2. Capitão

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Roberto Nascimento:

Eu estava puto por conta daquela bandidagem que não me dava paz. É uma pica ter que enfrentar esse bando de vagabundo e o Brasil continuar o mesmo. Entrei para a guerra quando vi que eu poderia fazer algo para mudar o cenário brasileiro, mesmo que eu tenha que matar alguém todo dia.

Era um dia estressante e piorou, pois eu fui obrigado a levar um vagabundo ao hospital. Porra de direitos humanos.

Quando entrei no hospital, avistei um anjo, uma menina linda. Arrisco dizer que é a mais bonita que já vi na minha vida. Cabelos castanhos escorridos, grandes olhos verdes escuros e uma pele extremamente branca com algumas sardas que a deixavam mais atraente. Não poderia deixar de falar de seu corpo espetacular. Seios grandes, quadril largo e cintura desenhada pelos deuses.  Ela era no ponto. Não consegui parar de olhar para ela. Seus olhos sorriam, mas havia algo nela que me incomodou, algum segredo que seu coração guardava.

Ao ver que estva com um corte na testa e que ela me ajudaria, fiquei satisfeito. Afinal, era um privilégio poder assisti-la mais um pouco. Sua fala mansa e pausada trazia uma paz. Olhando para seus seios, descobri algo que não me agradou nada: roxos em seu braço. Senti raiva, muita raiva. Não a conhecia muito bem, mas como uma pessoa poderia machucar uma garota doce daquela?

Quando ela me disse seu nome, tudo fez sentido. Clarisse. Um nome delicado que caiu como uma luva em sua personalidade e seu jeito meigo. Clarisse era uma criança. Ela provavelmente deveria ter, no máximo, 25 anos. Não sou de ligar para as pessoas, não tenho muita empatia, mas algo nela me despertou e eu queria desvendar aquele mistério. Que caralho aconteceu comigo? Não sei, mas estava determinado a passar mais um tempo com ela para tentar descobrir mais sobre o medo que ela carregava naqueles olhos verdes que me envolveram de tal maneira que eu nunca havia experienciado. Não posso me deixar levar, afinal, não posso perder a postura. Caralho, que menina gostosa e que me fez ficar extremamente curioso. Que porra! Estou pouco me fudendo, preciso de uma distração e será Clarisse.

Fiquei mais um tempo naquela porra de hospital, pois estava cansado e queria ver Clarisse, era um colírio para os meus olhos. Estava tudo certo até que ela foi conversar com um doutor ninguém. Ele tocou nela. Fiquei irado na mesma hora, mas me controlei, afinal, não tínhamos nada, mas eu queria ter tudo com ela. Depois disso, ela foi conversar com outro cara, mas não me preocupei, pois o que Clarisse gostava, ele chupa até o caroço. De repente, a menina solta uma gargalhada tão sincera que fico espantado, mas, ao mesmo tempo, fiquei com vontade de rir e participar da conversa. Como não sou otário, percebi que estavam falando de mim, até porque o amigo dela falou enquanto olhava para mim e os olhos de Clarisse passaram pela minha farda discretamente. Ela é uma delícia. Caralho, que novinha gostosa pra cacete. Eu estava começando a ficar com tesão, então, me concentrei no vagabundo que tinha que ficar tomando conta igual babá. É de fuder isso.

Não deixei passar. Ofereci companhia à garota, não poderia perder a oportunidade de desfrutar daquele corpinho maravilhoso. Até que ela vê um cara completamente esquisito que a olhava de cima abaixo a comendo com os olhos. Clarisse segurou meu braço com força, o que me instigou e me deixou mais excitado ainda, porém, ela estava com medo. Entendi tudo. Aquele moleque estava mexendo com ela e eu iria atrás dele. Me deixei levar completamente por aqueles olhos e seios extremamente chamativos. Seria silicone? Bom, eu tinha que descobrir.

Ela não disse uma palavra no carro. Porra! O que ela escondia? Eu estava completamente perdido naquela incógnita e eu queria saber o que caralhos estava acontecendo com aquela menina indefesa que tinha o olhar mais perdido do que nunca.

Seus olhos carregavam certo medo mas, ao mesmo tempo, algo perigoso. Ela era perigosa! Lembrei-me de um livro que tinha lido no Ensino Médio, Dom Casmurro. A frase que descrevia perfeitamente Clarisse era: "Olhos de cigana oblíqua e dissimulada". Eu não sabia ao certo o que era oblíqua, mas dissimulada eu sabia.

Ao mesmo tempo que sentia um tesão enorme, fiquei preocupado com a menina. Ela morava sozinha num apartamento de luxo de frente para o mar. Era perigoso uma menina abastada e inofensiva viver desacompanhada.  Aquele vagabundo poderia achá-la a qualquer momento. Logo, ofereci ajuda à ela, mas Clarisse ficou assustada quando toquei nela. Tinha alguma porra acontecendo e eu ia descobrir. Ela entrou no prédio olhando em todas as direções como se estivesse procurando algum perigo. Esperei ela entrar e ordenei que uma viatura vigiasse o prédio, pelo menos por uma noite. Sou um cara que gosta de pecar por excesso, não por falta.

LADY IN RED 🔥 - CAPITÃO NASCIMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora