﹙𝗰𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝘂𝗺﹚meu beijo desastroso

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Seis anos e onze meses depois.

Em minha defesa, o garoto não pareceu se importar tanto com o beijo.

Sim, ele levou um momento para finalmente entender o que tinha acontecido tão de repente — o que era perfeitamente compreensível. Foi um minuto dolorosamente constrangedor.

Eu não conseguia escutar nada em volta de mim. As caixas de som da festa estavam muito altas, o chão inteiro vibrava e eu jurava que os meus órgãos estavam pulando dentro de mim. Eu também tinha certeza de que aquele beijo estava feio e desengonçado como se eu estivesse tentando ganhar em uma briga de cabeçada com aquele garoto. Estava ficando ansiosa, sem saber se conseguiria mentir por mais tempo.

Minha amiga, Wren, que eu tinha visto entre as dezenas de pessoas, iria olhar para nós dois e saber, sem sombra de dúvidas, que não tínhamos vindo para a festa juntos. Sem chance.

Então, por apenas um momento, senti que já não estava mais ansiosa e desengonçada. O garoto inspirou fundo e não pareceu se importar nem um pouco que uma garota desconhecida estava o beijando assim, tão bruscamente. O beijo era mais um selinho bem longo que um beijo de verdade. Naqueles poucos segundos, pareci esquecer o fato de que estava agarrada com um garoto qualquer e aleatório. Esqueci que não tive a decência de lhe dar uma breve explicação antes de grudar os lábios nele. E, com certeza, apaguei da minha mente a razão que me levou a dar aquele show — esperando enganar Wren.

Eu estava começando a me acostumar com aquilo. Já estava passando as mãos no pescoço dele até os cabelos, então algo disparou dentro de mim. Percebi a estupidez que estava cometendo e acho que ele também reparou, porque nos empurramos ao mesmo tempo.

Aparentemente, eu era muito boa em esquecer das coisas, já que tinha ignorado completamente a presença dele na minha frente e comecei a olhar em volta desesperadamente, à procura de Wren. As luzes coloridas e neon piscavam ao redor, mas não havia sinal dela. Mas eu podia jurar que tinha a visto alguns segundos antes de eu agarrar esse pobre garoto. Meu Deus, o garoto!

Ele estava parado bem na minha frente, sem entender, a boca entreaberta, um brilho estranho nos olhos e foi então que meu coração parou e parecia não querer voltar mais a bater.

Puta merda.

— Matt?

— Lexi?

Eu não o via há anos e... digamos que eu não fui embora da maneira mais tranquila possível. Mas estava tudo bem, ele nem se lembrava da carta. Foi um ato estúpido de uma garota adolescente, nada de mais.

Lembro da época que pensava que Matt e eu nunca deixaríamos de sermos melhores amigos, sempre estaríamos juntos e nunca iríamos nos afastar. Acho que estava errada em todos os aspectos possíveis.

𝐘𝐎𝐔 𝐀𝐑𝐄 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐕𝐄, Matt SturnioloOnde histórias criam vida. Descubra agora