O Fim do Acampamento

12 3 39
                                    


Narrador-Gallel

Depois de dias de treinamento intenso, o acampamento finalmente chegara ao fim. A sensação de exaustão era palpável, mas misturada com uma satisfação silenciosa. Havíamos sobrevivido ao teste, superado nossos limites e aprendido lições valiosas. O sol já estava se pondo, tingindo o céu de um laranja profundo que se refletia nas águas do rio próximo. Eu estava ali, junto com o restante da turma, enquanto nos alinhávamos para nos despedir de Max e Mine. Era difícil acreditar que aquele ciclo havia terminado, mas ao mesmo tempo, havia um alívio sutil.

Max e Mine, nossos tutores implacáveis, se destacavam na nossa frente. Max, com sua postura confiante e olhar sério, parecia menos intimidador agora que o treinamento havia terminado. Mine, por outro lado, mantinha os braços cruzados, mas seus olhos traíam um leve orgulho.

Max

Vocês se saíram bem. — Max começou, a voz calma e controlada. Ele observou cada um de nós por um momento, como se estivesse medindo nossa evolução. — Tenho certeza de que, se continuarem nesse ritmo, vão alcançar grandes coisas.

Mine

Mas não se enganem. — Mine acrescentou, interrompendo o silêncio que seguiu as palavras de Max. — Esse foi apenas o começo. — Ela nos olhou com uma intensidade que parecia atravessar nossas defesas. — Vocês têm potencial, mas precisam aprender a confiar uns nos outros e a trabalhar em equipe. Sem isso, serão apenas lutadores solitários, e isso não vai bastar.

Seus olhos se fixaram em mim por um instante, e eu soube que ela falava sério. Durante todo o acampamento, havia algo nos olhos de Mine que sugeria que ela entendia muito bem o que significava lutar sozinha. Eu me perguntei brevemente sobre seu passado, mas sabia que perguntas pessoais não eram bem-vindas. Ainda assim, eu sentia que havia uma conexão tácita entre todos nós agora.

Professor Jorge

Vocês fizeram um excelente trabalho aqui. Estamos orgulhosos de todos vocês.

O olhar dele era caloroso, mas havia uma advertência silenciosa em suas palavras. Jorge sabia que nossa jornada estava apenas começando, e queria que ficássemos cientes disso. Ele trocou um olhar com Zenith, que estava parado ao seu lado, com a habitual expressão enigmática.

Professor Zenith

Só espero que estejam prontos para o que está por vir.

Subimos no ônibus em silêncio. Estávamos exaustos demais para conversas triviais, mas havia um entendimento mútuo entre nós. Cada um de nós sabia que havíamos mudado de alguma forma, mas ninguém estava disposto a ser o primeiro a admitir. Gynna, sempre cuidadosa, havia preparado algumas comidas simples, mas deliciosas, para nós. Mastiguei meu sanduíche enquanto observava a paisagem passando pela janela, sentindo o peso do cansaço puxando minhas pálpebras.

O caminho de volta foi tranquilo. Alguns cochilaram, outros apenas ficaram quietos, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Era estranho, mas aquela serenidade silenciosa parecia um prêmio após a tempestade do treinamento. Sentia-me um pouco diferente, mais confiante, mas também consciente de que havia muito a aprender.

Quando finalmente chegamos, todos se moveram lentamente, como se estivessem sonâmbulos. Peguei minhas coisas e fui direto para o meu quarto, mal tendo energia para trocar algumas palavras com os outros. O banho quente foi um alívio que eu nem sabia que precisava, e quando me deitei na cama, senti o cansaço me puxar para o sono quase imediatamente.

Naquela noite, enquanto o sono me envolvia, meus pensamentos vagaram de volta para o treinamento. A figura de Max era especialmente presente em minha mente. Havia algo nele que me intrigava profundamente. Ele e Mine eram diferentes dos outros professores que conhecíamos. Ambos tinham um ar de experiência que ia além do simples treinamento que nos ofereciam. Max, em particular, tinha uma presença que me fazia sentir que havia mais nele do que apenas o mentor implacável.

Ascensão de heróisOnde histórias criam vida. Descubra agora