perdido em seus braços

Extra -3

Gen Asagiri

Me sento na areia da praia e observo o mar, olhando pro horizonte na esperança de que tudo oque aconteceu nas últimas duas semanas seja apenas um sonho horrível

Deixo as lágrimas caírem do meu rosto novamente traçando um caminho avermelhado no meu rosto, porque tudo tinha acabado assim? Como Senku me olharia agora? E se ele decidisse que não quer mais se casar comigo? E se ele decidir que eu não valo tudo oque ele passou por minha causa?

Enterro meu rosto entre os joelhos e deixo os soluços me dominarem novamente. Passo a mão na tentativa de limpar as lágrimas e sinto algo gelado

Olha para minha mãe e vejo minha aliança de noivado, algo tão simples, mas com um valor emocional muito grande pra mim

Então numa tentativa desesperada de ignorar esses sentimentos, a tiro e a jogo na areia, eu não merecia o Senku, nunca mereci

— Porque em 8 bilhões de pessoas para acordar tinha que ser justo ela? —

Duas semanas antes

Já fazia uns três meses desde de que Senku me pediu em casamento e os preparativos eram muito exagerados. Por mais que agente implorasse para que Ruri fizesse algo mais simples, a loira simplesmente não aceitava que fosse algo simples, seria o primeiro casamento do novo mundo, e isso me deixava muito feliz

Então com a preparação da festa fomos ficando mais ocupados, mas no final do dia nos deitavamos e conversamos sobre todo nosso dia e isso me fazia me sentir amado

E hoje não era diferente, só em devés de arrumar as coisas do casamento estava ajudando psicologicamente as novas pessoas que vinham cada vez mais

E hoje eu tinha umas 15 já que tirei folga por alguns dias. Arrumo meu cabelo que já está meio grande e a raiz negra, talvez eu pinte novamente de branco

Uma mulher entra na sala e volto meus olhos para ela, meu sangue gela ao ver a silhueta tão conhecida

Ela tem um sorriso irritado nos lábios e se senta à minha frente com as pernas cruzadas, o seu típico jeito controlador

— oi, filho — essas palavras parecem agulhas em meus ouvidos e sinto minha pressão cair, para que eu desmaie, falta muito pouco — a quanto tempo não te vejo — suas palavras da são como lâminas bem afiadas

— oi Yumi, realmente faz muito tempo desde de que não nos vemos

— me chame de mãe filho, te carreguei por 8 meses na barriga — depois de tentar abortar outras oito — eu tenho o direito de ser chamada assim, e alias, eu amei seu cabelo, que bom que o tempo te deu maturidade e deixou seu cabelo natural, apesar de cabelo grande e coisa de viado. E que anel é esse no seu pescoço e dedo?

Tento esconder o anel de namoro com a outra mão, não queria aquela mulher bisbilhotando na minha vida

— não vai me responder? Então eu vou fazer igual daquela vez...

Suas palavras me fazem querer chorar e sair gritando aos quatro ventos o quanto odeio essa mulher

— um anel de namoro e o outro de noivado — ela passa as mãos pelo cabelo grisalho incrédula

— meu filho está noivo e vai se casar?? Ah que felicidade, me conte quem é a surtuda

— mãe é um homem — não hesito, eu não tinha o porquê de esconder isso dela — eu estou noivo de um homem

Seu sorriso se vai e dá lugar a uma expressão irritada, e eu conhecia muito bem essa expressão, e efim começo a ter medo, igual quando eu tinha 8 anos e era apenas uma criança nas mãos de uma mulher adulta