Esquecimento

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ㅤㅤHaviam se passado uma semana desde o infeliz ocorrido na casa de Jungwon. Não tinham muito o que fazer, a notícia de que a mulher tinha morrido, era real. Desde então, Jungwon não saia de casa, não ia nem mesmo para a escola, assim, Jay não o via a uma semana.

Jay havia conversado com Sunoo, que lhe disse que o garoto não saia nem mesmo de seu quarto, que ele não queria ver ninguém, nem mesmo Sunoo. E aquilo havia afetado Jay de uma certa forma, ele nunca mais investigou o caso da bruxa de olhos verdes, percebeu que realmente não conseguia sem Jungwon.

Era uma manhã de sexta-feira, Jay não conseguia tirar seus pensamentos de Jungwon, era como se o garoto tivesse alugado sua mente. Não conseguia prestar atenção em nenhuma das aulas a uma semana, então pediu para ir ao banheiro para jogar uma água gelada no rosto, tudo oque queria era que sua mente parasse de pensar. Parasse de pensar em Jungwon. Estava tão avoado que sem que percebesse já estava andando ao redor da escola, estava no jardim, e aproveitou para se sentar lá e se acalmar um pouco.

Se sentou em um banco bem atrás da escola, aquele canto era coberto de matas e vários alunos iriam até ali para fumar ou se pegarem, mas ele estava ali porque não conseguia parar de pensar naquele garoto. Suspirou pesado e jogou a cabeça para trás, fechou os olhos e deixou a brisa do vento bater em seu rosto. O dia estava tranquilo, por mais que sua mente estivesse uma bagunça. Abriu os olhos e olhou para o lado ao escutar um barulho vindo de uma moita ali perto, iria ignorar mas de repente ruídos começaram a ser possíveis de escutar. Se levantou rapidamente e foi andando em passos lentos até a mata, e arqueou uma sobrancelha quando de repente o barulho parou. Tudo de repente tinha parado. O vento parou, e as folhas das árvores que se mexiam com ele, também. De repente tudo ficou silencioso e calmo.

Mas Jay percebeu que não estava tão calmo assim quando suas costas bateram com tudo no chão, quando algo havia puxado seus pés por baixo. De repente vários murros foram deferidos em seu rosto, barriga e queixo. O pior de tudo é que Jay não conseguia enxergar nada além de uma luz verde brilhante que machucava seus olhos de uma forma extrema. Forçou para abri-los e finalmente saber quem era aquela maldita bruxa, mas seus olhos se arregalaram rapidamente quando avistou quem era.

Ficou imóvel, levando murros sem parar. Seu choque era tanto, que seu corpo gelou, a única coisa que conseguia sentir era o sangue escorrendo de sua testa. Empurrou a bruxa para longe de si, se levantou rapidamente de forma desajeitada por suas pernas que tremiam, e de repente sua cabeça começou a doer muito, quando já estava fora de vista da bruxa, colocou tudo para fora na mata ali. Começou a vomitar sangue sem parar.

Sentia que iria morrer, tanto pelos machucados quanto para o seu coração que estava tão acelerado que sentia que poderia ter um ataque cardíaco a qualquer momento. Estava tão surpreso pelo o que tinha visto, mas de repente tudo começou a fazer sentido. Foi quando se lembrou de Jungwon, se lembrou de que ele correria perigo.

Começou a escutar um zumbido irritante que perfurava seus tímpanos, sua cabeça começou a doer tanto e se corpo pesou, foi inevitável cair de joelhos no chão. Na hora do desespero desferiu vários tapas em sua cabeça, só queria que parasse de doer.

Arregalou os olhos tentando enxergar tudo novamente de forma correta. Quando o zumbido parou, já não se lembrava de nada. Vasculhou toda a sua mente mas não conseguia se lembrar, era inútil tentar. Soltou um grito irritado, havia acabado de esquecer quem era a bruxa.
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ㅤㅤJay andava a caminho da casa de Jungwon, errava os passos de tão tonto que estava e às vezes tropeçava em seus próprios pés. Estava precário.

Quando chegou ao seu destino, tocou a caminha de cabeça baixa, seja lá quem fosse atender a porta, ficaria extremamente preocupado por seu rosto estar praticamente deformado e sangrento, por conta dos diversos socos que havia levado.

