Recomeço

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                     Hannah Owens

Acordei, abrindo os olhos lentamente. Tudo o que eu conseguia pensar era que esse dia seria um inferno.

O fato de ter ficado seis meses afastada da escola por estar lutando contra a depressão e agora, que meu atestado acabou, minha mãe achou que seria melhor recomeçar em outra escola.

E-hannah, começa a se arrumar logo senão vai perder o horário.-ordenou a senhora Elizabeth, também conhecida como minha mãe.

H-por favor, deixa eu faltar hoje.- digo fazendo biquinho.

E-Esse biquinho não vai me convencer, senhorita.Vai se arrumar logo-disse com um sorriso sarcástico no rosto.

Me Levantei na força do ódio, e fui realizar minha higiene matinal, parei diante do espelho e apliquei um pouco de óleo nos cabelos já que ele estava minimamente arrumado.

Dirigi-me ao guarda-roupa, reunindo coragem para escolher uma roupa no meio daquela bagunça, vesti o primeiro conjunto de moletom preto que encontrei.

E-Hannah, anda logo! Estou atrasada para o trabalho.-berrou enquanto buzinava repetidamente e eu tapava os ouvidos.

Peguei minha mochila e já estava descendo as escadas quando lembrei que não havia pego meu fiel escudeiro, meu abafador.

Devido à minha sensibilidade auditiva, certos ruídos altos e gritos me causam desconforto, levando-me a crises, por isso tenho meu companheiro de batalha que me ajuda a abafar esses sons.

Muitas pessoas confundem com um fone de ouvido e já pediram várias vezes para eu tirá-lo; espero não ter que passar por isso nessa nova escola, pois minha mãe deixou tudo bem explicado lá.

Ajustei o abafador nas orelhas enquanto descia as escadas correndo, passei pela cozinha, peguei uma maçã e fui direto para o carro.

E-Então, animada para voltar às aulas depois de tanto tempo?.- perguntou ela com um sorriso no rosto enquanto eu me acomodava no banco.

H-Claro, olhe para minha cara super animada.-respondi forçando um sorriso.

E-Engraçadinha. Pensa pelo lado bom, você vai fazer novos amigos.

H-Mãe, ninguém nunca teve o mínimo interesse em ser meu amigo. Por que agora teriam?.-questionei gesticulando com as mãos.

E-Porque você é uma garota brilhante, inteligente, meiga....-respondeu ela sorrindo docemente.

H-Ah, com certeza.-retruquei sarcasticamente enquanto ela balançava a cabeça em negação.

...
E: Chegamos, filhota - disse com um sorriso de orelha a orelha.

H: Nesse momento não passa nem uma fileta de vento pelo meu cu - falei, arregalando os olhos, enquanto minha mãe soltava uma gargalhada.

E: Vai dar tudo certo, você sabe que qualquer coisa pode me ligar - falou enquanto eu saía do carro.

H: Tá bom, tchau. Beijos, te amo - falei me afastando do automóvel.

E: Também te amo, porqueira veia da mãe - falou, meiga, enquanto eu sorria pelo nariz.

Ao me aproximar do portão, fiquei impressionada com a grandiosidade daquele edifício.

O portão de ferro forjado, com seus detalhes intricados e imponentes.

Ao cruzar aquele portão, me vi diante de uma placa que brilhava sob a luz do sol.

"Stoneview" estava gravado em letras douradas sobre um fundo de mármore reluzente, emanando uma aura de prestígio e tradição que parecia impregnar cada pedra do caminho à minha frente.

Enquanto explorava os arredores, não pude deixar de notar o padrão nas vestimentas dos alunos.

As meninas elegantemente trajadas com saias pretas, meias três quartos, camisas sociais brancas, gravatas pretas e blazers com o símbolo "S" no lado direito.

Enquanto os garotos exibiam calças e camisetas sociais, gravatas pretas, complementadas por blazers pretos com o mesmo símbolo em "S".

Continua....

Born to dieOnde histórias criam vida. Descubra agora