LADY IN RED 🔥 - CAPITÃO NASCIMENTO

4. Lady in red

Roberto Nascimento

- Essa tal de Clarisse deve ser muito gostosa para o senhor ficar a vigiando durante a madrugada. - Diz Neto debochado.

- Perdeu o juízo, Neto? Sou seu superior! Olha como você fala das mulheres. - Respondo bravo.

- Não está mais aqui quem falou. Nem parece o Capitão que ia no puteiro três vezes na semana... falando nisso, olha aquela ali!

Uma garota de programa se aproxima de mim e eu logo solto um sorriso, pois Clarisse é diferente e ainda não se soltou. Estou acostumado com mulheres que chegam em mim já abrindo as pernas, mas a doutora era recatada e aquilo me envolvia ainda mais.

- Você vem muito aqui? - Diz a mulher de vestido extremamente curto e brilhante se insinuando para mim.

- Só quando algo me atrai.

- Trabalhando? Deve estar muito estressado... que tal aliviar o estresse?

- Estou de farda, mas acho que ninguém notaria minha ausência durante meia hora. - Digo com um sorriso safado.

- Tudo bem, Capitão Nascimento. - Ela lê na minha farda. Isso me fez lembrar que Clarisse também descobriu meu nome daquela maneira. Nem com uma prostituta eu consegui esquecer a garota.

- Qual seu nome de guerra ,senhorita?

- Bebel, Capitão. - Ela olha com um olhar provocante.

- Vamos, Bebel?

- Vamos!

- Espera, Capitão! E eu, como fico? - Neto diz confuso.

- Você vai ficar quieto aqui vigiando a área até eu voltar. - Digo com autoridade.

- Sim, Capitão...

Algum tempo depois...

Aliviei o estresse com aquela puta, mas senti algo horrível. Senti culpa e vergonha. Eu fazia aquilo com muita frequência, ainda mais que Rosane estava grávida e não tinha disposição. Eu estava sedento por uma trepada e o único jeito era pagar. Não conseguia tirar Clarisse da cabeça e só conseguia pensar na minha atitude que ela repudiaria.

Dispensei a puta e voltei à orla. Chegando lá vi Clarisse com Neto. A menina sorria, como sempre.

- O que está acontecendo? - Digo bravo.

- Capitão! - Neto bate continência.

- Oi, Roberto! Eu estava conversando com seu supervisionado. O avistei quando estava de saída e resolvi vir trocar uma ideia, já que vejo vocês todos os dias e queria agradecer pelo favor.

- Não tem de quê. Mas, o que você vai fazer na rua a essa hora da noite, senhorita? Vai encontrar algum ficante? - Digo com raiva e ciúmes, admito.

- Não faça mau juízo de mim, Capitão. Estou apenas indo tomar um drink com minha amiga que está na cidade. - Ela responde sorrindo, como de costume.

- Você não vai!

Neto se afasta vendo a situação ficar pesada.

- Como assim? - Ela pergunta confusa.

- Você não vai sair sozinha, ainda mais com uma mulher vestida desse jeito.

- Não estou te entendendo, Capitão!

- Volta pra casa.

- Não vou!

- Vai sim!

- Não! - Ela disse resistindo à minha ordem.