reasons (Capítulo 2)

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🟥 Jack 🟥

Aquela garota parecia pensar no que tinha acontecido com ela.
Minutos depois ela começa a chorar então volto a andar lentamente em sua direção e a alcanço retirando aquele ferro de guarda-chuva da sua mão e a abraço.

- calma, vai ficar tudo bem.
- o que foi que eu fiz?

Me ajoelho na sua frente e olho em seus olhos cheios de lágrimas e enxugo uma delas que estava escorrendo em seu rosto.

- eu não vou te machucar, eu sou um amigo e eu vou te ajudar.
- eu não tenho mais motivos pra viver...
- você tem, acredita em mim.

Volto a abraça-la e nesse abraço percebo uma certa confiança vindo de sua parte.
A tarde no jardim, ela estava cabisbaixa, cheguei perto dela e me sentei ao seu lado no banco.

- meu nome é Jack.
- me chamo Mila.
- você sabe o que aconteceu com você Mila?
- eu não lembro de nada.
- nem um pouco?

Ela respira.

- a única coisa que eu me lembro é do meu pai, minha mãe, minhas irmãs, gritos, dores fortes dentro de mim, risadas ao meu redor...

Ela se vira pra mim e pergunta:

- como você me encontrou?
- eu tava passando por uma rua...
- não, como me achou, como eu estava quando você me trouxe pra cá?

Confesso que fiquei inseguro de dizer a verdade, mas não tinha outra opção se eu quisesse saber o que tinha acontecido com ela.

- eu... Te encontrei em um terreno vazio entre vários lixos desmaiada e... Sem roupa.

Ao mesmo tempo percebemos o que tinha acontecido. Então ela começa a respirar mais rápido quase descontroladamente e se levanta.

- como... Como eu vou ter motivos pra continuar existindo?! - ela pergunta com os olhos se enchendo de lágrimas. - Minha família tá morta, eu nem sei onde tô e nem como vim parar aqui, não sei como voltar, eu fui abusada! Porque? Por qual motivo?!
- Mila, fica calma...
- calma? Eu perdir parte da minha memória! Eu não sei exatamente o que aconteceu comigo nem quem fez isso!
- Mila...
- viver, viver pra quê? Não adianta continuar assim...
- Mila me escuta!
- pra quê?
- Mila, fica calma, você ainda tem vários motivos pra viver.
- que motivo?...
- encontrar quem fez isso com você! - digo pegando sua mão.

Ela se cala e fica olhando fixamente pra mim.

- eu não consigo...
- eu disse que ia te ajudar, não disse?
- disse.
- então acredita em mim, se eu digo uma coisa eu cumpro, por mais difícil que ela seja, você vai encontrar essas pessoas, onde quer que eles estejam.

⬜ Dylan ⬜

Acordei às 15:42(AM), minha cabeça tava doendo muito que me sento na cama de olhos fechados. Várias sequências de pontadas de dores na nuca até eu conseguir abrir meus olhos, mas ao abrir vejo o Luke no meu quarto.

- o que tá fazendo aqui? Ai, minha cabeça.
- vim ver como você estava.
- eu tô com muita dor na cabeça, satisfeito em saber disso? Para de fingir que se importa e sai daqui.
- então, quer dizer que você não se lembra de nada?
- me lembrar do quê?
- de ontem a noite.

Fico em silêncio, pois realmente não me lembrava de absolutamente nada.

- é, pelo visto você não lembra mesmo, mas que bom, pelo menos você não vai ficar estérico e todo estressadinha pra mim.
- por acaso eu preciso me lembrar de alguma coisa?
- na verdade precisa sim.
- do quê?
- eu não ia te contar mas eu quero que você fique com peso na consciência.
- fala logo idiota.
- lembra da conversa que a gente teve sobre o cara que abusou da Carrie e da namorada dele?
- claro que lembro.
- você também lembra que eu te disse que pegaríamos essa garota e iríamos fazer a mesma coisa?
- o que isso tem a ver com ontem?
- é que ontem a noite fizemos uma coisinha com você, e acabou que você fez exatamente o que eu tanto queria, olha, o papai também ficou orgulhoso de você.

No mesmo momento percebi o que ele queria falar e o porque da minha dor de cabeça.

- seu DESGRAÇADO!

Avanço em cima dele e no mesmo momento o papai aparece nos separando.

- crianças, crianças, calminha.
- eu falei pra você que não queria! - grito com o Luke enquanto o papai me segura.
- você já veio perturbar seu irmão Luke?, para com isso, sai daqui, vai.
- vai dizer que não gostou do que ele fez?
- sai logo daqui.

O Luke sai do meu quarto com um sorriso sínico de convencido no rosto.

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