CAPÍTULO 5: Confusão

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Camila

Acordei num susto, chutando a coberta para cima e levantando de supetão. Meu coração estava estranho, acelerado, minha pressão arterial oscilou tão forte que voltei para trás imediatamente, voltando a ficar esparramada na cama enquanto tentava me recuperar da tontura.

Eu estava onde, meu Deus!?

Olhei ao redor sem reconhecer a mobília, não vi minhas malas no chão do quarto e fiquei desnorteada com o tempo, pois não fazia sol, mas estava claro do lado de fora.

- Meu cérebro. - Segurei minha nuca com uma mão enquanto me sentava novamente. Passei a mão no vestido que usei na noite anterior e lembrei quem tinha sido a última pessoa que vi.
Eu não fazia a mínima ideia da hora que peguei no sono e não foi tão tarde, provavelmente durante a conversa que eu estava tendo com o tio gatíssimo do Mingu. Oh genética abençoada.

Uma batida na porta me fez parar de lembrar do gosto... do Rui e puxei a saia do vestido para baixo, perguntando alto quem era. Não houve uma resposta clara, por esse motivo plantei meus pés descalços no chão e arrumei a túnica emprestada pelo meu benfeitor da noite anterior em meu corpo.

A porta se abriu e a Sara entrou, para o meu alívio e susto.

- Pela Deusa! Não era mentira! - Levou as mãos até a frente da boca.

- O que não era mentira? - Bocejei alto e olhei ao redor a procura dos meus chinelos.

- Você é maluca, Camila!? Você é louca!? - Ela se aproximou de mim e me agarrou pelos ombros. - Tem noção do que estão dizendo pela mansão?

- Hã?

- Como você se encontrou com o Cheng Rui? Quando me disseram que tinham visto você com ele, achei que algo de ruim tinha acontecido!

- Hã? - Tentei processar as informações, mas eu ainda estava muito lenta. - Quem é Cheng Rui?

- O tio do Mingyue, Camila! Presta atenção nas coisas, mulher!

- Ah! O Rui... - Pronuciei com o meu sotaque. - O que têm?

- Como assim o que têm? - Me sacudiu. - Ficou maluca!? Você não pode contar com a sorte desse jeito, ele é um cara perigoso! Ninguém se aproxima dele como bem entende!

- Eu não me aproximei de ninguém! - Me soltei dela e cruzei os braços. - Eu estava lá no pavilhão do lago e ele apareceu de repente, ficou perguntando meu nome e tudo mais. Eu achei que fosse o irmão do Mingu, até achei ele um pouco esquisito. O cara me disse até outro nome, por isso não imaginei que fosse tio, mas um irmão mais novo, sei lá.

- Nome?

- Sim, o nome dele, se eu não me engano... - Tentei juntar as letras. - Yin Min Xi... Não, Yin Ming, Tem a letra g, mas não lembro se o Xin é Xin ou se é Xing, ele falou muito rápido também.

Foi uma noite estranha, ainda mais que ele parecia muito interessado em mim. Eu não estava surpresa quanto a isso, eu costumava não ter freio na língua e acabei falando muito da minha vida, aí se juntou uma fofoqueira e um curioso, deu no que deu.

- Ele disse o nome dele? Não o pseudônimo?

- Só depois, acho que era porque eu não conseguia falar direito, Rui é mais fácil, mas ouvi você falando me fez ver que na realidade estou dizendo errado também.

Se falassem para mim devagarinho eu conseguia decorar, mas eu não ia ficar pedindo para pessoa repetir inúmeras vezes, era incômodo, assim como errar a pronuncia também e eu não era burra ao ponto de nunca aprender, paciência se tornava fundamental.

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