CAPITULO III

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Alice Albuquerque

-- bom dia mia.- digo entrando na cozinha e já pegando o jornal da manhã.

-- bom dia nova irmã, barra amiga.- ela coloca torradas e uma jarra de suco de laranja na minha frente.

-- isso tudo é pra mim, nossa acho que devia ter vindo antes. - pego a torrada e dou lhe uma bela mordida pois estou com fome e mia sorri.

-- também acho irmã barra amiga .- ela senta enquanto tomamos café da manhã entre risos, logo depois pego o jornal a bolsa e saiu pelas ruas para tentar encontrar emprego.

Vejo alguns anúncios mais sempre que chego lá eles não aceitam estrangeira, pego um ônibus até a avenida principal e desço entre prédios enormes e espelhados, vejo um anúncio de secretaria particular mais não é oquê eu vim procurar aqui.

E segurando o jornal enquanto penso melhor resolvo ir no local já que é perto de onde estou e ver se dar certo, pelo menos no começo.

Entro no prédio e as pessoas me olha como se fosse uma mendiga, todos bem vestidos e eu com uma blusinha que comprei por vinte e cinco reais e um calça jeans que não é tão nova assim.

Passo pela recepção e sigo para o último andar onde está acontecendo as entrevistas.

Entro na sala e tem duas loiras altas e bem vestidas, e tenho a certeza que não vou conseguir nem um copo de água aqui.

Depôs de alguns minutos chega minha vez, uma morena alta entra e me chama.

-- próxima.- ela me olha de cima abaixo e fico sem jeito.

-- sou eu . - digo envergonhada.

-- ahh... Bem, é por aqui. - ela me dá passagem e vejo uma porta enorme de madeira, meu coração acelera e minhas mãos começa a suar.

Bato na porta e ouço uma voz grave me pedindo para entrar, entro e vejo três homens bem vestidos sentados em uma mesa, parecem não me notar e eu fico parada na frente deles em silêncio.

-- irmão entrou mais uma.- um rapaz mais jovem cutuca o do meio.

-- sim pois não...- ele levanta o olhar e me olha de cima abaixo e fico trêmula, e parece que minha voz some, as pessoas aqui parece que se importa muito com as roupas.

-- você está no lugar certo senhorita? - outro fala e eu congelo.

-- não ouviu ou é uma demente, que não responde oque meu irmão esta perguntando.- o do meio fala com uma voz alta e grossa me fazendo assustar e finalmente falar algo.

-- boa tarde senhores, meu nome é Alice Albuquerque e vim pela vaga de assistente. - digo e o homem do meio me olha como se fosse me engolir ali mesmo.

-- ola Alice, pode me entregar seu currículo, e me dizer oquê faz na cidade maçã, já que eu noto que é estrangeira. - o rapaz do canto fala muito educado e me sinto confortável.

-- eu tenho nacionalidade brasileira, sou formada em administração e vim para crescer na vida. - digo dessa vez mais segura e o homem mais jovem rir.

-- talvez seu plano não seja tão estupido assim irmão. - o mais jovem rir me olhando mais não com nojo igual as outras pessoas e sim diferente.

-- cale a porra da boca jhon.- o do meio quase grita. -- a gente já se conhece senhorita Albuquerque?- ele me pergunta e então lembro do homem do aeroporto, nesse momento sei que minhas bochechas estão como maçãs de tão vermelhas, olho para baixo e cruzo as mãos sem saber oquê falar.

-- não fique envergonhada senhorita Alice, meu irmão só está sendo um pouco incoveniente. - o do canto fala e sorrir.

-- ela não serve. - o do meio fala furioso.

-- irmão.- o do simpático que eu não sei o nome repreende ele.

-- não ela não serve, agora saia já da minha sala com esses seus trapinhos que você chama de roupa. - ele fala grosseiro comigo e sinto meus olhos encherem de lágrimas.

-- com...com licença senhores. - saiu daquela sala me sentindo humilhada, enxugo as lágrimas que insistem em descer e vou para o ponto de ônibus, desisto de procurar emprego por hoje, agora só quero me deitar na minha cama e chorar por algo que nem sei o motivo, já devia estar acostumada com esse tipo de tratamento.

Meu CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora