Hannah Owens
Saímos da loja, radiantes após encontrar o vestido perfeito. Becca exibia um sorriso contagiante que iluminava o ambiente.B- Bom, vou pedir um Uber para me levar em casa. E você? - perguntou, com curiosidade nos olhos.
H- Minha casa é aqui perto. Vou andando mesmo - respondi, apontando na direção oposta.
B- Tá bom, toma cuidado! - disse ela, dando-me um beijinho na bochecha antes de nos afastarmos e seguirmos caminhos diferentes.
Enquanto caminhava pelas ruas, senti meu celular vibrar no bolso. Era minha mãe ligando.
*chamada*
- Oi, filha. Então, a mamãe vai ter uma reunião na cidade vizinha e não voltarei para casa hoje. Só amanhã na hora do almoço. Deixei suas medicações com sua avó; você pode dormir lá hoje - anunciou ela, e uma onda de angústia invadiu meu peito ao ouvir isso.- Não, não vou dormir lá. Prefiro ficar em casa - respondi de maneira ríspida.
- Tudo bem, então passe na sorveteira perto de casa e tome suas medicações. Sua avó está lá com uma amiga dela - falou ela de forma prática.
- Tá bom, beijos! Tenha uma ótima reunião - disse , tentando esconder meu desconforto.
- Obrigada, querida - respondeu minha mãe antes de desligar a chamada.
Fiquei parada por um momento, tentando aliviar aquela sensação pesada no peito. Mas logo me direcionei para a sorveteira.
Ao chegar lá, avistei minha avó sentada com sua amiga
- Oi! - cumprimentei ao me aproximar da mesa, e ambas sorriram calorosamente.
- Olá, Hannah! - disse minha avó, levantando-se para me dar um beijo na bochecha.
H- Vim tomar minha medicação - indaguei e ela rapidamente me entregou os dois comprimidos. Engoli-os com um gole de água que estava sobre a mesa.
- Você vai dormir em casa hoje - afirmou ela, olhando-me atentamente.
H- Não, vou ficar em casa mesmo - respondi enquanto me afastava da mesa e fazia um aceno que ela retribuiu com uma expressão confusa.
Enquanto caminhava em direção ao Parque YPE, uma sensação estranha começou a se instalar em meu peito. Ao chegar em frente à minha casa, avistei uma moto estacionada, e o coração disparou ao reconhecer a silhueta familiar de Nolan. Aproximando-me lentamente, percebi que sua regata branca estava encharcada de sangue, e seus braços tatuados estavam marcados por hematomas visíveis.
Com um misto de preocupação e determinação, toquei seu braço, tentando chamar sua atenção.
H- Nolan, você está bem? - minha voz saiu quase como um sussurro, enquanto ele me olhava com dificuldade. Em um instante, seus olhos se fecharam e seu corpo começou a ceder. Antes que eu pudesse reagir completamente, ele desabou em meus braços.
Sustentei seu peso com esforço, aguardando que ele recuperasse a consciência. Tirei seu capacete e quando finalmente consegui focar em seu rosto, o choque tomou conta de mim, sua pele estava marcada por cortes e contusões, um dos olhos estava roxo e inchado, e sua boca apresentava feridas profundas.
H- Vamos entrar - disse, quebrando o silêncio pesado que nos cercava. Ele assentiu levemente com a cabeça, e dentro de mim pudi sentir um alívio ao vê-lo recuperando a consciência.
Com dificuldade, levei Nolan para dentro de casa. Pensei em colocá-lo no sofá, mas ele estava tão ensanguentado que um banho se tornava indispensável. Caminhei lentamente com ele pelas escadas em direção ao meu quarto, onde ficava o banheiro mais próximo. Ao chegarmos, sentei-o na tampa do sanitário e comecei a encher a banheira.

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Born to die
RomansHannah Owens, uma jovem de 17 anos fragilizada que luta contra problemas psicológicos, tenta recomeçar após seis meses em uma nova escola. Enquanto ela se esforça para se reintegrar na sociedade aristocrática da escola, descobre que enfrentará muito...