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- Minho.. - Han disse olhando assustado para Minho - Se isso é uma oração ritualística, existiam rituais religiosos lá no porão. - Ele continuou - E se as crianças forem o sacrifício?

- Você está doido? Quem é o idiota que faria isso? - Minho rapidamente respondeu não dando crença.

Han suspirou, queria fazer Minho acreditar, não havia sido o suficiente o que viram e ouviram no porão?

- Pessoas ruins ainda existem. - A voz de Han baixou com tristeza

- Mas então, vamos terminar de traduzir a escrita amanhã? Está tarde. - O mais velho tentou cortar o assunto

Han olhou para as horas em seu celular e depois pro livro, o fechou e se levantou

- Tudo bem, vamos dormir.

✝︎

O corredor estava silencioso por ser tarde da noite, provavelmente os garotos estariam encrencados se forem pegos pelas freiras. Mas isso não importava, pois o sentimento de medo e confusão os perseguia desde que saíram do porão. O silêncio então foi quebrado por Jisung.

— Você pode dormir no meu quarto? Bom, eu não me sinto bem sozinho, principalmente agora. Meu colega sumiu - Han disse meio apreensivo

A criança com quem dividia o quarto havia sumido, Miguel tinha apenas nove anos e sumiu sem deixar rastros, como as outras crianças. Ele sempre confiou muito em Jisung por ser mais velho e sempre pedia para o proteger, até mesmo colocou as camas juntas para dormir junto a Jisung e seus pesadelos não o pertubarem.

Han tinha pra si que falhou. Falhou em cuidar de Miguel e o proteger, falhou no momento em que o deixou sozinho e o levaram para fazer sabe sei lá o que! Ele sentia culpa e medo, medo de ficar sozinho e não conseguir proteger o resto das crianças do orfanato.

— Claro, se isso te manter protegido. - Minho murmurou, o silêncio se fez presente de novo.

Os garotos entraram no quarto, se sentindo cansados de mais para comentar sobre as camas juntas. Eles simplesmente se deitaram e suspiraram, a luz fraca do abajur iluminando suas feições.

Jisung se virou para Minho e o encarou por alguns segundos em silêncio, tudo que era ouvido no quarto vinha de fora, o vento e o som das árvores se mexendo com o vento.

— O que foi? - Minho perguntou percebendo o olhar de Han

— Minho, você é legal. - ele se aproximou - E eu gosto bastante de você.

Por um momento o coração de Minho acelerou, era bom saber que o garoto que protegia e tinha um grande afeto gostava dele de volta.

— Eu também, Han.. - ele disse baixo

— Você também gosta de mim? - Seus olhos brilharam, e ele ficou em silêncio encarando os olhos de Minho - Então você vai esperar por mim?

A garganta de Minho pareceu fechar, sua respiração mais difícil de circular. Ele pensou e repensou em questão de segundos, esperar? Ele poderia fazer isso, se fosse preciso esperaria até cem anos por Jisung.

— Eu vou. Eu sempre vou esperar por você e te proteger de todo o mau que vier te atacar. - Minho o abraçou, sentido seu corpo relaxar e uma onda de proteção atingir ele.

Os dois garotos dormiram abraçados um ao outro, sentindo-se protegidos um pelo outro. Estar segurando Han fez o coração de Minho se acalmar em instantes, queria o proteger e para ele não tinha proteção melhor do que seus próprios braços. A noite ocorreu tranquila, sem gritos, sem alvoroço ou risadas do além, como Han esperava escutar.

Orphanage | 𝗠𝗜𝗡𝗦𝗨𝗡𝗚Onde histórias criam vida. Descubra agora