sabia que o meu sobrenome significa "Bubo", que é uma espécie de coruja? Sempre falam que eu me pareço com uma, e elas também são os meus animais favoritos, sei tudo sobre corujas! Ah, e o seu nome?
- Me chamo Keiji Akaashi, e você realmente se parece com uma coruja. Você é novo por aqui? Nunca tinha te visto antes. - digo jogando a bola para ele
- Agashe?
- Não! Akaashi, com K!
- Prefiro chamar de agashe! Ah, e eu sou novo sim! Me mudei recentemente, eu vou estudar ali ó, na Fukorodani - ele disse apontando para o nosso lado oposto
- Sério? Eu também estudo lá. - disse jogando a bola mais uma vez.
- Talvez seja o destino nos unindo para virarmos melhores amigos! - ele disse com um sorriso de orelha a orelha depois de ter cortado a bola.
O seu sorriso era lindo e único, como um raio de sol em dias nublados.
E foi a partir desse dia, que começou todo o meu amor, paixão e carinho por ele, Koutaro Bokuto.
