A sala do conselho da Fortaleza Vermelha estava abafada pelo calor das velas e pela tensão no ar. Alicent Hightower, com seu semblante preocupado, estava sentada à cabeceira de uma longa mesa de carvalho. Suas mãos repousavam sobre a superfície, com os dedos entrelaçados em um gesto de ansiedade. A entrada da filha, Aerea Targaryen, trouxe um ligeiro alívio ao seu rosto, mas a preocupação ainda era visível. Qual havia retornado recentemente de sua longa viagem a Essos, parecia cansada, mas seus olhos brilhavam com uma curiosidade ardente. Alicent, percebendo a chegada da filha, a fez sentar-se ao seu lado. — Mãe, o que há de tão urgente que não pôde esperar o meu retorno? Apesar que ter recebido o corvo sobre querer minha chegada foi um tanto presunçoso depois de tudo. — perguntou Aerea, sua voz carregada de cansaço e intriga. Sua partida foi um misterio por anos, mas , apenas ela, sabia o motivo do banimento.
Alicent suspirou profundamente antes de começar.
— Aegon está determinado a tomar o trono. Desde o falecimento do seu caro pai, ele se sente que tem agido conforme essa crença. A decisão de Viserys de nomeá-lo como sucessor não foi simples, mas ele acreditava firmemente que Aegon era o melhor preparado para enfrentar os desafios que viriam. - Aerea franziu a testa, perplexa. — Mas , por que? Aegon sempre foi impetuoso e um bêbado despreparado. Será que ele é realmente a escolha certa para governar? Alicent olhou para a filha com uma tristeza que se misturava com uma compreensão sombria. — Seu pai via algo em Aegon que não conseguimos ver, talvez uma determinação que, embora às vezes desmedida, poderia ser a chave para manter a ordem. Ele acreditava que apenas alguém com uma força de vontade implacável poderia enfrentar o caos crescente. Aerea balançou a cabeça, as dúvidas evidentes em seu semblante. — E como isso afeta a posição da nossa casa? Afinal, estamos divididos contra Rhaenyra.
Alicent hesitou antes de responder. — Aegon está agora preparando seu movimento para garantir a coroa de forma fixa. Ele quer alinhar os apoiadores e garantir que a tomada do trono, o fará com o mínimo de resistência possível. O que está em jogo é mais do que apenas a coroa; é o futuro de nossa casa e de toda a dinastia. Seus dragões e nosso futuro... se assim colocarei.
O silêncio que se seguiu foi interrompido pela entrada súbita de um mensageiro, que trouxe notícias de última hora. Aerea, percebendo a tensão crescente, levantou-se e fez um gesto para que sua mãe descansasse. Com um rápido movimento, ela deixou o quarto e caminhou pelos corredores sinuosos do castelo, sua mente fervendo com a nova informação. No corredor, na proxima sala, encontrou seu irmão Aemond Targaryen, sentando em uma cadeira de madeira , observando a paisagem através de uma janela. O olhar dele estava distante, quase melancólico. Aerea se aproximou, seus passos ecoando pelo corredor vazio.
— Aemond. Parece que minha conversa de despedida não o deixou comovido da ultima vez que nos vimos. — começou Aerea. — Desde que perdeu seu olho, ficou mais ... distante. — Aemond voltou-se lentamente, e seu olho, que costumavam ser afiadas lanças de ferro, agora carregavam um peso sombrio.
— E? — perguntou ele, sua voz fria e controlada. Aerea hesitou, mas sua curiosidade e necessidade de esclarecimento a empurraram adiante. — Lucerys Velaryon... morreu. Todos dizem que foi um acidente, mas eu sei que há algo mais. Fui informada de que você esteve envolvido. Pode me dizer o que aconteceu, Assassino de Parente? — Aemond olhou para a irmã, e por um momento, o silêncio entre eles parecia quase palpável. Ele respirou fundo, sua expressão imperturbável. — Não há nada que possa mudar o passado, minha cara irmã. O que aconteceu foi uma consequência inevitável de eventos que estavam além do nosso controle. Apesar disso.
Aerea sentiu um frio na espinha com a resposta evasiva. Ela viu em seu olho uma faísca de algo mais profundo, um peso de culpa ou talvez uma luta interna. No entanto, Aemond não parecia disposto a se abrir completamente. — Não é só uma consequência, Aemond. É um sacrifício. Preciso saber a verdade. Aemond desviou o olhar, claramente desconfortável com a intensidade da conversa. — O que você precisa saber é que todos temos nossos papéis a desempenhar, e as escolhas que fazemos têm suas repercussões. Às vezes, essas escolhas são dolorosas, mas são necessárias para o equilíbrio que buscamos. — Aerea viu que suas palavras tinham alcançado seu alvo. Havia uma certa resignação em Aemond, um reconhecimento de que, apesar do seu silêncio, ele sabia o peso de suas ações. Sem mais palavras, deu as costas e começou a se afastar, sentindo a pressão de suas próprias dúvidas e descontentamentos crescerem.
Aerea sentou-se em uma das poltronas, seu olhar fixo no irmão. Havia uma tensão perceptível entre eles, um eco do passado e das palavras não ditas.
— Viagem a Essos foi... reveladora. O mundo lá fora é vasto e complexo, diferente de tudo que conhecemos aqui. Conheci novas culturas e estratégias que poderiam ser úteis . — Ela hesitou, buscando as palavras certas. — Tudo parece tão instável agora. — Aemond inclinou-se um pouco para frente, seus olhos fixos nela. — Instável, de fato. E você encontrou algo que possa nos ajudar em meio a essa instabilidade? — Aemond falava olhando , enquanto Aerea comentava. — Talvez mais perguntas do que respostas. Os reinos fora de Westeros têm suas próprias formas de lidar com a política e o poder...— Virou um pouco. — Você ainda carrega a culpa, não é? — Aerea perguntou, sua voz suave, mas carregada de compreensão. — Não é apenas uma questão de política. Eu sei disso.
Aemond permaneceu em silêncio por um momento, então, virou-se para ela com um olhar que misturava cansaço e resignação. A conversa entre eles terminou com uma sensação de resolução incerta, mas a abertura para um diálogo mais profundo. Enquanto Aerea se preparava para sair, sentiu um leve alívio. Sabia que, embora não tivesse todas as respostas, o simples fato de ter conseguido uma conversa seu irmão Aemond era um passo importante para enfrentar os desafios que estavam por vir. Enquanto caminhava pelos corredores solenes do castelo, Sabia que, para "proteger sua família " e sua própria posição, teria que entender melhor o jogo que estava sendo jogado e, acima de tudo, encontrar uma maneira de manter o equilíbrio em meio ao caos crescente. Ou cometer mais caos.
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𝕭𝖊𝖙𝖜𝖊𝖊𝖓 𝕯𝖆𝖌𝖌𝖊𝖗𝖘 𝖆𝖓𝖉 𝕱𝖎𝖗𝖊 🗡
Fanfiction⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀❝ O sangue do dragão faz parte do meu sangue, então , retornei para minha familia. ❞ ⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀𝐀𝐞𝐫𝐞𝐚 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧 , filha de Viserys I Targaryen e Alicent Hightower e Irmã Gêmea de Aegon II Targaryen, conhecida com...