⚠️Alerta gatilho ⚠️
Nolan Beaumont
Acabamos de finalizar as discussões no comitê quando me dirigi ao estacionamento. Peguei minha moto e segui direto para casa.
Ao abrir a porta, fui surpreendido por uma das funcionárias da casa.
— Nolan, o senhor Chris está te esperando no escritório — ela informou, e eu assenti, subindo as escadas com um nó no estômago.
Antes de descobrir o que meu pai queria, precisava ver minha mostrinha. Subi as escadas e entrei no meu quarto e tive a visão dela dormindo em seu berço, parecendo um anjinho. Me aproximei cuidadosamente e deixei um beijo suave em sua cabeça, retirando-me nas pontas dos pés para não acordá-la.
I— Nolan, vem aqui! — chamou Ivy, murmuro vindo do quarto ao lado. Caminhei em sua direção e entrei.
I— O que você aprontou dessa vez? — ela perguntou, arregalando os olhos enquanto uma expressão confusa se formava em meu rosto. — O pai está furioso. Ele quer falar com você, está te esperando no escritório.
N— Fica tranquila, não deve ser nada demais — respondi, dando-lhe um beijo na testa antes de me dirigir ao escritório.
Bati três vezes na porta antes de entrar.
N— O senhor queria falar comigo? — perguntei, fitando o chão enquanto ele permanecia sentado, me observando com um olhar penetrante.
C— Por que você se recusou a dançar com sua futura noiva? — questionou ele, exasperado.
N— Ela não é e nunca será minha noiva. Já disse várias vezes que não tenho nenhum tipo de sentimento por ela — declarei, buscando coragem. Minha voz tremia levemente. — E desta vez eu faço parte do comitê de organização.
C— Resposta errada, Nolan — retrucou ele,se levantando e batendo a mão contra a mesa. O impacto me fez estremecer. — Garoto mimado que só me dá desgosto! Seu inútil! — berrou ele, arremessando uma xícara em minha direção. Apenas me afastei.
C— Você sabe muito bem que vai se casar com ela; isso é fundamental para os negócios da empresa. Os pais dela são nossos maiores colaboradores e não podemos perdê-los. E não será por causa de um moleque mimado que meus negócios serão prejudicados! — gritou ele enquanto se aproximava de mim, fixando-me com um olhar ameaçador.
Senti-me como um lixo, incapaz de articular uma palavra.
C— E se você não fizer o que eu mando, não será apenas você quem sofrerá as consequências — ele disse com um sorriso perturbador. — Você pode escolher quem vai lidar com isso, a Maya ou a Ivy... ou melhor ainda, as duas! — indagou enquanto apertava meu rosto entre suas mãos.
Ele sabia exatamente qual era meu ponto fraco. Na última vez em que decidiu punir minhas irmãs por minhas atitudes, trancou Maya em um quarto escuro durante toda a noite; seu choro desesperado ecoaram na minha mente e eu fiquei inquieto me sentindo um babaca por ter colocado ela naquela situação, afinal foi por minha culpa que aquilo estava acontecendo. Com Ivy ele tentou agredi-la. Prometi a mim mesmo que nunca mais deixaria isso acontecer novamente.
N— Não toca nelas! — gritei ao afastar sua mão do meu rosto. E ele logo disfere um soco contra mim, e eu o revidei.
C— Isso é o melhor que você pode fazer? — debochou ele enquanto limpava o sangue que escorria do seu lábio cortado.
Num movimento inesperado, Chris me atingiu com um soco no estômago antes de desferir uma série de golpes no meu rosto. Minha visão começou a escurecer e perdi a capacidade de reagir e acabei caindo. Ele então começou a chutar e pisotear minhas costelas com força suficiente para me tirar o fôlego. Comecei a vomitar e sentir picos de inconsciência; já não aguentava mais aquilo.
Quando finalmente parou as agressões, ajoelhou-se à minha frente e segurou meu rosto ensanguentado entre suas mãos.
C— Espero que tenha entendido o recado — disse ele, apertando ainda mais minha face até eu estremecer de dor. — Eu e Camille iremos viajar hoje e ficaremos alguns dias fora; espero que nesse tempo você consiga consertar suas cagadas — completou antes de me soltar e sair do escritório, deixando-me ali jogado no chão.
Tudo que eu desejava era escapar daquele lugar sufocante. Com o que restava das minhas forças, levantei-me e, cambaleando pelos corredores, dirigi-me à saída da casa. Ao avistar minha moto estacionada, uma onda de determinação me invadiu. Sabia que era arriscado, considerando meu estado, mas a urgência de partir falou mais alto. Sem hesitar, coloquei o capacete com certa dificuldade e acelerei para longe dali.
Enquanto deslizava pelas ruas da cidade, sem destino definido, meus pensamentos me levaram até o parque YPE. A lembrança de uma fuga da escola com Hannah veio à tona, trazendo um sorriso involuntário aos meus lábios insanguentados. Caminhei devagar, absorvendo cada detalhe ao meu redor até que me vi diante da casa dela. Não sabia exatamente o que me levou até ali, mas um sentimento inexplicável me invadiu.
Estacionei bem ali, naquele instante, uma névoa começou a encobrir minha visão. As cores ao meu redor se misturavam, transformando tudo em uma aquarela indistinta. Tentei me concentrar, mas a confusão tomou conta de mim. O coração pulsava rápido, e uma sensação de desorientação me envolveu, como se estivesse à beira de um desmaio.
Eai oq acham, do primeiro capítulo narrado pelo Nolan?
Nolan nosso protegido😭🤏🤍

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Born to die
Roman d'amourHannah Owens, uma jovem de 17 anos fragilizada que luta contra problemas psicológicos, tenta recomeçar após seis meses em uma nova escola. Enquanto ela se esforça para se reintegrar na sociedade aristocrática da escola, descobre que enfrentará muito...