circumstances (capítulo 11)

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⬜ Mila ⬜

Após matar aquele cara, vou até meu carro e sigo caminho até minha casa. Ao chegar, desço do carro e na mesma hora o Peter vem na minha direção.

- onde você... Porque tá ensanguentada? - pergunta com um tom grosseiro no começo, mas muda ao olhar pra mim.
- porque não continua mal educado?
- o que aconteceu Mila? Onde você tava?
- não quero contar.
- deixa de graça, eu tenho ordens em escrita de me preocupar com você, além de eu também morar nessa casa e preciso saber o que acontece...
- quer tanto saber onde eu estava?
- é o que eu tô querendo dizer desde o começo Mila.
- tá bom, você vai saber onde eu estava indo lá.
- o quê?!
- você vai me fazer um favor.
- que favor?

Pela janela pego uma caderneta que estava no banco de passageiro ao lado do motorista e escrevo o endereço, rasgo a folha e lhe entrego.

- mas esse endereço foi onde o Jack te encontrou pela primeira vez... Mila, o que você foi fazer lá?!
- vai nessa rua e lá você vai encontrar um carro, uma moto e um corpo, a moto você trás, o carro você queima e o corpo você enterra, pelo menos eu devo um túmulo aquele ser humano imprestável, bom esse era o lugar que eu estava.
- essa é mais uma das suas brincadeiras ou você descobriu quem te fez mau?
- mais uma brincadeira, ainda tô em busca desses desgraçados.
- mais uma Mila?! - fala insatisfeito.
- não começa!
- pra quê você quer a moto?
- pra dar de presente a um velho de 95 anos que é viciado em cigarro pra ele vender e comprar mais cigarro pra depois morrer com problema pulmonar.
- hahaha, engraçadinha!
- só faz o que eu tô mandando, vai.
- primeiro fala pra quê quer a moto.
- gostei do design dela.
- Mila...
- só vai idiota

Ele se vira e vai em direção a sua caminhonete e em seguida sai. Ao ver ele saindo pelo portão, chamo meu mordomo e meu chofer pra me ajudarem a tirar aquele cara de dentro do meu carro. Eles tiram ele e o leva até meu quarto, agradeço e eles saem, fecho a porta e vou pra o banheiro tirar todo aquele sangue que estava em mim. Voltando do banheiro enxugando meu rosto com a toalha, já tinha tirado minha roupa e estava apenas com minha camiseta e calça, olhei pra aquele cara em cima da minha cama.

- o que eu faço com você? Te mato? Mas você não fez nada comigo, porque eu faria isso? Tá bom.

Decido ajudá-lo, naquele estado que estava impossibilitado de fazer alguma coisa não tentaria fazer nada comigo, e por mais que tentasse seria melhor pensar várias vezes antes de morrer.
Vou até meu armário e pego uma maleta de primeiro socorros, vou até ele, coloco a maleta do meu lado e sua cabeça em meu colo, retiro uma gaze de dentro da maleta e começo a limpar com álcool o corte acima da sua sombrancelha e em seguida com outra gaze limpinho sangue só canto da sua boca, depois faço um curativo e o deixo descansar.
Saio do meu quarto e vou para o do Jack, ao entrar vejo tudo em ordem assim como ele deixou, mas ao fechar a porta sinto uma grande saudade, alguma coisa faltava naquele lugar, e esse alguém era ele. Boa lençóis da cama eu ainda conseguia sentir o perfume forte que ele usava, no rei retratado conseguia enxergar pureza mesmo não avendo e em seus olhos conseguia olhar brilho, brilho que só ele tinha.
Eu o tinha como pai, mas acabei priorizando apenas um e esqueci do que salvou minha vida, pena que já é tarde de mais pra voltar atrás...

NO DIA SEGUINTE...


⬜ Dylan ⬜

Acordo todo dolorido e com dor de cabeça, me sento na cama com os olhos fechados e com a mão e minha nuca, me recordo de quando eu tinha 17 anos e tenso abro meus olhos, mas conseguo me lembrar do acidente e fico aliviado.
Mas percebo que não estava em minha casa, começo a olhar ao redor pra tentar reconhecer o lugar quando sinto a presença de alguém me observando e ao virar minha cabeça pra o lado vejo uma garota séria de braços cruzados a frente da porta, me levanto da cama e começo a me afastar indo de costas em direção a um armário que avia naquele quarto.

- quem é você? O que eu tô fazendo aqui?
- tá achando que eu te sequestrei? Eu não seria tão burra de sequestrar alguém como você que por mais que use roupas caras tenho certeza que não passa de mim mesmo se for alguém importante.
- o que quer dizer com alguém como eu?
- eu ainda não fali pra sequestrar alguém pra estoquir dinheiro, ainda não cheguei nesse nível.
- do que você tá falando?
- bom, eu sou a pessoa que salvou sua vida, e o que você faz aqui? Na verdade eu deveria ter te deixado lá, mas como eu tenho um bom coração decidi te trazer.
- bom coração? Não parece.
- sinto muito se não gosto de demostrar quem realmente sou, então meu querido hóspede não convidado, quando você se sentir melhor faz o favor de descer e ir embora, se me procurar vou estar na sala, então espero que não me procure.
- espera, espera...

Vou até ela e pego em seu braço levemente antes que ela saísse, mas ela se vira com um canivete na mão. Eu a solto e levanto minhas mãos enquanto ela anda em minha direção com o canivete apontando para o meu pescoço.

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