𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨 𝐞𝐦 𝐬𝐞𝐠𝐫𝐞𝐝𝐨 | 𝑺.𝑺𝒆

𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 𝟎𝟐

. ˚ *  𝑶𝒉 . . . 𝒂𝒏𝒈𝒆𝒍𝒔 𝑯𝒂𝒗𝒆 𝑩𝒍𝒖𝒆 𝒆𝒚𝒆𝒔  .   ·   •

O beco diagonal estava cercado de pessoas alternando entre uma loja e outra. Parte dessa parcela eram de pais e filhos, com diversas sacolas em mãos. Toda a agitação era para comprar os materiais necessários graças ao início das aulas em Hogwarts, no dia seguinte.

Seraphine encostou a cabeça na parede entijolada do Olivaras. A garota possuía um olhar vago, batendo o pé esquerdo no chão de forma inquieta enquanto esperava o pai terminar de conversar com um gigante simpático. Ela tentou chamar a atenção dele de forma discreta, alertando que já não aguentava mais esperar e queria ir embora.

“Por Merlin, acho que vou morrer de tanto esperar que esses dois pararem de fofocar”, pensou.

Seu pai nunca foi um homem muito simpático e, por sorte, não parava de canto em canto para dialogar com conhecidos, o que era totalmente o oposto da garota que conversava até com o vento. Mas, naquele dia, seu humor estava péssimo, e a única coisa que restava era ouvir a conversa dos dois.

—O garoto está na loja. Ele parecia bastante animado desde que saiu da presença dos Dursleys - O gigante comentou, segurando um caldeirão de ouro. - Nunca vi alguém tão ansioso pra ter uma varinha! Se parece muito com o James.

Snape parecia entediado com o monólogo e, ao escutar o nome do homem que sempre odiou, fez uma expressão de desgosto em sua face, como se aquilo lhe causasse fortes náuseas.

—Então, o Potter deve ser encantadoramente arrogante e presunçoso, como o pai - Respondeu, sarcástico.

—E tem os olhos dela... - Hagrid disse, logo percebendo o semblante do sonserino ficar um pouco surpreso. - Pegue leve com o garoto, Severo. Não acha que ele já sofreu demais?

A garota ergueu uma das sobrancelhas, se perguntando de quem ambos falavam. O seu pai nunca foi aberto quanto ao seu passado, e para respeitar seu espaço pessoal, ela não queria incomodar ou ir atrás de conhecidos para ficar por dentro de todos os pormenores.

Seraphine tirou a cabeça da parede e olhou para dentro da loja, aonde se encontrava o senhor Olivaras e um garoto, que deduziu ser o tal Potter. Balançando uma das varinhas e fazendo com que papéis saíssem das gavetas de jeito descontrolado, ali estava o grande assunto da conversa.

—Curioso… não faz mal dar uma olhadinha nele - Deu de ombros. - Papai vai saber aonde irei.

Estando próxima da loja, não tardou a chegar. Ao abrir a porta, o barulho do sino foi abafado por um garoto sendo arremessado até o outro lado do ambiente, como uma bola de papel amassada, logo batendo as costas na parede e, por fim, ficando esparramado no chão.