─ Olá? Em que posso ajudar? ─ Uma mulher alta de cabelos pretos abriu a porta, tentando enxergar o rosto do indivíduo que tocava sua campainha.

─ Eu sou um amigo de Jungwon. ─ A mulher suspirou, como se já estivesse acostumada a mandar os amigos de Jungwon embora, pois ele não queria falar com nenhum deles. ─ Olha, eu sei que você deve estar preocupado com meu filho, mas é que ele-

─ Moça. ─ Cortou a fala da mulher, tentando não parecer rude, só estava desesperado para falar com Jungwon sobre aquilo. ─ Pode dizer a ele que estou aqui? Eu me chamo Jay, e é um pouco urgente.

A mulher, já cansada daquilo, disse para Jay esperar um minuto, ela adentrou a casa para avisar Jungwon sobre a presença de Jay, e quando voltou tinha seu semblante surpreso.

─ Ele está lá em cima. ─ Apontou para a escadaria da casa, sem reação que Jungwon havia deixado aquele garoto subir até seu quarto, quando não deixava nem mesmo seus pais. Se perguntava quem era aquele garoto.

Jay subiu a escada com pressa, quando já estava no andar de cima, onde o quarto de Jungwon ficava, finalmente levantou sua cabeça, se assustando um pouco quando se olhou em um espelho que estava ali no corredor. Nem se importou em bater na porta, apenas abriu a abriu e adentrou o quarto, encontrando um Jungwon acabado sentado na ponta da cama.

Quando seus olhos finalmente se encontraram, Jungwon pareceu assustado ao ver Jay naquele estado. Na verdade, tentar adivinhar o que Jungwon havia sentido era complicado, o garoto estava tão esgotado que não conseguia nem mesmo expressar alguma coisa de forma correta.

─ O que aconteceu com seu rosto?

Sem que Jungwon pudesse raciocinar tudo, Jay se aproximou rapidamente do garoto, se ajoelhou em sua frente e passou seus braços ao redor da cintura do garoto, abraçando sua barriga.

Jungwon finalmente expressou algo, arregalou os olhos. Levou suas mãos até a cabeça do garoto e começou a passa-la ali, tentando reconfortar o garoto agarrado a sua cintura.

─ Alguém finalmente te bateu?

Jay sorriu nasal com o comentário de Jungwon, ele ainda tinha o mesmo humor.

Não sabia o que havia feito, agiu no impulso e simplesmente correu até os braços do garoto, era como se tivesse um ímã o puxando para perto do garoto. Se sentia em abstinência e nem entendia o porquê. Por que ele não conseguia ficar longe de Jungwon?

─ Jay, o que aconteceu? ─ Perguntou, Jay não dizia nada e ficou três minutos em silêncio apenas abraçando o outro.

Ele tinha muitas perguntas. Como você está? Está tudo bem? Por que sumiu? Por que sumiu? Eu senti sua falta.

Eu senti sua falta.

Sua falta.

─ Bom, eu fui espancado pela bendita bruxa dos olhos verdes. ─ Sorriu amarelo, se afastando rapidamente do garoto.

Gostaria de dizer ao outro como foi esses dias sem ele, mas não conseguia. Não saia nada de sua garganta. Não conseguia dizer.

Dizer que sentiu falta daquela bruxa.

Daquele garoto.

─ Mas foi somente porquê eu estava distraído. Se não eu tinha acabado com ele no soco! ─ Disse humorístico, tentando fazer Jungwon para de olhá-lo com aqueles olhos arregalados em surpresa. E talvez preocupação.

─ Você é burro pra caralho! ─ Se levantou da cama num pulo. ─ Mas você ao menos conseguiu ver? Viu quem era?

Naquela hora desviou seu olhar do de Jungwon, olhava para qualquer canto da casa, menos para Jungwon, completamente envergonhado por ter se esquecido. Como aquilo era possível?

─ Eu.. Me esqueci. ─ Coçou a nuca.

─ Você o que?! ─ Praticamente gritou.

Supernatural - JaywonOnde histórias criam vida. Descubra agora