Ao entrarem no refeitório, as meninas foram recebidas por uma mesa cheia de salgadinhos, docinhos e bebidas. O cheiro irresistível da comida fresca logo encheu o ar, e o time de vôlei rapidamente ficou animado. A atmosfera leve e descontraída contrastava com o foco e a seriedade que haviam mantido durante o treino.
Thaisa, já com um salgadinho na mão, brincou enquanto olhava para o petisco: "Ai, minha dieta...". As outras jogadoras riram da confissão de Thaisa, que era conhecida por seu rigor com a alimentação, mas que também não resistia a um bom lanche.
Rosa, que ainda tinha a conversa com Roberta na mente, forçou um sorriso e pegou um docinho, tentando se concentrar no momento. As jogadoras se serviram e se acomodaram em diferentes mesas, começando a conversar sobre o treino, fofocas recentes, e os planos para o fim de semana.
Após alguns minutos, a porta do refeitório se abriu novamente, atraindo a atenção de algumas jogadoras. Era o grupo das patinadoras, que haviam terminado seu próprio treino. As duas equipes costumavam se encontrar ocasionalmente nos momentos de intervalo, mas o contato era sempre breve, apenas trocando cumprimentos cordiais.
As meninas da patinação entraram e cumprimentaram as jogadoras de vôlei com sorrisos e acenos, antes de se dirigirem à mesa para se servir. Rosa, instintivamente, lançou um rápido olhar para o grupo, mas não avistou Kamila entre elas. A decepção a atingiu, e ela tentou se concentrar na conversa em sua mesa.
As risadas e conversas ao redor de Rosa pareciam distantes, como se estivesse ouvindo tudo através de um filtro. Ela respondeu às perguntas e participou das conversas, mas sua mente continuava vagando, pensando no que Roberta havia dito e nas sensações conflitantes que sentia sempre que pensava em Kamila.
Enquanto as meninas continuavam comendo e conversando, a porta do refeitório se abriu novamente. Rosa, que estava distraída, sentiu um leve estremecimento e olhou automaticamente para a entrada. Desta vez, era Kamila. Ela estava sozinha, e entrou no refeitório com a mesma expressão calma e um tanto indiferente que Rosa já começava a associar à patinadora.
Kamila parecia alheia ao burburinho no refeitório. Sem fazer contato visual com ninguém, ela caminhou até a mesa onde estavam as bebidas. Pegou uma jarra de suco e começou a encher um copo. Rosa não conseguiu desviar o olhar.
Enquanto o suco enchia o copo, Kamila levantou o rosto e, por um breve momento, seus olhos encontraram os de Rosa. Os olhos de Kamila, embora calmos, pareciam carregar algo mais, algo que Rosa não conseguia definir. Não era tristeza, nem felicidade, mas algo no meio, um sentimento que deixava Rosa desconcertada.
Kamila foi a primeira a desviar o olhar. Ela fechou a jarra de suco, ergueu o copo e começou a caminhar em direção à saída, sem olhar para trás. Rosa a observou o tempo todo, sentindo uma estranha vontade de se levantar e segui-la, mas não conseguindo reunir coragem para fazê-lo.
"Tá aí, perdida de novo, Rosa?" Gabi cutucou, trazendo Rosa de volta à realidade. "A Kamila te deixou assim, de queixo caído?"
Rosa tentou disfarçar o constrangimento com um riso nervoso, mas sabia que estava corada. "Eu não estou perdida, Gabi. Só estou... pensando."
"Pensando na Kamila, né?" Carol brincou, pegando mais um salgadinho e colocando na boca.
"Deixa de serem chatas" Rosa respondeu, tentando desviar o assunto. "Eu só achei curioso que ela não ficou para comer com o resto do time dela, só isso."
Thaisa, que estava sentada do outro lado de Rosa, notou a troca e sorriu com curiosidade. "Vocês duas ainda estão falando da Kamila? O que tem ela?"
Roberta, sempre pronta para uma provocação, se inclinou para mais perto de Thaisa e sussurrou teatralmente: "Nossa Rosinha aqui deu uma carona para a patinadora misteriosa ontem à noite. E desde então, parece que está meio... distraída."
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Love or win ? - Rosamaria
أدب الهواةOnde Kamila Valieva e a bi campeã olímpica mais jovem do mundo. O que era para ser só mais um dia de treino, acaba dando início a uma longa história de amor...