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Minho tinha por volta de seus dezoito anos, morava em um orfanato, estava quase na maioridade e poderia ir embora, mas resolveu que ficaria até seus vinte. Ninguém tinha o adotado e por um tempo isso o deixou chateado, ser renegado não era algo que ele esperava. Mas com o tempo ele passou a ignorar, agora era quase um adulto e havia se apegado ao orfanato e as crianças.

Principalmente em uma, ou melhor, um.

Han Jisung tinha apenas quinze anos, vivia no orfanato desde que nasceu e ninguém fazia menção em o adotar. Mas mesmo assim o garoto tinha seu espírito confiante e alegre.

O orfanato era antigo e longe de todas as civilizações, sendo cercado por plantações, estas que eram a fonte de renda do orfanato, era o que o mantia em pé. À algumas semanas, crianças começaram a sumir, sem deixar rastros, seus corpos nunca encontrados. Isso era certamente estranho mas parecia que somente as noviças ficavam realmente preocupadas com os desaparecimentos. A Madre do orfanato não dava as caras pelo orfanato à pelo menos anos. A última vez que Minho havia a visto, ele tinha oito anos, ou seja, fazia muito tempo.

A madre normalmente ficava em seu escritório, e recebia comida das freiras mais velhas. Ninguém a via ou ouvia, quem comandava o orfanato a mando da madre era a freira Giovani, a mais velha do local, tendo seus setenta e um anos.

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- Minho? - A noviça Helena chamou baixo, suas feições preocupadas e exaustas. Suas mãos sempre juntas em forma de louvar o senhor, a mulher tinha apenas seus vinte e seis anos e estava no orfanato para se tornar uma freira que acolheia as crianças sem família.

O garoto se virou para a mulher que o chamou, ele estava apenas andando pelo orfanato, como sempre fazia. O rondava todas as tardes para ter certeza que nada de errado estava acontecendo.

- Bom, quero te pedir um favor se for possível, garoto. - Ela continuou, nervosa. Olhava para todos os lados como se estivesse comentendo algum pecado, e talvez estava. - Você é a criança mais velha aqui e julgo que já está ciente dos desaparecimentos - Minho apenas balançou a cabeça, estava ciente e isso o agoniava. - Eu quero que vá até o porão. Nós não somos permitidas a entrar lá, mas receio que talvez as crianças estejam lá, você entende, não é?

- No porão? Mas aquele lugar é trancado, eu não tenho a chave. - Minho respondeu com incerteza, a proposta o deixou com um leve medo e curiosidade.

Logo a noviça pegou o colar, onde tinha uma pequena chave. As noviças o usavam para que, como a madre disse, resistissem ao desejo da curiosidade pelo amor maior ao senhor.

- Pegue. - Ela entregou o colar para o garoto, que pegou ainda parecendo confuso - Eu confio em você. Por favor, seja rápido.

E então ela saiu apressada, deixando Minho confuso para trás, ele suspirou e olhou para o colar, depois voltando o olhar para o corredor, agora vazio. Ele então começou a andar em direção ao porão, se sentia seguido mas deixou essa sensação passar, enquanto caminhava, sua mente vagava em pensamento do tipo: o que teria naquele porão? E por que alguma criança entraria lá?

Seus pensamentos foram quebrados por um ser que tocou seu braço, ele se assustou e rapidamente virou.

- Oi. - O garotinho sorriu, seus olhos se fechando brevemente

- Caralho! - ele colocou a mão no coração, se acalmando ao perceber quem era, embora seu coração estivesse ligeiramente acelerado. - O que está fazendo aqui, Jisung?

Orphanage | 𝗠𝗜𝗡𝗦𝗨𝗡𝗚Onde histórias criam vida. Descubra agora