CAPÍTULO 10: Uma proposta

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Camila

— Eu sinto como se a minha sorte estivesse grande demais esses dias. — Coloquei a sacola com os tapetes no chão do banco traseiro do carro e comecei a desembalar o aparelho celular que comprei. — Eu fui tentada, não nego.

Fui na loja de celular e tinha uma promoção de cinquenta por cento de desconto, consegui pegar um dos modelos novos sem exitar, queria gastar o resto do dinheiro com uma caixa de fogos, mas ainda bem que segurei a língua e não perguntei onde tinha uma loja disso, porque o Cheng teria me levado sem pensar duas vezes.

— Você parece feliz.

— É claro que estou feliz! — Olhei para o meu novo bebê e abracei a caixa do aparelho. — Ele é tão lindo.

Tão fino, com som alto, tela grande, novinho em folha!

— Sorte nunca é demais. — Comentou sorrindo até demais. — Você vai querer ir em mais algum lugar? — Rui me perguntou, me julgando com os olhos por estar abraçada com a caixa do meu mais novo, plus-ultra-magnífico telefone celular 5G e com uma tela incrível!

Meu nenêm!

— Eu? Nam... Para que lugar eu iria? Oi, lindinho da mamãe. — Arranquei a película plástica do aparelho, mas logo me dei conta que tinha vacilado em não ter passado em uma loja de eletrônicos para comprar uma película. — Ah! Podemos passar em algum lugar para comprar uma película? Eu acabei de comprar e não quero quebrar a tela do celular. Vai ser rapidinho. Eu juro! — Pisquei fazendo biquinho e ele me encarou de olhos arregalados.

Fiz a melhor cara de cachorro pidão que eu sabia imitar, mesmo que aparentemente não tivesse necessidade, ele me olhou sorrindo e com cara de quem iria concordar com qualquer coisa que eu pedisse.

Como eu não roía por esse homem?

— Não já veio com tudo? — Ele segurou a porta do carro, como se estivesse esperando eu entrar. — Olhe dentro da sacola.

Tirei a sacolhinha bonita do braço e dei uma fuçada nas outras coisas. Veio um fone de ouvido de brinde, adesivos fofos para a capinha transparente e realmente tinha uma película ali.

— Eu não sei colocar. — Fiz outro olhar pidão e dessa vez ele semicerrou os olhos. — Por favorzinho.

Ele rapidamente apontou o próprio celular na minha cara e tirou foto.

— Agora eu te ajudo. — Levantou os braços para o alto quando joguei meu aparelho novo sobre o banco e fiquei pulando feito uma louca atrás dele para apagar essa foto. — Não! É minha! — Continou rodando.

— Isso é violação dos meus direitos de imagem! — O segurei pela cintura, sacudindo seu corpo para que ele derrubasse o celular que bem uma pinhata de doces.

— Não faço a menor ideia do isso quer dizer!

— Chinês fingindo! Pare de me provocar! Diacho! — Enchi a mão com o seu cabelo e sacudi sua cabeça, ainda não desistindo.

— Se me der um beijo eu apago!

— Nem por cem e uma cocada! — Continuei pulando que nem coelho.

— São meus termos! É largar ou pegar.

Ele ficou extremamente cabido depois que cometi o erro de ter pensado que seria uma boa ideia beija-lo, inferno!

Para o meu azar ele beijava bem pra caramba! Tinha uma pegada insana, me deixou toda molhada de desejo, se seu nariz fosse apurado teria sentido o cheiro, porque eu realmente me molhei de tesão quando me mordeu.

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