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Ainda não são cinco da manhã e já estou de pé

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Ainda não são cinco da manhã e já estou de pé. Não durmo oito horas seguidas desde que dei à luz pela primeira vez; agora, com uma bebê de oito meses, se consigo dormir cinco horas é muito. Gal, como a batizamos, é uma criança agitada. Ela acorda várias vezes ao longo da noite e, antes que o sol nasça, já está choramingando no seu berço, pedindo leite. Não produzi leite em nenhuma das gestações e preciso recorrer à fórmula para alimentá-la.

Estou esperando o leite esfriar enquanto tento distraí-la.

- Meu pequeno Pêssego - murmuro baixinho, balançando-a suavemente -, você é um bebê difícil, mas papai não se importa; papai te ama muito.

Ela solta um bocejo adorável aos meus ouvidos e eu não resisto, beijo sua testa e a pressiono no meu peito, querendo senti-la pertinho.

Ser pai me ensinou muitas coisas; uma delas é equilibrar um bebê enquanto faço alguma coisa. Gal é manhosa pela manhã; se eu a tirar do colo agora, ela vai abrir o berreiro e acordar Jeff e Rita, que ainda dormem.

Segurando-a com um braço, uso o outro livre para verificar a temperatura do leite. Está bom o bastante para seu paladar sensível. Pego a mamadeira e caminho até a sala. Sento-me no sofá e a coloco deitada no meu colo. Seus bracinhos gordinhos tentam alcançar a mamadeira, querendo segurá-la. Deixo que ela mesma se alimente, tomando cuidado para que não se engasgue. Quando ela começa a tossir, afasto a mamadeira e a ponho sentada. Dou leves batidinhas nas suas costas e pronto, ela já está tentando pegar a mamadeira de volta. Gal não deixa nenhuma gota, nem parece que ela tomou uma dessas duas horas atrás. Não sei a quem ela puxou, sendo tão faminta assim.

Ela arrota sem esforço e, assim que encosta a cabeça no meu peito, não demora muito até que adormeça.

Coloco-a deitada em sua caminha na sala mesmo e me sento no sofá, exausto. Ela vai dormir por, pelo menos, uma hora até acordar e querer comer novamente. Tenho sessenta minutos para descansar, mas, apesar do cansaço, não sinto sono. Em vez de tentar dormir sem sucesso, vou para a cozinha lavar a pilha de louças que Jeff deixou ontem à noite. Ele disse que faria isso quando acordasse, mas já que estou acordado, eu mesmo irei lavar. Não gasto nem vinte minutos lavando, enxaguando, enxugando e guardando as louças. Confiro a hora no relógio e vejo que ainda tenho quarenta minutos até que a bebê acorde.

- Banho - sussurro, bocejando.

Vou até a sala e confiro a garotinha, que dorme tranquilamente. A pego com cuidado, temendo que acorde. Levo-a até o quarto, onde Jeff está profundamente adormecido entre as cobertas. Coloco a bebê ao seu lado e, rapidamente, como se soubesse que a criança está ali, ele a traz mais para perto de si. Quando Rita nasceu, temi deixá-la dormir na nossa cama e, sem querer, acabar sufocando-a. Perdi o medo conforme as semanas passaram; primeiramente, porque tenho um sono leve e também porque Jeff, até dormindo, parece ter consciência do que há ao seu redor.

MEU TALISMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora