encontre me lá atrás (ep 17).

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Em dias normais, os sons que você pode ouvir no escritório do advogado Loid Forger são o zumbido constante da produtividade. O barulho rítmico das teclas do teclado preenche o ar enquanto paralegais e assistentes elaboram documentos legais, e o telefone toca intermitentemente com clientes buscando conselhos ou atualizações sobre seus casos.

O farfalhar de papéis enquanto os arquivos são revisados, contratos assinados e notas de casos organizadas adiciona um ruído de fundo sutil, como uma sinfonia silenciosa de trabalho jurídico. Conversas, geralmente baixas e focadas, flutuam pelo escritório — advogados discutindo estratégias, clientes explicando nervosamente suas situações ou o próprio Loid negociando com o advogado adversário por telefone.

O bipe ocasional da impressora ou o zumbido suave da copiadora pontuam a atmosfera, de outra forma silenciosa, enquanto o aroma de café fresco sai do canto, onde uma pequena mesa segura uma cafeteira e algumas canecas. Do lado de fora de sua janela, o murmúrio distante da vida na cidade serve como um lembrete constante do mundo além das paredes do escritório.

Mas hoje foi diferente.

Hoje, o escritório estava cheio de sons ásperos e incessantes de espirros e tosses, todos vindos do próprio Loid. Seu comportamento normalmente composto e eficiente foi substituído por um olhar pálido e febril, e ainda assim, apesar de sua gripe óbvia, ele teimosamente permaneceu em sua mesa, recusando-se a tirar o dia de folga.

"Ah-choo!" Outro espirro violento ecoou pela sala, seguido por uma tosse áspera que pareceu sacudir todo o seu corpo. Loid fez uma careta, pegando mais um lenço de papel da caixa minguante em sua mesa. Sua cabeça latejava com uma dor implacável, e sua visão ficava levemente turva toda vez que ele tentava se concentrar no texto em sua tela, mas ele estava determinado a seguir em frente.

Os sons usuais de cliques de teclados e conversas silenciosas agora eram sobrepostos ao farfalhar constante de lenços de papel e aos gemidos baixos de desconforto enquanto Loid lutava para se concentrar. De vez em quando, seu assistente se aproximava cautelosamente, oferecendo chá ou sugerindo que ele fosse para casa, mas Loid apenas os dispensava, murmurando algo sobre prazos e responsabilidades.

O escritório, geralmente um lugar de eficiência calma, agora estava tingido com uma corrente oculta de preocupação. Seus colegas trocaram olhares preocupados, sussurrando sobre o quão teimoso ele podia ser, mas ninguém ousou confrontá-lo diretamente sobre isso. Afinal, eles tinham visto o poder Loid passar por situações muito piores do que uma simples gripe.

Mas isso era diferente.

Conforme o dia se arrastava, seus espirros se tornavam mais frequentes, sua tosse mais grave. Sua mente normalmente afiada parecia nebulosa, a febre corroendo sua capacidade de pensar claramente. Arquivos se empilhavam em sua mesa, cada um exigindo atenção que ele lutava para dar. A ordem usual em seu escritório estava desaparecendo, substituída por uma confusão caótica de papéis, lenços de papel e trabalho inacabado.

Loid recostou-se na cadeira, fechando os olhos por um momento, apenas para ser acordado por outro espirro violento. Ele gemeu, esfregando as têmporas e, pela primeira vez naquele dia, ele se perguntou se talvez devesse ter ficado em casa, afinal. Mas o pensamento foi passageiro — havia muito o que fazer, muitos casos dependendo dele.

E, no entanto, com o passar das horas, até ele teve que admitir que a gripe estava levando a melhor sobre ele.

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