04 ⋆ Bath.

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‎ ‎ ‎ ‎ ‎ "Bom saber disso"

Essa foi a última vez que o bilhete foi repassado. Aghata fingiu não estar vermelha enquanto Havan fingia não achar as bochechas coradas da ruiva fofas.

A mais alta se levantou e andou até o lixo, rasgando o bilhete que fora escrito agora a pouco e jogando os pedaços na lixeira preta, voltando pelo pequeno corredor de carteiras com um sorrisinho maroto no rosto e olhando para Boa Morte.

— Se fode. — Aghata sussurrou, virando o rosto para o lado contrário.

— ...e a última dupla formada é Boa Morte e Flores. — O professor disse uma das únicas frases que conseguiu ter a atenção das duas garotas, a outra tinha sido "Trabalho de revisão sobre a 2° Guerra mundial em dupla". Aghata escutou um risinho de Dana.

— Nem fudendo. — A ruiva sussurrou quase ao mesmo tempo que Havan sussurrou algo como "minha pica" quando escutou o que o professor tinha dito. — Não posso trocar de dupla?

— Não, Boa Morte. Não pode.

— Porra... — Havan murmurou.

— Não pense que eu estou feliz.

— Não pensei.

O sino tocou, sinalizando o fim da última aula do dia, às 15:20.

— Estão despensados, alunos.

O barulho quase incessante de alunos falando e guardando materiais fez Aghata sentir algo fazendo pressão em sua cabeça, como se estivesse sendo prensada. Isso fez com que a garota apertasse os olhos fortemente, chamando atenção da garota de cabelos pretos.

— O que foi?

— Minha cabeça está doendo.

— Ah... — Havan colocou a mochila na carteira, abrindo um pequeno bolso na parte da frente. — Quer um remédio? — A cartela fez um barulho metálico.

A ruiva estranhou. Por que Havan estava sendo legal do nada? Flores a trata mal, é rude e sem noção e do nada oferece um remédio para dor de cabeça, ao invés de ignorar ou satirizar? Tão estranho.

— Qual é esse?

— Paracetamol.

— Quero. — Havan passou a cartela, observando a mais baixa pegar a garrafa de água e destacar o remédio.

— Por que perguntou qual remédio era?

— Tenho alergia à dipirona. — Colocou o remédio na boca e engoliu logo depois.

— Entendi. Enfim, melhoras.

— Obrigada, eu acho.

— Mhm. — Havan pensou e repensou antes de perguntar. — Tem mais alguma coisa hoje?

— Por que quer saber? — A mais levantou os ombros e os abaixou rapidamente, fingindo que não se importava. — Tenho teatro.

— Merda. — Um ponto de interrogação se fez quase visível no rosto rosado de Aghata. A garota não entendia a reação repentina que a outra garota havia tido. — Enfim. Melhoras. Eu tô indo pro meu dormitório.

— Tá bom?

Havan arrumou a mochila no ombro, saindo da sala logo depois, deixando Aghata sozinha na sala.

O caminho até o lado Oeste do prédio de dormitórios não foi muito rápido, mas Aghata não sabia se era porque falava ao celular ou porque realmente estava andando mais devagar.

Qual foi, gata? - Havan F.Onde histórias criam vida. Descubra agora